Thirteen Zombie

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No dia seguinte

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No dia seguinte... Com muito esforço, colocamos o corpo da mulher e do bebê no porta malas, fizemos tudo em silêncio para não atrair os zumbis que caminhavam por ali, até nós.

Pegamos dois sabonetes, um pouco de comida, remédios, pomadas e colocamos nas bolsas, depois deixamos tudo no carro e entramos.

— Talvez a gente não tenha mais essa sorte daqui para frente... - Mayu ajustou os espelhos do carro e deu a partida.

— É bem provável, mas não podemos ficar aqui... As cidades enchem rápido deles e mais são atraídos pelos grunhidos. Se ficarmos aqui nessas casas, não vamos conseguir mais sair.

— Eu sei... - Ela suspirou triste.

— Quanto de gasolina nós temos?

— Talvez só dure mais uma hora, depois vamos ter que caminhar de novo. - Ela tirou o carro de perto da calçada e foi para o meio da rua.

— Entendi.

Estou frustrada... Espero que a gasolina dure mais do que pensamos... Não quero caminhar de novo tão cedo assim. Meus dedos ainda doem. Eu já era uma boa atleta na minha escola, sempre fui a melhor da turma na educação física... Mas ainda assim m, é exaustivo ter que correr por necessidade, ao contrário de algo que é feito só por prazer. Irônico né?

Adormeci um pouco escorando a cabeça do vidro do carro. Até que fui acordada por Mayu de repente.

— Maggie, veja. Acho que ali é um bom lugar para enterrar elas... - Mayu apontou para um campo verde ao lado, havia alguns gados mortos no chão por causa dos zumbis, mas não vimos muitos deles.

— Tem certeza?

— Claro, vamos enterrar o quanto antes. O cheiro é horrível... - Ela lentamente encostou o carro e então descemos.

— Arg, agora que você falou... Fede mesmo.

Mayu abriu o porta malas e segurou os pés da mulher, ajudei Mayu, segurei os ombros da mulher e colocamos no chão.

— Pega a pá ali no banco.

Abri a porta do carro e peguei a pá nos bancos de passageiros. Encontramos ela no sótão da casa. É pequena mas é melhor do que cavar com as mãos.

— Rápido Maggie. - Mayu começou a puxar até a cerca.

— Tô indo... - Fechei a porta do carro e ajudei ela a puxar o corpo até o pasto.

— Me dá a pá, eu vou cavar um pouco primeiro e depois é a sua vez.

— Tá bom.

Céus que trabalheira, me arrependi de ter dado a ideia, agora... Fui até o carro enquanto Mayu cavaca e peguei o corpo da bebê, enrolada na manta cor-de-rosa. Era pesada e molenga, como um bebê adormecido.

Mayu cavou e cavou, e quando os braços dela doeram cansados, foi a minha vez. Depois puxamos o corpo da mulher até o buraco não tão fundo e colocamos ela junto com a filha. Então jogamos a terra para dentro do buraco com as mãos.

Um dos zumbis veio na nossa direção, e quando sentiu o nosso cheiro, veio direto para nós. Mas Mayu usou a pá como uma arma e afundou na cabeça dele. Pena que o cabo de madeira quebrou e agora aquilo é inútil.

— E então? Quer dizer algumas palavras? - Mayu me olhou enquanto limpava as mãos na roupa do Zumbi.

— Dizer o que? Não tenho nada a dizer sobre isso... Já é deprimente o suficiente, não acha?

Ela suspirou. Foi até o meu lado e fechou os olhos.

— Deus, se ainda estiver vivo e nos ouvindo... Talvez sejamos as únicas que estejam rezando pelo cadáver de duas desconhecidas... Receba ambas no céu e seja gentil conosco por fazermos uma boa ação... Amém.

— Você realmente espera ganhar algo por que isso?

— Por que não?

— Sei lá, não sei porquê ele nós recompensaria... Talvez nem esteja nos ouvindo, talvez tenha apenas desistido da humanidade e ido para outro lugar.

Mayu riu e eu fiquei um pouco irritada.

— Não sabemos se isso é mesmo verdade, se for, não estamos perdendo nada, já que não temos nada a perder, e se não for, também... Que diferença faria? Ter um pouco de boa sorte não seria tão ruim assim também.

— Aff... - Atravessei uma parte do pasto até a cerca e pulei, indo até o carro. Mayu me seguiu e fechou o porta malas.

— Não gostou da minha resposta? Talvez tenha feito mais sentido na minha cabeça.

— Não existe mais esperança para nós... Olha o que a humanidade fez, causou a própria destruição.

— E você culpa a Deus...? - Ela perguntou fazendo parecer uma afirmação.

— Ele poderia ter impedido talvez?

— Por quê? Talvez isso seja como foi com o dilúvio, ou com aquela cidade lá que pegou fogo e a mulher virou sal.

— Então isso pode ser uma punição divina?

— Quem sabe? Só fiz uma suposição.

— Isso me deixa com raiva... Porque punir aquela mulher e os bebês? O que ela fez?

— Maggie

— Não faz porra de sentido nenhum! As pessoas boas morreram e as más e covardes ficaram...

— Não somos pessoas más.

— Mas somos covardes.

Então o silêncio reinou. Mayu me encarou por um momento e eu virei o meu rosto. Ficamos em silêncio por um tempinho até que ela ligou o carro e continuamos a nossa jornada.

(...)

O pior logo aconteceu, a gasolina acabou. Desci do carro e olhei Mayu enquanto ela me contava que iriamos caminhar. Olhei para o céu e depois para ela. E balancei a cabeça, furiosa.

Não precisei dizer nenhuma palavra, o rosto de Mayu se entristeceu. E passei por ela, esbarrando de propósito.

— Maggie...

— Me deixa. - Continuei andando em frente, meus pés doendo, o calor infernal sobre a minha cabeça e a mochila pesada, me deixavam cada vez mais angustiada.

Escutei os passos de Mayu atrás de mim, ela também estava cansada, talvez até mais que eu, embora não demonstrasse.

É difícil ter esperanças vivendo desse jeito, a fé já é incerta e pensar que estamos sozinhas, piora mais ainda a situação.

Na verdade as duas possibilidades me assustam. Saber que Deus não está mais presente já é devastador, e imaginar que se ele estiver mesmo aqui, e não está fazendo absolutamente nada para nós ajudar... É o que só me deixa mais irritada, estamos completamente sozinhas.

 É o que só me deixa mais irritada, estamos completamente sozinhas

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T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora