Meu pai se queixava frequentemente de dores na cabeça, onde a mulher de antes bateu.
— Aquela vaca... Isso dói pra caramba... - Ele esfregou o calombo.
— Se tivéssemos um pouco de gelo...
— Não importa...
Andávamos pela floresta procurando abrigo, meu pai e minha irmã acharam mais seguro ficar longe das estradas por enquanto. Não estávamos mais tão perto do posto de antes, mas parecíamos estar próximos de uma cidadezinha. Espiei pelas árvores alguns telhados mais longe, pensamos em procurar comida e coisas novas, mas ainda era arriscado.
Papai decidiu que eu devia ficar com a minha irmã em um carro abandonado, enquanto ele olhava se a cidade era segura.
— Eu volto logo, se eu não voltar dentro de algumas horas, quero que pegue a sua irmã e dê o fora daqui, entendeu?
— Sim...
Papai fechou a porta do carro e saiu em direção a cidade, para a nossa sorte ele voltou logo depois, mas estava desanimado.
— O que você achou? - Mayu perguntou.
— Tem muitos deles soltos nas ruas, mas achei uma casa com a janela aberta, podemos entrar e passar a noite.
Olhei Mayu, esperançosa, não via a hora de poder dormir em uma cama de novo. Fomos até a casa que papai disse. Pulamos a cerca branca e entramos em um quintal com alguns brinquedos de criança, fiquei triste pensando no que poderia ter acontecido.
— A casa está vazia. - Papai me olhou.
— Isso quer dizer que eles conseguiram sair?
— As chances são altas.
Fiquei contente de ouvir aquilo, espero que essa família tenha tido mais sorte que a gente.
Papai segurou meus braços e me colocou pendurada na janela, por ser pequena eu consegui destrancar a outra parte da janela, um lado maior em que minha irmã conseguiu pular e passar. Foi a vez do papai, ele se pendurou na janela com um pulo e puxamos ele para a cama que ficava abaixo da janela.
Que azar, acabamos sujando o lençol com terra e miolos. Exploramos o resto da casa, mal tinha algo para comermos, estava tudo vazio, mas havia muitos lençóis, então trocamos a cama suja.
Encontrei uma lata de milho e conservas debaixo do armário, confesso que comi a maior parte do milho por egoísmo antes da minha irmã me pegar no pulo do gato.
— Maggie! Sua gulosa.
— Achei primeiro, então a maior parte é minha!
Mayu fez careta e tomou a lata das minhas mãos. Papai estava escorado na porta do banheiro com um saco de gelo na cabeça. Por sorte a geladeira ainda estava com o gelo conservado, então pudemos beber água gelada.
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T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚
Science Fiction[Obra Ativa] CAPÍTULO NOVO TODA SEMANA Light Novel Stay Alive conta a História de uma pequena sobrevivente, Maggie Charles de 10 anos. No mundo pós-apocalíptico tomado pelos mortos-vivos, e sobreviventes crué...