Sixteen Zombie

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Esperneei e usei o calcanhar para bater no homem que estava sentado sobre as minhas costas, nunca senti tanta dor na vida quanto naquele dia

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Esperneei e usei o calcanhar para bater no homem que estava sentado sobre as minhas costas, nunca senti tanta dor na vida quanto naquele dia.

— Mayu... - Funguei e senti as mãos daquele homem tocar na minha cabeça e puxar o meu cabelo. — Desgraçado! Desgraçado!

Não há ninguém para nos salvar? Toda a nossa jornada pela sobrevivência acabou aqui? Vai acabar dessa forma? Pensei nisso enquanto erguia os meus olhos para o céu em desespero.

Estava prestes a dar mais um grito quando um zumbi surgiu do nada no meio daquela mata e atacou o homem que estava sobre Mayu.

— Ahh! Maldito! - Ele lutou com aquele zumbi e Mayu prontamente se afastou enquanto se arrastava.

O homem que estava sobre mim se levantou na tentativa de ir ajudar o seu amigo, mas outro zumbi surgiu da mata e eles lutaram.

— Mayu! - Tentei me levantar para ir até a minha irmã mas minhas pernas estavam doloridas e eu apenas cambaleei com as mãos sobre a terra.

Mayu foi esperta, empurrou outro zumbi que surgiu na mata em cima daqueles homens e um deles foi mordido no ombro. Nunca vi Mayu tão fora de si, não reconheci a minha irmã tão doce quando pegou uma pedra grande e começou a bater naqueles homens.

Ela foi empurrada no chão e chutada por um deles e eu não pude fazer nada, meu corpo doía muito, mas Mayu lutou com eles, segurou a perna dele e derrubou ele em cima dos Zumbis mortos.

Enquanto o outro homem se agonizava no chão tentando estancar o ferimento, Mayu subiu em cima do homem que caiu e começou a bater nele com a pedra. Outro zumbi surgiu e mordeu o braço daquele homem, ele gritou mas Mayu continuou acertando ele com a pedra.

— Chega! Ma-mayu! - Olhei ela chorando enquanto batia nele com força.

Ela se afastou quando percebeu a sua ira e viu aquele homem ter seu braço devorado. Ela ajeitou as suas calças abertas, foi até o outro homem que ainda se agonizava e chutou ele com força, o zumbi que estava devorando ele tentou atacar Mayu mas ela chutou o rosto dele e ele caiu.

Chorei de alívio quando percebi que eles estavam finalmente mortos, mas mal tive tempo de falar algo quando mais dois deles surgiram atrás de mim.

— Maggie! - Mayu gritou e eu me esquivei do que vei me atacar.

Não tive tempo de dizer nada ou pegar qualquer coisa, aquele zumbi que desviei apenas foi na direção de Mayu e mordeu o braço dela.

— Não! - Tentei ir até a minha irmã mas o outro Zumbi caiu sobre mim e tentou me morder também, mas desviei várias vezes da boca dele enquanto empurrava seu peito. - Mayu! Mayu!

O zumbi caiu morto ao meu lado quando Mayu usou um galho para perfurar a cabeça dele. Olhei para ele enquanto arfava, tentei entender tudo o que acabou de acontecer nessa fração de segundos. Foi tudo muito rápido e eu comecei a chorar quando vi o braço de Mayu sangrando.

Mesmo depois de ser mordida, sua prioridade foi me ajudar primeiro.

— O seu braço! O... O seu... O seu braço... Mayu o seu braço foi...

Ela pegou as nossas bolsas em silêncio e me ajudou a levantar.

— Precisamos sair daqui, Maggie...!

Ela me puxou no meio daquele mato e foi apavorante não conseguir enxergar nada naquela escuridão, não tínhamos certeza se outro zumbi poderia surgir do nada e nos atacar, mas também não podíamos ficar lá paradas enquanto aquela horda surgia mais e mais.

— Como eles apareceram do nada!?... - Cochichei.

— .... - Mayu ficou em silêncio enquanto continuava me puxando.

— Temos que tratar o seu machucado... A gente precisa de...

— Maggie! Por favor... Cala a boca... - Ela apertou a minha mão e cochichou.

Solucei e sequei os meus olhos que não paravam de lacrimejar. A mão de Mayu estava tão quente, o meu corpo doía muito e eu estava com tanto frio. E mesmo com dor, Mayu estava se esforçando tanto para caminhar.

Andamos praticamente a noite toda apenas para nos afastarmos daquele lugar, logo amanheceu e nós caímos sentadas no meio de um pasto.

— Minhas pernas... - Olhei algumas marcas vermelhas e doloridas, minha cabeça latejava de dor e minha boca estava tão seca que eu simplesmente beberia a garrafa toda de água.

Olhei para Mayu que estava com um olhar vazio enquanto respirava forte. Eu não sabia o que dizer para ela, eu não conseguia chorar mais por ela. Na verdade nem precisei, porque ela desabou no chão e começou a chorar e soluçar com as duas mãos sobre o rosto.

Aquilo foi traumático demais para nós duas, tive vontade de morrer, eu apenas queria que aquele sofrimento terrível acabasse. Mas quando aquele zumbi surgiu... A vontade de continuar viva queimou dentro de mim novamente, e só pensei em ficar próxima de Mayu.

— Nós estamos bem agora... Mayu, tudo vai ficar bem agora... - Tentei abraçar ela mas ela me empurrou, me afastou para longe.

— Dá um tempo Maggie! Me deixa em paz! - Ela abraçou as pernas e virou para o outro lado enquanto chorava silenciosamente.

Olhei a calça dela, estava manchada de sangue entre as pernas. Ela devia estar sentindo tanta dor, e eu apenas não pude fazer nada para ajudar ela. Mayu pensou em mim, em fazer aqueles psicopatas me pouparem, deixou de lado o próprio sofrimento, apenas para me poupar de ser abusada também.

E para piorar tudo, foi mordida enquanto tentava me ajudar novamente.

— Eu... sinto muito... - Sentei perto dela e esperei ela chorar. - Sinto muito Mayu...

Minha vista embaçou novamente e comecei a chorar também, embora lutasse contra isso porque precisava ficar de olho nos arredores. Senti frio por causa do amanhecer, e meu corpo arrepiou, a dor nas minhas pernas e braços ficaram mais fortes por causa disso.

Mayu levantou a cabeça e me olhou, e então me abraçou forte finalmente. Nos esquentamos juntas e mesmo assim ela tentou me confortar.

— Você tem razão... Nós vamos ficar bem... Me desculpa Maggie... Me desculpa...

— Você não tem que se desculpar por nada... Vamos tratar o seu machucado antes que ele infeccione...

Tirei minha bolsa das costas, peguei uma blusa velha, rasguei, e usei ela para enrolar forte no braço de Mayu.

— Só isso vai bastar? Talvez a gente precisa de remédios.

— Eu sei... Mas a gente vai encontrar algum em algum lugar... Tá tudo bem.

Mayu se levantou e me puxou.

— Não podemos ficar aqui, temos que achar a estrada novamente, em alguma casa por aí deve ter remédios.

— Espero que você esteja certa...

Mayu segurou minha mão e continuamos andando, a mão dela estava tremendo tanto que me perguntei se ela realmente ficaria bem.

Nossa prioridade agora é um lugar minimamente seguro, e um pouco de remédio... Água fresca também seria bom, mas provavelmente seria pedir muito ao universo.

T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora