Capítulo 3

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“Você tem que saber no
que está se metendo”
Dark Horse, Katy Perry

Abri os olhos apenas para ser cegado pela luz do Sol que estava invadindo o meu quarto.
Me arrastei até o banheiro, tomei um banho rápido e escovei os dentes.
Peguei as minhas coisas e caminhei até a empresa.

Em frente a empresa tinha um carro escandaloso estacionado que não sei dizer qual era a marca. E nem tinha interesse em saber.
Joguei as minhas coisas no chão e me sentei no pequeno sofá de dois lugares preto. Eu queria ficar em casa dormindo, mas sei que não posso fazer isso. E eu não dormiria mais do que 20 minutos. Então seria perda de tempo.
Eu estava começando a ficar preocupado. Nenhum dos meus clientes me mandou mensagem ou qualquer aviso.

Fui até o escritório do senhor O'Brien para poder conversar e parece que ele estava esperando a minha chegada, juntamente do filho dele.

Ignorei completamente o Erick e perguntei o que estava acontecendo, O'Brien sabia a resposta e tenho certeza disso.
Mas ele não me respondeu, ele pediu que o Erick respondesse a minha pergunta.

O garoto apertou suas mãos, respirou fundo e disse:

—Eu queria muito trabalhar com você, meu pai disse que seu trabalho é muito bom! Mas como percebi que você tem algo contra mim e que não aceitaria trabalhar comigo por escolha própria— Erick parou de falar e começou a coçar a nuca —Eu limpei a sua agenda para que pudéssemos trabalhar juntos!

A sensação de que eu fui feito de palhaço me abraçou e ficou rindo da minha cara.
Fiquei olhando o Erick pensando se eu deveria bater nele por fazer isso ou se deveria chorar de raiva. Mas eu apenas saí da sala e me sentei no sofá da recepção.

Minhas mãos estavam tremendo, tenho certeza que é apenas a minha raiva. Ou pode ser a minha ansiedade.
Agora eu teria que pensar em como suportar aquele imbecil sem surtar, eu realmente não queria ficar no mesmo lugar que ele — que bom que meu pedido foi atendido.
Fui até meu estúdio, peguei a minha câmera e voltei para a recepção. Sei muito bem que o pai do O'Brien Jr iria me chantagear para trabalhar com ele. Nem que fosse por apenas um dia.

Enquanto esperava o príncipe da cinderela sair do escritório do pai dele, a secretária do pai dele começou uma conversa comigo. As perguntas dela eram sempre as mesmas e isso estava começando a me deixar mais impaciente.

—E por que isso seria do seu interesse?— olhei para secretária que estava com o rosto pálido.

—Ele é uma pessoa de um coração puro! Por que você não gosta dele?— eu gargalhei e a encarei seriamente.

—Ainda não entendo como isso é do seu interesse, você gosta dele por acaso?

—Claro que não! Só não consigo entender como você pode ser tão diferente dos outros

—Diferente dos outros?

—Exatamente, você é o único que não fica...

—O único que não fica alimentando o ego dele? Eu não preciso e não vou fazer isso, o pai dele já faz isso sozinho

A mulher olhava para alguém que estava atrás de mim e, consideravelmente próximo.
Não precisei olhar para trás para saber quem era. Ele parecia estar bem ofendido e levemente irritado, foi possível perceber isso pela vermelhidão que o rosto dele estava. Garoto tomate.

Brevemente estávamos apenas eu e o principezinho, ele me olhava sem dizer uma palavra sequer. O olhar dele era profundo e indiferente, mas certamente curioso. Ele procurava saber ou encontrar alguma coisa em mim.
Virei meu rosto para o lado, não queria que ele passasse mais tempo me olhando. E não pense que estou com vergonha, apenas não quero contato com ele.

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