feliz dia dos namorados dos mais apaixonados do mundo!
boa leitura <3
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Alexandre
Tal qual minha esposa bravinha, creio que vocês também venham querendo ter uma explicação do meu eminente sumiço nos últimos dias, deixando-a sozinha com duas crianças quase que em abandono paternal.
Acho que é válido ressaltar que todos esses sentimentos remetem à uma mulher vivendo o seu puerpério em um país que lhe fez muito mal, e que traz muitas lembranças as quais ela não quer lembrar.
De fato, esse ódio todo não é voltado a mim, mas sim a toda essa situação lamentável que estamos vivendo.
E foi justamente por isso que eu causei o maior bafafá no Centro Cultural, até que me liberassem por míseros quatro dias para que eu pudesse encontrá-los na Espanha.
Briguei com quem tinha que brigar, joguei na cara tudo que eu tinha feito pela empresa até aqui, e de alguma forma se compadeceram com a minha situação.
Fui liberado na terça-feira no horário do almoço para que eu pudesse pegar o próximo voo para Madrid, chegando a tempo de comemorar o dia dos namorados com a minha família. Em especial, com a mulher da minha vida.
Foram horas a fio dentro de um avião ou dentro de um aeroporto, fazendo um milhão de escalas e mais cansado do que qualquer dia na minha vida eu já tenha ficado.
Mas tudo valeu muito mais que a pena quando meus olhos visualizaram os seus, tão assustados e chocados como a situação pedia.
— Alexandre?
Assim que os olhinhos curiosos de Aurora me enxergaram, a criança deu um daqueles gritinhos fofos que apenas uma criança de poucos meses poderia dar. Jogou seu corpinho na minha direção, me obrigando a colocar tudo que eu tinha em mãos no chão daquele corredor para recebê-la em meus braços.
— Oi, minha Aurora. — aproveitei da pouca distância com aquelas bochechas gorduchas para beijar e apertar da forma que eu tanto ansiava enquanto estava longe. — Que saudade que o papai estava de você.
Giovanna permanecia quieta nos olhando, sem esboçar nenhuma outra reação que não fosse aquele olhar que eu bem conhecia.
Um olhar que ao mesmo tempo que era cheio de amor e gratidão por mim, tinha um tiquinho de ódio e raiva pelo estresse que lhe causei. A dubiedade de amar uma mulher de fases, é uma loucura.
Ela deu passagem para que eu entrasse dentro do apartamento com Aurora no colo, enquanto ela se encarregava de pegar minhas coisas do lado de fora.
Pegou o vaso de orquídeas, abriu o bilhete que eu tinha feito questão de escrever à mão antes de embarcar do Rio.
