Capítulo 4

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"E eu simplesmente não consigo
me afastar
Sob o feitiço dele que eu
Não consigo desmanchar"
Closer, Ne-Yo

O dia estava bem frio. A previsão do tempo disse que ficaria frio nos próximo dias, só não esperava me tornar uma estátua de gelo.
Eu estava usando um conjunto de moletom que ganhei do meu pai, mas continuava muito frio. Então peguei o cobertor mais quentinho que tinha e me enrolei nele.
Hoje eu precisaria escolher quem seria o meu fotógrafo pessoal, e sei que existe apenas uma escolha certa a se fazer.

O trabalho do Félix é de fazer qualquer um ficar encantado, digo isso porque eu comparei os trabalhos que eu mais gostei com o dele. A diferença de qualidade dos outros comparados com o do Félix é IMENSA.

Na minha mesa tinha um papel que, na verdade, era um contrato. Eu precisava que o Félix assinasse aquele contrato para que pudéssemos trabalhar juntos, mas julgando pela maneira que ele me olha com desprezo, será impossível que ele assine esse contrato.

Enquanto navegava em meus pensamentos, alguém bateu à porta, me assustando. Me levantei e abri a porta.
Era o Henry. Ficamos afastados por bastante tempo, ele não mudou nada. A pele pálida, os olhos cor de esmeralda e o cabelo bagunçado continuavam da mesma maneira que eu me lembrava.

—Não vai me dizer nem um oi? Que triste— mesmo estando enrolado no cobertor, eu o abracei fortemente —Você parece um pouco ocupado...

—E eu estou, mas sempre tenho tempo pra conversar com você— fechei os meus olhos —O que você precisa?

—Nada, eu só queria ver você... a gente não se fala há bastante tempo

—Sei disso, como tem andado a sua família?

—Péssima como sempre, e a sua?

—A mesma coisa de sempre!

Henry e eu ficamos conversando sobre como nada tinha mudado e continuava a mesma coisa, entretanto deixei escapar que eu conheci o Félix pessoalmente depois de anos.
Ele insistiu que eu lhe contasse sobre como ele era pessoalmente mas eu mudei de assunto. Sei muito bem que quando Henry se empolga com alguma coisa, ele e eu criamos ideias ridículas e tentamos reproduzi-las.

Eu não estava com muita vontade de sair hoje, então continuei em casa. Félix me avisou mais cedo que não poderia trabalhar, e eu não tinha razão alguma para ir até a empresa hoje.
Eu estava quase cochilando quando Henry me cutucou e disse que ele tinha uma pergunta a fazer.

—Pode falar— ele riu baixinho e manteve um sorriso logo depois.

—Você realmente gosta dele, não gosta?— Henry perguntou me dando tapinhas no ombro.

—Eu já disse que não gosto dele desse jeito!

—Isso é história pra boi dormir caralho, todo mundo da empresa sabe que você gosta dele! E nem tente dizer que você só gostou da aparência dele, eu conheço você muito bem

—Odeio quando você me encurrala assim...

—E como ele é pessoalmente?

—Pessoalmente? Ele é baixinho, marrento, impaciente e muito bonito... não me olha assim!

—E você ainda tem a cara de pau de dizer que não gosta dele...

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