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Giovanna
Os dias pós casamento foram o que podemos chamar de lua de mel improvisada, do jeitinho que a gente conseguiria fazer na situação em que estamos. Não dava pra fazer muito, por conta da gravidez, mas também não dava pra deixar passar em branco.
Assim sendo, fomos levando as coisas do jeito que deu e os meses foram se passando e trazendo à tona uma agonia que só crescia em mim.
Além de ter que carregar comigo uma barriga de 35 semanas de gestação, ainda teria que aguentar toda a pressão de estar em mais uma audiência sobre a guarda de Dominique.
Já tivemos a audiência de instrução e julgamento, e mais uma vez não houve acordo de nenhuma das partes. Assim sendo, partimos para o julgamento em si.
Foram semanas e mais semanas juntando todas as provas necessárias para apresentarmos ao juiz, assim como escolhemos a dedos algumas das testemunhas que falariam a nosso favor na audiência.
A maior parte das decisões foram tomadas por Alexandre quase unilateralmente, já que ele não deixava que eu me envolvesse totalmente com essas questões que pudessem me gerar estresse e afetar nossa filha, que vira e mexe dava um sinal de vida e nos deixava ansiosos para sua chegada.
No fim, confiei cegamente de que ele faria as melhores escolhas para o nosso futuro, assim como sempre fez.
— Tá confortável, amor? — meu marido perguntou pela milésima vez naquele mesmo dia, tentando me estressar por mais uma vez.
— Já falei que sim, Alexandre. Deixa disso que já já eu me estresso com você! — dei um empurrão de leve no seu ombro com o meu.
— Não sentiu mais as contrações?
Na noite anterior, senti algumas contrações de treinamento no finzinho da noite, pouco antes de nos deitarmos para dormir. Ligamos para a minha médica e ela pediu que cronometrássemos o tempo pra verificar se poderia ser algo mais sério. Mas, no fim, era só nossa menina testando nossos corações mais uma vez.
Mas foi o suficiente para Alexandre entrar em estado de surto e quase pedir para adiar a audiência de tão nervoso que esse homem ficou. Obviamente que eu não deixei, alegando que isso atrapalharia o nosso lado de defesa.
Cadu estava vindo com tudo pra cima de nós, então era melhor seguir a linha do jeito certo, sem deixar brecha para que ele crescesse. Nós já temos muitas questões ao nosso favor, então temos que aproveitar e seguir na frente.
Inclusive, já tínhamos até contado ao pequeno o que estava acontecendo, que prontamente expressou sua vontade de ficar no Brasil. Afinal, na Espanha não tem seus tios, seus avós e também um padrasto por quem ele é apaixonado.
— Hoje nossa Aurora tá bem quietinha na barriga da mamãe, nem mexeu direito. — acariciei minha barriga em um ato de carinho e afeto. — Ela sabe que precisa ficar calminha pra mamãe poder resolver as coisas com o irmão dela.
