Capítulo 11

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A manhã do dia seguinte irrompeu com um raio de luz intenso que me obrigou a apertar os olhos, perturbado

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A manhã do dia seguinte irrompeu com um raio de luz intenso que me obrigou a apertar os olhos, perturbado. Ainda sentia as pontadas lancinantes na parte de trás da minha cabeça, resultado das noites mal dormidas. Não importava o quanto tentasse, nunca me acostumaria aquela vida.

Sentia falta de casa. Eu preciso ir para casa.

Inclino meu corpo e apoio os cotovelos no colchão para espiar ao redor, no enorme dormitório, mas não encontro ninguém ali. Encaro o céu azul e os sussurros da brisa marinha me saúdam com um bom dia. O sol se estende quase no centro do horizonte infinito. Arregalo os olhos e levanto-me às pressas, falhando aos meus tropeços.

Eu estava exausto demais depois de um dia inteiro sob a vigia do sol escaldante, arrumando as velas e acabei dormindo mais do que devia. Pelo sol que brilhava forte lá fora, já devia ser quase meio-dia. Os piratas se levantam antes mesmo do nascer da estrela.

Isso era terrível, terrível mesmo. Ficar na cama até tarde, mesmo que eu não tivesse escolha, não ia me fazer ganhar o respeito dos outros piratas e, pior: não deixaria Rhascourt contente sobre o nosso trato. Ele ia achar que eu estava me aproveitando da sua hospitalidade ao me dar uma acomodação melhor que a que me era previsto desde o começo.

Corri pela madeira que rangia sob meus pés, procurando pelos piratas que se espalhavam pelo navio. A maioria deles faziam seus afazeres, uns limpando, outros ajudando no convés ou navegando, sempre atentos nos caprichos dos deuses dos mares.

O ar salgado me enchia com liberdade e eu tento o máximo que posso, respirá-lo intensamente, com o peito aberto, enquanto atravessava caminho entre os homens, procurando um rosto em específico.

Os cabelos flamejantes do pirata parecem cintilar sob o sol.

— Bom dia, Bela Adormecida.

O cansaço faz meu rosto corar.

— Por que não me acordou?

— Eu até quis. Precisava de você para me ajudar a limpar a dispensa lá embaixo, mas segui ordens.

— Ordens de quem? — pergunto, incrédulo. Aquilo ainda era novidade para mim. Estava acostumado a ser aquele quem dá as ordens, não quem as recebe.

Ace soltou um sorrisinho antes de me dar as costas, e assim, sem mais nem menos, saiu.

— Minhas — a voz rouca atrás de mim me fez semicerrar os olhos, já à espera de uma bronca, mas ela não vem. — Venha comigo até a minha cabine. Tenho novas dos seus homens.

Aquilo faz meu coração bater com a força de mil canhões. O meu estômago ainda está rugindo, e sinto que preciso de um banho antes de começar os afazeres do dia, mas Rhascourt já se apressa em caminhar até sua cabine e eu faço o mesmo, seguindo os seus passos rápidos com alguma lentidão pela dor que ainda ecoa dentro das minhas entranhas.

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