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•Rosé•
- o-o que... está fazendo aqui? - eu perguntei com a voz trêmula, meu corpo estremeceu e todos os flashback dos dias que esse homem me agarrou e me abusou violentamente, todos vieram a tona. a minha respiração estava desregulada, porém, precisava manter a calma, pois Hwasa estava bem do meu lado. mas eu acho que ela percebeu isso.
- Rosé?... você está pálida, o que aconteceu? quer uma água? alguma coisa? - eu não conseguia escutar o que Hwasa estava falando, eu só ficava no desgraçado na minha frente, notando cada movimentos que ele fazia. eu estava alerta para alguma desgraça que possa acontecer comigo.
- não se preocupe, moça. Rosé só está surpresa em me ver, não é sobrinha?
- s-sim...- respondo. desviei o olhar para Hwasa que ainda me olhava preocupada.
Ezequiel me olhava com um olhar diabólico, como estivesse prestes de devorar a sua presa, e a sua refém era eu. naquele momento, eu sentia que estava nadando contra uma correnteza, seus olhos castanhos escuros eram a represa, e as turbilhões de águas que me deixavam afogada eram as lembranças nebulosa.
malditas dias em que mamãe me deixou sozinha em casa...
se ela nunca tivesse me deixado sozinha naquela casa, eu estava tão feliz hoje em dia. eu não me importaria olhar para o espelho e sentir nojo de mim mesma. meu corpo é sujo, minhas mãos que usavam para lhe masturbar, se eu pudesse arrancaria elas. e meus olhos, eu queria ficar cega naquele momento, para não rever aquele monstro na minha frente.
desviei o olhar para a Hwasa, ela continuava me olhando, desta vez com um ar mais sério e enquanto ela me olhava, ela segurava a minha mão, talvez me tranquilizando. mas nada me deixava calma vendo Ezequiel na minha frente, e mais desespero subia em tona vendo seu sorriso pouco a pouco crescer. ele sabia perfeitamente que eu estava em puro desespero, e se divertiam com aquilo.
maldito homem.
- eu queria conversar com a minha sobrinha a sós, pode nos deixar sozinhos, moça? - ouço sua voz rouca soar nos meus ouvidos, meu corpo estremecia. meu coração pulsava, e sentia que estava morrendo lentamente naquele momento. merda, merda... porra. preciso me manter bem para Hwasa não ficar preocupada -mas é tarde demais- ela já estava. apertei devagar na sua mão e dou um leve sorriso, ela precisava ir embora dali mesmo, eu estava com medo do que Ezequiel possa fazer com ela. eu estava com medo de tudo, e todos ao meu redor e para piorar a música "immortal she" começou a tocar deixando o ambiente mais tenebroso ainda. Santo Deus...eu espero que eu não morra hoje.
