TABU

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Os lençóis estavam abaixo de mim e um cobertor me cobria até a cintura. Era bom me sentir quente depois de ter acordado em uma banheira de gelo. Acho que não foi uma ideia tão inteligente ir para um bar afogar meus problemas. Não lembro muito bem do que aconteceu. Algumas partes estão em branco, mas consigo me lembrar de basicamente tudo o que aconteceu. Enfiei a mão dentro do cobertor e toquei minha cintura. Estava um pouco dolorido. Com certeza parte do rim removido era real.

- você se lembra de mais alguma coisa? Ou qualquer outro detalhe? – perguntou o detetive com seu pequeno bloco de notas na mão.

- Já disse tudo o que me lembro. Eu bebi demais, um estranho ofereceu ajuda, me levou para um hotel e enfiou uma agulha no meu pescoço. Eu me senti tonto e dormi. Quando acordei eu já estava na banheira.

- Mason! – falou meu pai entrando no quarto de supetão. Logo atrás dele estava minha irmã Lea e uma mulher de pele negra e cabelos esvoaçantes que também tinha uma expressão preocupada.

- pai? – falei confuso.

- você está bem? – perguntou meu pai se aproximando de mim e colocando a mão em meus cabelos.

- estou bem – falei olhando para Lea e em seguida para a mulher de olhos castanhos.

- essa daqui é sua mãe – falou meu pai me apresentando.

- Bonnie? – perguntei vendo ela se aproximar.

- sim. Bonnie – falou ela colocando a mão na boca deixando algumas lágrimas caírem.

- vocês tem alguma pista de quem fez isso com ele?

- nenhuma – falou o policial fechando sua caderneta.

- esse bar não tinha câmera de seguranças?

- na verdade o prédio ao lado tem câmeras, mas não conseguimos pegar nada mais do que as costas dele. Esse cara é profissional e sabia que haviam câmeras. A placa no carro é obviamente falsa.

- Se vocês tiveram alguma pista ou descobrirem algo me liguem – falou meu pai tirando um cartão de visitas do terno.

O policial pegou o cartão da mão do meu pai e em seguida saiu do quarto.

- o que aconteceu? – perguntou minha mão segurando em minha mão.

- eu estava bebendo em um bar e esse cara ofereceu ajuda e conversa vai, conversa vem nós acabamos indo para um hotel. Tudo fica meio sombrio depois dai.

- ele só pegou um rim? – perguntou Lea confusa.

- sim.

Meu pai parecia preocupado e estava pensativo como se estivesse com raiva de mim, com raiva do ladrão, com raiva de toda a situação.

- que droga Mason! – exclamou meu pai levando a mão até maus cabelos – onde você foi se meter?

- a culpa não é dele pai – falou Lea – ele foi a vítima.

- eu sei – falou meu pai triste – é só que... se eu pudesse ter feito algo...

- boa noite – falou uma médica entrando no quarto – Sou a Dra. Garner e sou nefrologista.

- Como ele está doutora? – perguntou meu pai apertando a mão da médica – ele vai ficar bem?

- bem, na verdade ela está em uma situação muito boa – falou a médica quase com um sorriso no rosto – Quem quer sejam esses ladrões de órgãos, eles fizeram uma nefrectomia limpa e estéril.

- que bom – falou minha mãe ainda segurando minha mão.

- a policia tem alguma pista sobre a identidade dessas pessoas? – perguntou a médica.

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