Capítulo 30

68 6 0
                                    


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


O vento salgado chicoteava seus cabelos dourados. O homem de trajes antigos, de uma monarquia refinada e exuberante, parecia-se com um espectro imortal e faminto, diferente de como o conheci quando a sua voz me narrou histórias que eu desconhecia. Do outro lado, os soldados estavam a postos, mas foram os piratas os primeiros à avançar.

O choque das espadas ansiou no vento.

O espetáculo de horror que se inicia é violento e cruel, mas eu não consigo desviar.

O grupo de piratas liderado por Callisto era consideravelmente pequeno. Os soldados tinham uma vantagem assustadora em número sobre eles, mas não existia somente aqueles piratas no navio. Eles eram bem mais, muito mais. Sendo sucessor da linhagem real, o legítimo, assim como eu, Callisto também fora preparado dia após dia para ficar à frente de qualquer planejamento de ataque. Eles não eram os únicos, mas onde estavam os outros?

Ele tinha um plano.

Esgueiro-me outra vez, apertando as grades de ferro e impulsiono o corpo para cima. Mas os meus braços queimam com a força aplicada e involuntariamente, meus pés alcançam novamente a cama de pedra, hesitante.

Se eu tivesse uma espada. Se ao menos conseguisse uma única chance de escapar... Não hesitaria em ajudá-los.

Os guardas se movimentam nos corredores das celas, apressados. Aguço meus sentidos para ouvir cada movimento e pequeno passo, tentando decifrar os caminhos que eles percorreriam, mas não era novo. Eles estavam seguindo em direção ao pátio, a luta. Mais homens se uniriam à guerra e Callisto e os piratas seriam encurralados. Se não perdessem pela minoria, seriam derrotados pela exaustão de resistir. Corro em direção as grades e agarro elas.

— Me tirem daqui!

Grito com toda a força dos meus pulmões, tentando desesperadamente ter a atenção de algum dos guardas, mas nenhum deles olha para mim. Todos seguem em uma fileira orquestrada com passos rítmicos em direção à saída, com exceção de um único guarda que se mantém a vigília do corredor e outro que se aproxima com passos cautelosos.

A armadura de ferro parece pesada e resmunga mesmo diante os movimentos mais curtos. Ele tem em mãos um grande escudo colocado em frente ao seu corpo que esconde metade do seu torso. Não consigo reconhecê-lo, seja quem for, por trás do capacete de ferro.

— O rei ordena que o exilado seja levado à masmorra.

O meu coração dispara, sem nenhum controle. Exilado?

Era isso que eu havia me tornado para o meu pai?

Parecendo confuso, o outro guarda demora um pouco para falar.

— Esta ordem não chegou até mim — disse, e então se aproximou do soldado sem rosto. — Qual o seu nome, soldado?

Um único instante de silêncio bastou para que as espadas fossem empunhadas, ao mesmo tempo. Algo de errado estava acontecendo ali, e o soldado a posto da vigília do corredor foi o primeiro a perceber. As espadas se encontraram no ar, levantando faiscas no encontro bruto. O barulho metálico escorria pelos corredores, mas não abafava o que acontecia lá fora. Os piratas estavam em perigo.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 30 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

ALGUM LUGAR DO OCEANOOnde histórias criam vida. Descubra agora