Anakin estava quieto. As dunas de areia daquele planeta que jazia no fundo de sua mente estavam ali a sua frente, mais uma vez.
A brisa o envolveu. Como sempre o envolvia. Aquele sentimento de distância. Fundo da mente.
Tatooine.
Terra esquecida. Terra das esperanças desfeitas. Antigo lar.
Ele respirou fundo e desceu da nave acompanhado por padmé, que usava roupas e capa de um tom de azul e cinza. Estava encantadora, como sempre.
Tinham de ser discretos antes de tudo. R2 os seguiu, dando-lhes atualizações a respeito do local e o que tanto havia mudado. Logo pegaram um veículo voador e não tardaram em entrar.
Enquanto dirigia pelas ruas familiares, Anakin olhava para o rosto das pessoas que passavam. Seres diversos. Nenhum deles, sua mãe. Seu coração era tomado pela angústia de não saber ao certo o que lhe acontecera.
Travou a mandíbula.
"Ingrato e estúpido.", pensou de si mesmo. Percebeu que Padmé o olhava de relance as vezes. Ela estava preocupada, e ele se amaldiçoava por isso. Não devia trazer problemas para ela. A senadora já os tinha demais.
– Ani, você está bem? -ela sussurrou.
– Estou, sim.
– Vamos achá-la, Ani.
Ele a olhou rapidamente. Padmé mantinha uma expressão serena. Reconfortante. A alma dela era tão gentil. Ele não a merecia, pensou.
E então, depois de algumas ruas finalmente chegaram. O padawan desceu do veículo e estendeu a mão para Padmé, que a segurou com firmeza.
Caminharam em direção à loja muito conhecida pelo jovem. Lá estava Watto. Parecia praticamente igual. Mesmo nariz comprido e enrugado. Os olhos grandes.
Um bicho esquisitinho.
– Espere aqui. -Anakin pediu, olhando para Padmé.
Seguiu para mais perto de Watto. Ele reclamava com outro ser a respeito de um mal funcionamento em um mecanismo. Parecia indignado com um simples problema.
As pessoas em Tatooine pareciam as mesmas.
– Reclamando de novo? -anakin perguntou, intrometendo-se.
O vendedor o olhou com desdém, mas parecia ofendido.
– Quem você pensa que é? Saia daqui forasteiro.
– Fazendo uma algazarra por um pequeno problema, dei-me isso.
O padawan pegou o objeto e o analisou com cuidado. Watto estava confuso. Não sabia quem ele era, aparentemente. Não o reconheceu.
Mas quando Anakin começou a analisar as peças do objeto em suas mãos, o vendedor arregalou os olhos de leve.
Padmé e R2 se aproximaram acanhadamente, ficando ao lado do padawan.
– Ani? Você é o Ani! Não é mesmo?
Watto perguntou, rindo logo em seguida.
– Você espichou, menino! Um jedi, se tornou um jedi...mas quem diria?!
Anakin colocou o objeto em cima da bancada. Watto parecia surpreso. E o jovem chegou a pensar que todos que ele conhecia por ali ficariam chocados se o vissem. Afinal, ele mudara bastante.
– Talvez você possa me ajudar com alguns caloteiros que me devem dinheiro.
– Minha mãe. -Ani foi direto ao ponto.
O comerciante ficou sério. Havia compreendido a volta do rapaz.
– Ah, sim. Entendo. -ele respondeu.
Anakin não sabia se estava equivocado, mas parecia transmitir medo à Watto, pois ele parecia intimidado.
– Ela não me pertence mais, eu a vendi. -o vendedor respondeu acanhado.
– Vendeu ela?
– Faz alguns anos. -Watto continuou.- Desculpe, Ani. Sabe como é, negócios são negócios.
Eu a vendi para um fazendeiro de umidade chamado Lars.
Anakin suspirou. Não podia acreditar. A mãe estava por aí. Sabe-se onde em tatooine.
Shmi, pelos céus.
Padmé, percebendo que ele estava angustiado, segurou sua mão discretamente. Tentando lhe transmitir ajuda e conforto.
– Pelo menos eu acho que era Lars. -Watto continuou falando.- Acredite se quiser, Ani, ele deu a alforria a Shmi e se casou com ela. Quero ver contar uma melhor.
– E sabe onde estão agora?
– Oh, bem longe daqui. Em outro lugar além de Mos eisley. -o comerciante respondeu rindo.
– Eu quero saber.
Sentiu que o ar ficou tenso.
– Oh, claro. Com certeza. - o comerciante apressou-se em dizer, rindo sem jeito - Vou falar com uns informantes.—————☆—————
Desceram do veiculo.
Se as informações de Watto estivessem corretas, era ali mesmo. Um lugar afastado dos centros das cidades. Um lugar no meio do nada. Apenas areia.
– Tome conta da nave, R2.- a Senadora instruiu o androide.
Havia uma pequena casa. Anakin encarou a visão por alguns segundos, mas logo começou a andar, com padmé ao seu lado.
E então, avistou um androide. Meio enfurrajado, mas muito falante. Andava em direção à eles tagarelando algumas coisas.
Anakin o reconheceu imediatamente.
– Oh, olá! Em que posso ajudá-los? Eu sou...
– C3-PO. -o padawan concluiu.
O androide parecia confuso, mas, como se algo tivesse se ativado, soltou um grito de surpresa.
– O criador! -se aproximou mais.- mestre Ani, eu sabia que o senhor retornaria.
C3-PO exibia uma felicidade genuína, considerando que era uma máquina.
Em seguida, dirigiu-se à Senadora que estava ao lado de Anakin.
— E senhorita Padmé, céus! Como vocês dois mudaram!
– Olá, C3-PO. -ela o cumprimentou.
– Benditos circuitos, estou tão feliz em ver os dois.
– Eu vim encontrar minha mãe.
– Hm, eu acho melhor nós entrarmos.
Sem esperar por uma resposta, o androide virou-se e começou a se dirigir à casa, atravessando o horizonte de areia solitária.
Desceram algumas escadas de areia clara até avistarem duas pessoas que aparentavam estar desconfiadas.
– Mestre, gostaria de apresentar dois visitantes.
– eu sou Anakin Skywalker.
Os olhos do jovem diante dele se arregalaram, como se não conseguisse acreditar no que acabara de escutar.
– E eu... me chamo Owen Lars. E essa é minha namorada, Beru.
A moça tímida fez um movimento afirmativo com a cabeça, aproximando-se um pouco mais de seu companheiro.
– Olá.
A senadora sorriu, tentando aliviar o desconforto provocado pela visita inesperada.
– Meu nome é Padmé.
Beru retribuiu o sorriso de maneira amável.
– Eu sou seu meio irmão, sempre achei que um dia apareceria.
Anakin esboçou um sorriso fraco.
Um irmão. Ele tinha um irmão. E por todos esses anos, nem mesmo suspeitara disso. Não conseguia imaginar.
– Minha mãe está aqui?
O rapaz ficou abalado de repente, algo que fez anakin detestar aquela reação. Algo de errado. Algo de errado havia acontecido. Por mais que lutasse contra todos os indícios, o óbvio não poderia ser silenciado.
– Não, não está. – Um homem surgiu.
Ele usava uma cadeira para se movimentar. Anakin o observou atentamente; parecia um homem cuja vida exigira muito trabalho. Suas mãos estavam calejadas e sua pele bem bronzeada, resultado evidente de anos sob o sol escaldante.
– Cliegg Lars. – o homem se apresentou.- Shmi é minha mulher. É melhor nós entrarmos. Temos muito o que conversar.——————☆——————
– Foi pouco antes do amanhecer. - Lars começou.- Eles apareceram do nada, um grupo de caçadores do povo da areia. Sua mãe tinha saído de casa cedo como ela sempre fazia para pegar cogumelos que crescem aqui perto.
Anakin sentia seu coração doer.
Engoliu em seco. Havia fracassado, de fato.
Falhara miseravelmente. Sua mãe. Alma bondosa e amável. Ele nunca se perdoaria por tê-la deixado passar por qualquer desespero.
– Segundo seus rastros, ela estava à meio caminho de casa quando a pegaram. -o homem falou com angústia.- Aqueles seres parecem homens mas são selvagens. Monstros.
Trinta pessoas foram resgatá-la, mas só quatro de nós retornaram. Eu queria ter tentado outra vez, mas depois que perdi minha perna, não posso mais pilotar até me curar. Não quero desistir dela, mas já faz um mês. Há pouca esperança de que ela tenha resistido.
Padmé olhou de soslaio para Anakin. Ele parecia estático. Sua respiração levemente desconpassada. Ela sabia que a cabeça dele estava uma bagunça. De que provavelmente estaria se culpando por tudo aquilo. E seu coração doeu.
De repente, o padawn levantou-se.
– Aonde você vai? -o irmão perguntou.
– Achar a minha mãe
– Sua mãe está morta, filho. Aceite isso.
Anakin não deu importância e saiu, subiu as escadas resoluto.
Padmé o seguiu.
Ela sentia a angústia que emanava dele. O medo. O sentimento de fracasso. Quando terminou de subir as escadas, o viu parado de costas para ela. Pensou que ele estaria chorando, mas sabia que ele se esforçava para não o fazer. Mas aquele desespero crescente parecia batalhar com ele. Ela esperava que ele chorasse ou que um grito de dor ressoasse de sua garganta a qualquer instante.
A senadora andou com cautela até chegar perto de Anakin.
– Você vai ter que ficar aqui. São boas pessoas vai estar protegida.
– Anakin...
– Confie em mim. Sei que não farão mal a você, e se tentarem...
Padmé o interrompeu, colocando sua delicada mão sobre os lábios dele.
Ela sabia que nem mesmo ele acreditava que aquelas pessoas poderiam feri-la. O observou com atenção. A dor resoluta que emanava de seus belos olhos era evidente. A respiração dele tocava sua pele.
– Sei que você não acredita nisso – sussurrou ela, retirando a mão que cobria sua boca.
– Devo pensar em todos os riscos. Não posso perder você também. Não sei o que me aconteceria, seria pior do que...
– Não! Nada vai acontecer comigo, Ani.-padmé engoliu em seco.- Apenas... me prometa, Anakin Skywalker, que você retornará.
Ela sentiu a sua garganta se apertar. Não era hora de chorar. Mas, não conseguindo mais se conter, o segurou com todas as suas forças. O envolveu em um abraço cheio de amor e paixão. Ele retribuiu. Aquela sensação em seus corações reacendeu como tantas vezes antes. Suas almas se entrelaçavam.
– Eu prometo, eu prometo. - ele a segurou suavemente pelo rosto. - Você é meu lar, Padmé. Sempre voltarei para você.
Um simples roçar de lábios deixou a Senadora eletrizada, mas não soube dizer se aquela ação de Anakin havia sido proposital, pois ele parecia surpreso ou até mesmo receoso da reação dela.
Mas padmé sorriu.
Após isso, ele começou a se afastar em direção a um veículo. Um estilo de motocicleta.
– Eu não vou demorar, prometo.
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𝙁𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪 - 𝐀𝐧𝐚𝐤𝐢𝐧 𝐒𝐤𝐲𝐰𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫
Fantasy"- Vou beijar você. -ele disse. Padmé sentiu o coração acelerar. - Estou ansiando por isso. -ela sussurrou." Anakin Skywalker é um mistério marcante do cosmos, o eleito prodigioso. Padmé Naberrie representa uma determinação em meio ao vasto universo...