𝙁𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪 - 𝐀𝐧𝐚𝐤𝐢𝐧 𝐒𝐤𝐲𝐰𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫

Capítulo 18: Naboo - A fortaleza da vida

Anakin havia se esquecido do quanto Naboo trazia tranquilidade a ele - algo que não podia ser explicado. Seus temores e desejos se acalmavam ao contemplar aquele planeta.
Sentia que uma parte de si pertencia àquele lugar.
Apesar de ter crescido em um ambiente seco e esquecido pelo tempo, Anakin ansiava por ter vivido em Naboo. O planeta era um oásis de vida, com suas exuberantes árvores e campos da cor de um verde vivido e saudável e sem contar as cachoeiras de água pura. A memória de sua última visita permanecia fresca em sua mente, como se tivesse sido ontem. Tudo naquele lugar era simplesmente extraordinário.
Quando pousaram naquele planeta, ele e Padmé precisaram se dirigir à rainha para resolver alguns assuntos, mas logo resolveram e foram para a residência da senadora. Anakin observou com admiração. Era impressionante como a casa de Padmé refletia sua essência. Era tão... tão como ela. Transmitia uma imensa elegância, mas ainda assim, irradiava humildade. Era bela e serena, mas também podia se tornar agitada em muitos momentos. Era magnífica. O jardim bem cuidado exibia uma variedade de flores e arbustos. A casa era espaçosa.
Ele foi alocado no quarto ao lado do de Padmé. Alguns sussurros foram ouvidos sobre essa decisão, mas foi um pedido restrito do conselho de que ele ficasse o mais próximo possível dela.
Desde a chegada, Anakin estava deitado na cama, contemplando o teto adornado com delicadas luminárias. A noite já havia chegado. Ele e Padmé haviam concordado em descansar antes do jantar, e depois de trazerem as malas para dentro, cada um seguiu para seu respectivo quarto. Skywalker permanecia em silêncio, sentindo a presença dela no quarto ao lado.
"Será mais desafiador do que imaginei.", pensou.
As cachoeiras ao fundo distante soavam como uma melodia.
Ele fechou os olhos. O cheiro de lá era único. Doce. Acolhedor. Calmo. Silencioso. Águas. Amor.
Sentou-se e respirou fundo. Podia sentir que padmé andava pelo quarto, parecia nervosa. E ele se perguntou o motivo daquilo. Mas, como um estalar de dedos, ela parou e saiu do quarto. Ele conseguiu ouvir quando ela fechou a porta. Anakin se espreguiçou, caminhou em direção ao espelho no canto e passou a mão pelos cabelos curtos, e logo depois pegou a camisa branca de mangas longas que estava em cima da cadeira. A colocou, afinal não poderia descer sem ela. Receberia um sermão de padmé, dizendo o quanto aquilo era inapropriado. Ele quase conseguiu ouvir a voz dela em sua mente.
Ao sair do aposento, percorreu o corredor banhado por tênues luminárias de luz amena, uma luz quente. Confortável. A atmosfera era aconchegante. Anakin parecia à vontade. Avançou descalço, desceu os degraus, andou por alguns corredores e alcançou, por fim, um amplo salão. As vastas janelas ali existentes permitiam sentir a brisa fresca. Alguns insetos brilhantes repousavam nas cortinas. Aquilo era uma fortaleza. Não pela proteção ou pela presença de guardas d lado de fora, mas sim por que era um lar. Ele sentia que ali era um lar de verdade.
Caminhou lentamente até a varanda e desfrutou de uma vista espetacular. Sentiu que era ainda mais especial do que aquela que contemplara na varanda do Palácio ao lado de Padmé.
Tudo estava em silêncio.
A natureza parecia acalmar o local, algo que o jovem aprendiz apreciava. A diferença era gritante em relação a Tatooine, onde as dunas de areia pareciam um cemitério de sonhos. Onde a esperança nascia e morria em um piscar de olhos.
Cada planeta tinha sua beleza única, porém, Naboo carregava consigo uma atmosfera nostálgica, cativante. E o fato de ser tão a cara dela, deixava Anakin genuinamente feliz. Não seria surpreendente descobrir que a senadora havia dedicado um desenho ou texto àquelas paisagens, proporcionando vida ao local. Era uma paisagem que combinava perfeitamente com ela: as ilhas repletas de vida, as flores desabrochando ao redor, o céu azul intenso, os lagos e cascatas intermináveis.
E ele sorriu simplesmente.