Capítulo 26: Incondicional

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Geonosis

– Corra! - Anakin gritou quando avistaram aqueles insetoides.
Padmé corria com o coração acelerado pelos corredores iluminados apenas por lâmpadas fracas.
O som das máquinas ao redor ecoava como uma sinfonia de metal e tecnologia, misturando-se com os ruídos distantes de uma batalha que ainda se desenrolava.
Seu rosto estava pálido e tenso, e suas mãos tremiam enquanto tentava manter o foco em seu destino.
Ela desviava rapidamente de caixas e cabos espalhados pelo chão, os quais emaranhavam seus passos e quase a faziam tropeçar.
O calor e a fumaça começaram a invadir os corredores, misturando-se com o cheiro metálico do sangue e do óleo queimado.
O eco distante dos passos de seus perseguidores faziam seu coração disparar. A luz  criava sombras longas e angustiantes nas paredes, onde cada movimento parecia amplificado.
– Bem, isso devia ser uma negociação amigável.- ela sussurrou.
De repente, um som súbito a faz congelar: um leve crepitar, quase imperceptível, vindo das sombras à sua esquerda. Ela se virou rapidamente, seus olhos arregalados tentando discernir o que a havia perturbado. Mas antes que pudesse reagir, uma figura emergiu da escuridão, avançando com um movimento rápido e silencioso. Um ser insetoide surgiu. Ela não esperou mais, voltou a correr.
O corredor parecia não ter fim, com fileiras intermináveis de portas e painéis de controle alinhados em ambos os lados. As luzes agora piscavam. O chão, coberto por um revestimento de borracha escura, amortecia o som dos seus pés, mas a sensação de solidão e desespero era palpável.
O lugar parecia mais estreito.
Mais escuro.
Mais silencioso.
Padmé engoliu em seco.
Tic.
Andou olhando para os lados.
Tac.
Respirou fundo.
Tic.
A lâmpada piscou.
Tac.
Mais passos.
Seu coração estava acelerado.
Tic.
Mais passos.
Tac.
Mais escuro.
Tic. Tac.
Havia alguém no corredor.

          ——————☆——————

Anakin empunhava o sabre de luz com firmeza. Cada inimigo estava armado com uma combinação de lâminas curtas e escudos reforçados, e seus movimentos eram coordenados, como se fossem uma única entidade.
O rapaz esquivava-se habilmente dos ataques, girando e cortando com precisão, o som das armas se chocando ecoando pelo ambiente. O zumbido contínuo das máquinas e o cheiro de óleo e metal queimado adicionavam uma camada de caos ao combate. À medida que ele girava, seu sabre fazia faíscas quando batia contra os escudos e armas dos inimigos.
Os adversários tentavam cercá-lo, mas ele se movia com agilidade, utilizando o espaço e as máquinas ao seu redor. Ele pulava sobre tubos e desviava-se de braços mecânicos que ocasionalmente se moviam, quase como se fossem armadilhas que poderiam ajudá-lo ou prejudicá-lo. Cada golpe bem-sucedido que desferia era seguido por um rápido movimento para evitar um contra-ataque, e o suor escorria de seu rosto, misturando-se com o óleo e a sujeira do ambiente.
Quando derrotou aqueles mais perto de si. Virou-se agoniado, procurando pela senadora. Ela não estava em lugar algum.
– Padmé! -ele gritou.
Mas nada soou em resposta.
Um desespero crescente encheu seu peito.
Ele chamava o nome dela repetidamente, sua voz carregada de desespero e exaustão, mas a resposta era apenas o eco de suas próprias palavras misturado com o som de engrenagens e alertas de sistemas.
O brilho das luzes fracas que piscavam freneticamente, lançavam sombras que distorciam a realidade e faziam com que cada corredor parecesse ainda mais ameaçador.
Aquilo tudo parecia ser feito para enlouquecer.
Cada corredor semelhante ao anterior.
O som dos próprios passos de Anakin ecoavam de forma errática, misturando-se com ruídos estranhos e abafados que pareciam vir de todos os lados, aumentando a sensação de desorientação.
– Parado!
Ele ouviu uma alta voz e quando se virou avistou uma escolta geonosiana, com lanças apontadas para ele.
– Você vem com a gente, jedi.
Merda.

          ——————☆————––

Quando retiraram a venda de seus olhos, ela demorou a se acostumar com a claridade novamente. Piscou algumas vezes e conseguiu identificar Anakin à sua frente. Estavam tirando sua venda e ele parecia levemente atordoado por conta da luz. Mas quando a viu, se mexeu e tentou alcançá-la, porém foi impedido pelos geonosianos.
– Padmé, você está bem? Está machucada? Tocaram em você?
Ela balançou a cabeça, negando.
– Não, estou bem!
Tentou se mover, mas percebeu e olhou para os pulsos acorrentados.
Eles estavam em um estilo de gruta, a claridade vinha do que parecia ser uma arena. Uma arena cheia de geonosianos nas arquibancadas.
Aquilo não era nada bom.
Os insetoides os empurraram para cima de uma carruagem sem teto. Anakin a olhou mais de perto, conferindo se ela estava bem.
Padmé o olhava atentamente. Ele estava com alguns leves arranhões na bochecha e no pescoço. Enquanto ela observava, o mundo parecia diminuir ao redor deles.
Padmé sabia o que aconteceria naquela arena, mas não estava preocupada. Quando sofreu o atentado, ficou muito assustada pensando na hipótese de morrer, mas agora, ali ao lado dele, não tinha medo algum.
Mas o arrependimento estava instalado em seu coração.
Arrependimento por não ter gritado o quanto amava aquele homem. O quanto era apaixonada e o o queria ter uma vida ao seu lado. Sentia-se pequena. Sentia-se idiota. Sentia que se tivesse uma outra vida, agarraria anakin para nunca mais soltar. Ela o amava. Completamente. Sentiu vontade de chorar por nunca ter declarado isso.
Padmé pensou estar com uma cara de choro muito evidente, pois Anakin parecia extremamente preocupado.
– Não tenha medo, querida.
Ela quis sorrir, afinal, não tinha medo algum. Ele estava ali com ela.
Padmé olhou cada detalhe da face dele, sem vergonha de fazer isso enquanto ele via.
Quis passar os dedos no rosto de Anakin, mas as correntes não permitiam.
– Não tenho medo de morrer.
Ele a olhou confuso. Não falou nada, esperando que ela continuasse.
–  Estou morrendo aos poucos desde que você voltou para minha vida. -ela admitiu.
Anakin parecia não entender, mas parecia sentir que aquilo significava muito. Na verdade, tudo que vinha dela significava muito.
– Do que você está falando, Padmé? -ele perguntou baixo.
O coração dela acelerou. Sentia-se quente e feliz, apesar de estar prestes a morrer.
– Eu te amo.
Ela finalmente dissera em voz alta.
Eu te amo tanto, anakin. Tanto que me sinto mais viva só de estar ao seu lado. Fui tão imbecil em negar tudo que sempre quis, fui tão idiota por não ter me agarrado à isso. Eu te amo tanto, que o único arrependimento de minha vida é de não termos tempo. Seu coração queria gritar.
Anakin estava em choque. Olhos levemente arregalados, seus lábios abriram-se suavemente. O mundo havia parado.
– Você me ama?
– Muito. Eu o amo muito.
Ele tentou não sorrir, desacreditado. Parecia em outra dimensão.
– Achei que tínhamos decidido não nos apaixonar, pois seríamos forçados a viver uma mentira e que isso destruiria nossas vidas.
– Nossas vidas vão ser destruídas de qualquer jeito, Ani. Só sei que eu te amo e queria que soubesse de qualquer jeito.
As expressões dele se suavizaram. Anakin estava completamente absorvido pela profundidade e sinceridade de seu olhar.
Enquanto seus olhos se encontravam, ele via o reflexo de seus próprios sentimentos no rosto dela, um espelho da felicidade e do amor que ele sentia por ela. Seu coração estava disparado e aquele laço que o envolvia, aqueceu.
– Meu bem, eu a amo tanto.
– Me desculpe por ter sido tão idiota e não ter lhe confessado isso antes.
Anakin aproximou-se mais, encostando suas testas. Sentindo sua respiração.
– Não diga mais nada. Sou o homem mais feliz do mundo por ter seu amor.
E então, a beijou.
A beijou como se fosse a primeira vez. A beijou como se fosse a segunda, a terceira, a quarta e a última vez.
Diversos momentos e diversos sentimentos.
Seu coração era dela e o coração dela era dele. Suas almas estavam entrelaçadas. Céus, como ele a amava!
Então, sentiram a carruagem começar a andar.
– Ficará tudo bem, meu amor. Confie em mim.-ele sussurrou.
Olhou nos olhos de Padmé, que já o olhavam com ternura, e ela sorriu para ele.
Pelos deuses, ele casaria com aquela mulher.

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⏰ Última atualização: Aug 05 ⏰

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𝙁𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪 - 𝐀𝐧𝐚𝐤𝐢𝐧 𝐒𝐤𝐲𝐰𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora