A BESTA INTERIOR

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Quando abri os olhos naquela manhã a primeira coisa que senti foi uma pequena dor. Não em qualquer lugar, mas em meu ânus. Acho que Kevin e eu estávamos um pouco eufóricos na noite passada. Era um pequeno ardor, mas nada fora do normal. É o que acontece quando se fode com força. Olhei para meu lado na cama, mas não havia ninguém. O Relógio no criado mudo marcava pouco mais das sete horas da manhã. Ainda não acredito que me entreguei a Kevin na noite passada. Não me arrependo. Foram precisos alguns beijos e toques e eu me lembrei de algumas coisas. Significa que nem tudo está perdido.

Levantei da cama e entrei em seu banheiro. Era a primeira vez que entrava no banheiro do quarto dele e eu levei um susto ao ver um banheiro enorme com uma hidromassagem. Era gigante. Talvez maior do que o quarto. Die uma volta e fui até a hidromassagem que estava fazia. Havia alguns armas e velas. Fiquei imaginando as coisas que já tinham acontecido naquele lugar. Tudo aquilo tinha cheiro de luxuria. Dava pra sentir no ar.

Fui até a privada apenas de pijama e tirei meu membro para fora e urinei. Dei descarga, lavei as mãos e sai do quarto de Kevin e fui até o meu. Escovei os dentes e tomei um banho quente. Vesti uma roupa bem confortável e desci as escadas. Senti o cheiro de café da manhã no ar e imaginei que Kevin estivesse fazendo algo. Estava certo. Haviam panquecas, sucos e frutas picadas dentro de uma travessa em cima da mesa, mas Kevin não estava sozinho.

Olhei através da porta de vidro da cozinha e vi que Kevin estava sentado em uma das cadeiras de praia da cozinha ao lado de um outro homem. Os dois estavam fumando e conversando. Ao me ver Kevin deu um sorriso e apagou o cigarro no cinzeiro caminhando até mim. Eu abri a porta da cozinha e ao chegar perto de mim ele me abraçou e deu um beijo na minha boca.

- bom dia – falou ele dando dois selinhos.

- bom dia – falei correspondendo aos seus beijos – o que é isso? Todo dia agora vai aparecer um estranho na sua piscina?

- Mason esse daqui é Justin Southworth – falou Kevin parado ao meu lado – Justin é piloto e nós somos amigos.

- desculpa aparecer sem avisar – falou Justin apertando minha mão – eu só queria ver como você está.

- não tem problema. A casa nem é minha e eu fico reclamando – falei sem graça. Justin parecia ser legal. Pelo menos não era um vizinho qualquer. Justin não era muito alto, tinha cabelos e olhos castanhos penteados em um topete e usava uma barba cerrada no rosto com destaque no cavanhaque no estilo âncora.

- nós nos víamos muito antes do acidente – falou Justin tentando enfatizar que ele me conhecia bem – espero que possamos continuarmos a ter a mesma relação que nós tínhamos de antes do acidente.

Quando Justin disse aquilo eu vi que Kevin limpou a garganta incomodado pelo comentário e Justin ficou calado e não disse mais nada..

- eu também. Só depende disso aqui voltar a funcionar – falei apontando para minha cabeça e os dois riram. Percebi que o riso era um pouco falso. Não sei porque, mas eu tinha a impressão de que Kevin não tinha me contado tudo o que deveria saber sobre mim mesmo.

- meu amor você pode ir até a porta pegar o jornal pra mim por gentileza?

- claro.

- obrigado – falou Kevin dando um selinho no meu rosto.

Voltei para a cozinha e atravessei a sala até que sai pela porta da frente. Buddha estava deitado na grama aproveitando os raios do sol que vinham através das árvores.

Abri o portão e vi que tinha uma mulher loira do outro lado da rua fazendo o mesmo. Ela abriu o portão e se abaixou para pegar o jornal que estava no chão. Ela estava com uma caneca na mão e estava vestida com um robe azul.

Deus AmericanoOnde histórias criam vida. Descubra agora