It's over.

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Andrew Blake

Continuo revisando vários e vários papéis na mesa do escritório. Meu corpo inteiro grita por descanso e minha cabeça está latejando, devido o tempo que estou aqui. Dou um último gole no meu whisky e respiro fundo.

O relógio na parede indica que são duas da manhã, eu me levanto ao escutar meu celular tocar em cima do sofá. O nome de Ava brilha na tela e eu franzi o cenho, pegando o celular e atendendo.

― Oi, Ava.

― Oi, gato. ― Ela diz baixinho, mas parece estar em um lugar silencioso.

― O que quer? ― Perguntei calmamente, olhando para o relógio outra vez.

― Aonde você está?

― Ava, são duas da manhã. ― Suspirei frustrado, passando a mão livre pelo rosto.

― Eu estou sozinha e meu avô está bêbado no andar de baixo. ― Ouvi sua voz falhar. ― Só me diga aonde está.

― No galpão. Quer que eu te busque? ― Pergunto irritado com a situação.

Eu só ainda não matei esse velho porque Ava se importa de certa forma com ele.

― Não precisa. ― Escuto um barulho de uma porta se abrindo. ― Estou indo.

Concordo e desligo. Ava mora com o avô desde pequena e o velho é um alcoólatra insuportável, o maior problema é que ele bebe e bate nela. Eu já tentei tirar Ava de lá inúmeras vezes, mas ela é muito cabeça dura.

Volto minha atenção para os meus papéis e suspiro de alívio depois de finalmente terminar a papelada das vendas de drogas. Não demora muito até eu ver o carro de Ava se aproximar do local pelas câmeras.

Destravei a porta, já que ela não tem a senha.

Guardei todas as papeladas, deixando-as separadas para Elijah amanhã. Ava entra no escritório e sorri para mim, se sentando calmamente no sofá logo em seguida.

― Eu posso te tirar de lá a qualquer momento. ― Me levantei, me aproximando dela.

― Ele é meu avô, Drew. ― Disse sem me olhar, fitando o teto.

― Ele é a porra de um alcoólatra.

― Sim, uma porra de um alcoólatra que me criou. ― Me fitou irritada.

― Te criou até você já saber se virar sozinha.

― E não é assim que funciona? ― Ava Ironizou e eu fitei seus olhos azuis com desdém.

― Você sabe do que eu estou falando. Que tipo de avô deixa uma criança de 6 anos fazer a própria comida? ― Bufei, apontando para a cicatriz de queimadura que ela tem no pulso.

Ava se mexeu desconfortável e fez uma careta de dor, ela sorriu falso para mim depois, tentando disfarçar. Puxei ela pelos pulsos e analisei seu corpo, procurando por um ferimento. A ruiva tentou se afastar e soltou um gemido de dor, contraindo a barriga. Levantei sua blusa e fitei o corte na sua barriga, perto dos seus seios cobertos pelo sutiã.

― Ele fez essa porra? ― Perguntei irritado.

― Não. ― Ela tentou reprimir as lágrimas. ― Ele tentou me bater enquanto eu estava cozinhando e eu acabei me cortando.

― Caralho.. ― Passei as mãos pelo cabelo e fui até o banheiro, pegando o kit de primeiros socorros.

Voltei para o escritório e Ava tinha o olhar distante, ela tinha retirado sua blusa e estava apenas de sutiã. Suspirei e me aproximei, me sentando ao lado dela e começando a fazer um curativo.

The Wrong Choice.Onde histórias criam vida. Descubra agora