Capítulo 5: O menino do deserto

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Padmé não tinha ideia de como Tatooine era. Um imenso deserto. Areia, areia e mais areia. Montes de areia. O ar era como se fosse feito de areia. O sol, na verdade os dois sóis, transformavam o lugar em uma enorme fornalha. No entanto, algo a intrigava.
— O que será? — ela murmurou.
Seu coração estava enlaçado por um sentimento suave. Ela apenas desejava entender, mas não podia perder tempo com aquilo naquele momento. Tinha que resolver rapidamente a situação em Naboo. Por isso, assim que a nave pousou em Tatooine e o Jedi Qui-gon seguiu em direção à feira da cidade, ela resolveu acompanhá-lo. Não queria ficar parada.
– Não saiam de perto de mim. - o jedi os instruiu.
– Claro, Senhor. - jar jar binks falou, tropeçando logo em seguida.
Padmé observava tudo com curiosidade. Era como uma cidade feita de areia, uma feira de troca, basicamente. Indivíduos andando pra lá e pra cá. Seres de toda a galáxia, a cidade parecia extremamente agitada.
– Algum evento importante na cidade? -ela perguntou.
– Se me lembro bem, é uma corrida de Pod que acontecerá amanhã. A cidade sempre fica movimentada. – Qui-gon respondeu.
R2-D2, que os acompanhava, confirmou.
– Parece muito divertido, podemos participar?-jar jar quis saber.
– Lembra do que disse a você antes de sairmos da nave?
Jar jar bufou.
– Sem bagunça, jar jar.
Padmé riu da cara que ele fez.
Qui-gon tratou de conversar com um comerciante esverdeado. Ele procurava por um hiperporpulsor.
– Quanto você custa?
Ela se assustou com uma voz próxima ao seu pescoço. Virou-se abruptamente e deu de cara com um asqueroso ser de um olho só e pele alaranjada.
– Perdão?
- Gostaria de saber qual é o seu preço. - ele cutucou a barriga dela.– parece muito boa.
- Por favor, evite tocar em mim.
Com um gesto rápido, ela acertou um tapa naquela mão.
– Que escrava é essa? -ele se indignou - quanto você custa? Me responda!
– Você não vai me comprar porque não tenho preço! - ela apontou o dedo para ele - E não é porque eu não valha nada. Pessoas não são compradas! Isso vai contra a dignidade.
- Calma, padmé. - interveio o jedi.
E ela respirou fundo.
- Isso é algo bastante comum por aqui, por que ela teve essa reação? – escutou alguém murmurar.
- Que situação lamentável. Como algo assim pode ser considerado comum?
- É realmente triste, Padmé - lamentou Jar jar.
Quando procurou pelo alienígena de um olho só, não o encontrou; Qui-gon havia-o afastado.
- Venham. Não se distraiam.-chamou-os o jedi, entrando em uma loja.
Ela correu em sua direção e logo avistou o comerciante. Ele voava e não era nada agradável visualmente, com um nariz comprido, pele enrugada e uma voz desagradável. Tratava Qui-gon com desprezo, como se o jedi fosse um cliente que ele poderia extrair todo o dinheiro que quisesse. Convidou qui-gon jinn para a parte interna da loja, onde poderiam ver a peça que o jedi procurava. Antes de sair, falou em outra língua com um menino loiro que acabara de entrar na sala. Padmé observou atentamente.
  O garoto se sentou no balcão e começou a mexer em um objeto que aparentemente precisava de conserto. Ela observou ao redor. Havia muitas coisas, muitas peças e cacarecos. Androides meio danificados e sujos. Algumas bugigangas nos cantos. Mesmo assim, tudo capturava sua atenção. Despertava sua curiosidade.
Tatooine era bonita à sua maneira, ela teve que admitir. Pensou se seria diferente viver longe dos centros urbanos como aquele, em um lugar mais remoto. Apenas areia. "Não seria tão ruim assim". Olhou para o balcão onde o garoto estava, ele parecia concentrado no conserto, mas rapidamente, como se soubesse que estava sendo observado por ela, encarou-a nos olhos. E seu coração se encheu de um sentimento caloroso, como um puxão. Um encontro. Curioso.

𝙁𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪 - 𝐀𝐧𝐚𝐤𝐢𝐧 𝐒𝐤𝐲𝐰𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora