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— Você sabe que eu te amo! — Miranda profere olhando para o marido por cima dos óculos de grau.

É domingo à tarde, a editora está no escritório de sua casa. Ela não deveria está trabalhando, mas, está. E Stephen não deveria continuar insistindo nessa ideia estapafúrdia de ménage. Sim, a Miranda pesquisou sobre o que se tratava e achou muito absurdo e teria varrido para os confins de sua mente se seu marido tivesse parado de insistir.

— Você nunca está a fim de nada comigo, Miranda. — Ele senta na cadeira em frente da mulher. — Você mal chega perto de mim. No sexo parece uma puritana, contrastando com a personalidade de Diabo que você sustenta para a mídia, revista e seus funcionários.

Miranda por fim para o que está fazendo para encarar o marido que depois de dois meses ainda insiste nesse absurdo. Ela encosta seu indicador na boca brincando com seu lábio inferior. Arrastando de um lado para o outro e com a ponta do salto direito ela faz sua cadeira girar lentamente para um lado e para o outro enquanto ouve as queixas do cônjuge.

— Imagina você, um empresário de renome, eu, Miranda Priestly, rainha e dama do gelo, procurando uma mulher para suprir suas fantasias sexuais e isso cair da mídia? Você por um caso, em algum momento parou para pensar nisso? — Ela solta os óculos na mesa e eleva uma sobrancelha para encarar o marido esperando uma resposta.

Ele se apruma na cadeira arrumando o colarinho. Ele não tinha pensado nas possíveis consequências, ele não tinha pensado no risco e em mais nada além de ter duas mulheres na cama e a Miranda tinha certeza disso.

— Claro que pensei. — Ele coça a nuca, Miranda sabe que ele está mentindo. — Existem garotas profissionais que estão acostumadas a fazer com celebridades e empresários como nós.

— Eu sou mulher de sair com prostituta, Stephen?

— Então se não fosse uma prostituta, você cogitaria? — Ele questiona sentindo que não está insistindo em vão, há esperança e possibilidade.

Miranda passa a língua no lábio superior. Ela percebeu que está cogitando fazer o capricho do marido. Mas, ela ainda não tinha parado para pensar como seria... se ficaria, ela sequer gosta de sexo oral. A primeira vez que deixou fazer, a barba dele incomodou, ela fez ele parar e nunca mais ela permitiu novamente.

— Não é sobre isso querido, eu só estou tentando fazer você enxergar o absurdo que é tudo isso que você está propondo.

— Você escolhe a garota, se for por não querer prostituta. Na Runway está cheio de modelo, há alguma que você possa convidar. Você decide o que pode e o que não pode. — Ele se levanta e dá a volta na mesa, começa a tocar os ombros da esposa. — Nem no auge da nossa paixão você se soltava Miranda, sempre muito travada e reprimida, isso pode ser o que falta para você se libertar e nosso casamento realmente dá certo. Uma putaria de casal.

Miranda balança a cabeça em negação de olhos fechados sentindo a massagem que recebe nos ombros de seu marido.

Ela já acostumou tem um tempo com as queixas dele na cama sobre ela. Ela sabe que ele tem razão, que ela limita muito ele na cama, não o deixa sequer fazer sexo oral nela.

— Eu vou pensar! — Miranda sorrir ainda negando com a cabeça.

Ela assiste o homem se entusiasmar e começar a falar sobre suas pesquisas, mas no fundo ela sabe que tudo o que ele está falando para ela, são relatos que provavelmente ele ouviu dos amigos.

Ela pega o telefone e disca o número que já decorou tem um tempo. Ela eleva a mão para que seu esposo se cale.

— Andreah, eu quero aquele quadro daquele chinês que teve a exposição na quinta-feira em Londres. — O sim ofegante da garota fez Miranda franzir o sobrolho, mas logo encerrar a ligação. Ela já ordenou o que queria.

— Você disse que iria pensar só para tentar me fazer parar de sugerir isso, não é? — Ele balança a cabeça em negação. — Eu vou sair e me divertir, continue aí fingindo ser o Diabo, mas na verdade, sendo apenas uma freirinha idiota que não sabe aproveitar os prazeres da vida.

Ele destila seu veneno e sai com passos apressados. Miranda deixa suas costas recostarem na cadeira. Ela fica por um bom tempo olhando para a porta. Ela sabe que seu casamento está decadente, que tudo indica que ela vai passar pelo terceiro divorcio e ela parece realmente travada em relação a fazer algo a respeito. Miranda respira pesado, coloca seus óculos e volta sua atenção para O livro.

Já passava da meia noite quando Miranda terminou O livro. A editora levanta da cadeira sentindo suas costas doerem. Elevando os braços em uma esticada lânguida ela se espreguiça. Está visivelmente cansada.

A editora caminha para fora do escritório direto para o quarto, uma de suas sobrancelhas é arqueada com a surpresa do marido não está na cama. Ela procura pelo esposo pela casa toda e não o encontra. Ela volta para o quarto, senta da cama e respira fundo. Ela percebe que realmente ele está levando essa ideia idiota a serio demais.

Cair em tentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora