Forty-Four Zombie

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Continuei minha a caminhada pela estrada, enfrentei muitos obstáculos

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Continuei minha a caminhada pela estrada, enfrentei muitos obstáculos. O pior deles com certeza foi aquele buraco no meio da mata. Onde fiquei presa por dias, quase morri de fome e insolação. Meu nome é Maggie, e estou vivendo em uma lixeira velha, no fundo, de um beco fedido.

Se ainda houvesse placas na estrada, onde os mortos passam em bandos, destruindo tudo pelo caminho... Eu com certeza saberia o nome da cidade em que estou agora. Apenas consigo dizer que ela é grande, meus pés doem porque caminhei muito e estou com bolhas terríveis que me deixam com dores fortes a noite.

Não tenho tido tanta sorte para achar comida, todos os lugares onde penso em procurar por comida, já foi revirado. Como se os sobreviventes pegassem tudo o que podem e não deixam nada para trás. 

O ambiente é hostil demais para mim, e sair dessa cidade se tornou o meu maior problema. Os carros que passam, me fazem me esconder o mais rápido possível, e não deixo mais ninguém ainda vivo me ver.

Depois daquele episodio terrível com a minha irmã, eu simplesmente não consigo confiar em mais ninguém. Os carros fazem muito barulho, levam os mortos de um lugar para o outro, e os idiotas que atiram por aí, são os que mais causam problemas. 

Vi pelo menos 5 pessoas serem baleadas acidentalmente porque foram confundidas com os mortos. Também vi outras pessoas serem rasgadas no meio pelos zumbis, ainda escuto os gritos deles no meu ouvido. Eu meio que já me acostumei com o sangue e a violência. Tentei encontrar uma arma para mim, mas não achei.

E bizarro pensar nisso, mas penso em achar uma bala e guardá-la para mim. Só o pensamento de morrer sendo comida viva pelos mortos, já me assusta. Deve ser por isso que estou dormindo em uma lixeira.

Apesar de todos os problemas que estou enfrentado, o Tótó, o nome idiota que escolhi para o cachorro. Parece acostumado com a nossa rotina maluca. O danado é esperto, ele não late quando estamos escondidos, e tem um faro excelente para encontrar comida. 

Ultimamente não estamos tendo tanta sorte com isso, mas quando ainda estávamos na floresta e na estrada, ele conseguia achar alguma coisa. Seja um coelho ou um passarinho. Venho treinando ele para me ajudar a lutar contra os zumbis.

Ele apenas fica atrás de mim como um medroso, latindo sem parar. E eu estaria mentindo se dissesse que em um desses momentos de luta, ele nunca latiu, atraindo mais um ou dois outros zumbis. Quase morri por causa dele, mas ainda não consigo deixá-lo para trás e fugir. Tenho esperanças nele, de que ainda pode aprender a ser ainda mais esperto.

Neste momento, enquanto escrevo no diário, ele está mordendo uma bota velha que encontrei no fundo da lixeira. Pelo menos ele encontrou outro brinquedo além de morder o saquinho de rações vencidas. Termino de registrar e fecho o diário.

— Chega de gracinhas, vamos procurar por comida. A última lata está na metade... - Me abaixo e amarro uma corda na coleira vermelha dele, depois amarro a corda na minha cintura, ajusto as mangas da minha blusa de frio e aperto a alça da minha bolsa.

Sai do beco e fui me esgueirando atrás dos carros e dos arbustos que cresceram nas calçadas, encontrei uma loja com os vidros quebrados e entrei depois de ver que não havia nenhum zumbi a vista naquele lugar.

— Consegue sentir o cheiro podre de algum zumbi por aqui? - Olhei para Tótó que estava farejando para o alto.

Ele me olhou e colocou a patinha na minha perna. Entendi que havia um, mas não era um perigo. Enquanto olhava as prateleiras com cobertores, toalhas e coisas de decoração para casa, espiei por um espaço entre as toalhas e vi um zumbi cortado pela metade do outro lado de onde estávamos. Ele se arrastava pelo chão, procurando por qualquer coisa que se mexesse.

— Bom trabalho, você está melhorando nisso... - Abri a minha bolsa e peguei um edredom, enfiei com força para dentro da bolsa e a fechei depois de pegar outra coisa.

Escutei o barulho de um carro passando pela rua, atrás dele vi pelo menos 5 zumbis seguindo aquele carro, tentando alcançar. Recuei alguns passos enquanto olhava para eles e fui para o fundo da loja, vi uma porta lá e sai por ela até outro beco.

— Esses malditos, só conseguem me causar problemas... - Mordi meu lábio enquanto me esgueirava para sair daquele beco.

Tótó me olhou com as orelhas em pé e peguei a minha faca na cintura. Vi um dos mortos magricelos caminhando na frente do beco, ele sentiu o nosso cheiro e começou a se aproximar. Tótó se escondeu atrás de mim, enrolando a corda na minha coxa.

— Você não pode simplesmente ficar parado e me deixar cuidar de tudo? - Puxei a corda e desenrosquei da minha perna.

O zumbi veio para me atacar, ele segurou o meu braço com força e tentou morder o meu pescoço, enfiei a faca no cranio mole dele, senti o sangue grosso escorrer na minha mão e ele caiu sobre mim. Tótó cheirou ele e começou a latir.

— Para de latir, pulguento... - Empurrei o zumbi para lado e me arrastei até me levantar. - Você ainda vai acabar matando nós dois, sabia?

Ajeitei a minha bolsa novamente e continuei caminhando pela rua, os pouquíssimos mortos que haviam ali, agora estavam longe, seguindo aquele carro. Olhei atenta para os dois lados e atravessei, caminhei mais um pouco até o beco onde fica a minha lixeira e comecei a tirar as coisas da minha bolsa.

Naquela loja, consegui achar uma luminária pequena que funcionava a base de pilhas. Forrei o fundo da lixeira com o edredom. Tapei um furo na tampa da lixeira com chiclete e usei outras lixeiras velhas na saída do beco, para impedir que os mortos entrassem no beco por acaso.

Olhei para o céu confusa e vi uma fumaça escura subindo para o céu, na direção norte. Algum idiota havia causado um incêndio. Tótó me olhou farejando.

— Eu vi... Espero que isso não nos cause problemas...

Alguns carros passaram em alta velocidade na frente do meu beco, fui até lá segurando a minha faca, uma perseguição estranha estava acontecendo. Os sobreviventes estavam brigando entre eles, aparentemente. Já que os carros bateram um no outro.

T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora