My life.

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Clementine Lincoln

Escuto um barulho infinito se repetindo na minha cabeça, quase como o barulho de compras no supermercado ou o barulho de um hospital. Sinto alguma parte do meu corpo se mexer, mas não sei identificar qual. Uma luz forte vem em minha direção e meus olhos se abrem, vendo um homem de meia idade na minha frente. Eu o conheço.

― Nos encontramos novamente, Clementine. ― O doutor Wilson sorriu brevemente para mim. ― Consegue falar?

― Sim. ― Minha voz saiu seca. Senti meus lábios ressecados.

― Está assim por conta da medicação. Você por pouco não fraturou o braço e a coluna, mas isso não significa que está tudo bem. Devido a queda eu precisei examiná-la detalhadamente. Você sofreu um corte na mão por causa do ferro enferrujado e isso pode gerar infecção, por isso o medicamento pesado. ― Ele falava enquanto folheava sua prancheta. ― Sua queda causou um corte profundo na lateral da sua cabeça, mas pelo resultado dos exames não teve nenhuma fratura ou convulsão. Porém, nada é uma garantia de que você não tenha futuros problemas. Ainda mais que você caiu no lado que foi baleada no quadril, e eu já tinha informado anteriormente para você fazer fisioterapia. Nesse momento, você precisa voltar com esses procedimentos. Passei os medicamentos que você deve tomar por 1 semana, e a pomada para passar nesse corte.

Passei os dedos pela lateral da minha cabeça, sentindo o curativo no início da minha testa até no começo da minha orelha.

― Vou ficar com outra cicatriz? ― Resmunguei.

― Tem outra coisa que eu preciso de contar. ― Ele cruzou os braços, analisando minha reação.

― Que coisa?

― Os exames deram sim um resultado pra uma coisa, mas não sei se era algo esperado.

― O que é? ― Enguli o seco.

― Você está grávida, Clementine.

― Como? ― Minha voz quase não saiu, completamente desacreditada.

― Não sentiu nenhum sintoma? Sua menstruação não atrasou? ― Questionou.

― Não! Não é possível. ― Ri desacreditada. ― Sério, deve ser algum erro.

― Querida, eu fiz mais de um exame. Acredite, é a verdade. ― Ele usou um tom calmo e puxou uma cadeira para sentar ao meu lado.

― Quantas semanas?

― Está com um mês. ― Abri a boca em surpresa e ele sorriu. ― Eu não sei como você tratou da sua alimentação nesse tempo, então eu fiz uma receita com as vitaminas e uma dieta controlada.

― O medicamento que eu vou tomar não vai prejudicar?

― Não, tive cuidado com isso. ― Ele se levantou. ― Eu não dei essa notícia a ninguém, é uma escolha sua. Eles querem te ver, posso mandar entrar?

― Por favor, não conte a ninguém. ― Mordi os lábios em nervosismo. ― Quanto tempo eu apaguei?

― Ariana chegou aqui com você já era tarde da noite. Você só apagou a noite toda, já é de manhã. ― Informou e eu concordei.

Ele recolheu suas coisas e só agora percebi que estou no meu quarto. Olhei para o acesso em minha mão e também observei o aparelho que amostrava meus batimentos cardíacos ao meu lado esquerdo. O doutor Wilson veio até mim e retirou todos os acessos e logo pegou os equipamentos que faltavam para guardar.

― Doutor? ― O chamei e ele se virou para mim. ― Como eu vou fazer isso?

Ele franziu o cenho com a minha pergunta. Eu fitei minha barriga brevemente, sentindo minha cabeça girar com tantos questionamentos. Escutei seus passos até mim e levantei o meu olhar, fitando sua expressão de preocupação sobre mim.

The Wrong Choice.Onde histórias criam vida. Descubra agora