Capítulo 22: Varanda dos beijos

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– Podíamos ir até os campos leste, as pessoas de lá adorariam ver como você cresceu. -Padmé tentava convencê-lo.
Anakin respirou fundo.
– Princesa, o Conselho está atrás do caçador de recompensas. Não posso sair lhe exibindo por todos os lados, praticamente dizendo a ele aonde você está.
– Você sabe lutar?
– Claro que sei.
– Pois então. Não há problema de temer o perigo. Você é um prodígio, Ani. Saberá o que fazer.
Anakin se levantou do sofá.
– Está entendiada, já entendi.
– Talvez. Não penso que esse assassino esteja por perto a ponto de me impedir de sair diariamente.
R2 parecia irritado e começou a andar para perto deles.
– Está vendo? R2 está dizendo que você pode sair, mas os campos lestes são perigosos. São vastos demais. Cheios de árvores, e você facilmente sairia de nossa vista. Palavras dele, viu?
Padmé suspirou e, em seguida, deslizou as mãos pelo seu vestido preto e justo.
– Prometo que assim que pegarmos esse caçador e todos os envolvidos nesse complô, irá a todos os lugares que quiser conhecer. Se quiser, eu mesmo a levarei.
– Está prometendo!
– Estou, lhe dou minha palavra. Agora, gostaria de resolver essa questão de seu tédio.
Padmé cruzou os braços.
– Anakin, não estou brincando.
– E nem eu.
O padawan a segurou e puxou pela mão, a guiando até o canto da sala. Mexeu nos aparelhos de som e seguiu andando rapidamente até a varanda espaçosa.
– O que você está fazendo? -ela perguntou rindo.
– Vamos dançar.
– O que? Não!
– Ora, por favor. Me deve uma dança, princesa.
– Eu não vou dançar, ani. E desde quando estou lhe devendo?
Ele cerrou os olhos.
– O que você quer em troca para aceitar dançar comigo?
Padmé estreitou os olhos. Queria rir daquilo tudo, mas o rapaz parecia ansiar de verdade pela dança. E quando ela ouviu a melodia agradável começar a tocar, não soube dizer não. Apenas sorriu gentilmente para ele, desistindo de tentar soltar sua mão.
Anakin a puxou mais para perto. E assim começaram.
Não era uma valsa, muito menos uma música extremamente agitada. Era aconchegante. Uma música caracterizada por uma mistura única de improvisação e estrutura. Marcada por linhas melódicas fluidas e complexas, frequentemente com ritmos sincopados e um uso criativo da harmonia. Sem passos decorados ou esperados. Eles dançavam.
Anakin sorria para ela.
Seus movimentos eram cheios de vivacidade e expressão, enquanto ele a conduzia com confiança ali na varanda banhada pela luz da lua. Os instrumentos na melodia criavam uma atmosfera envolvente, onde cada movimento deles parecia uma resposta criativa à improvisação musical. Sorrisos cúmplices eram trocados entre eles.
– Hum, você dança bem. -o rapaz brincou.
– Estou surpresa de que você também.
Anakin a girou levemente, logo a trazendo de volta para perto dele. Eles misturavam alguns passos de valsa e outros tipos de dança, e ainda assim, parecia tudo incrivelmente original.
– R2 parece estar avaliando nossa habilidade na dança. -Anakin disse, ao ver o androide os observando perto da lareira.
Padmé riu.
Por fim, o rapaz a ergueu nos braços. A senadora o abraçou com força, aproximando sua cabeça da curva do pescoço dele. Sentiu o perfume de Anakin. Sentiu a pele dele. Passou suavemente os dedos pelos fios de cabelos loiro escuro. E quando se deu conta, ele ainda a mantinha suspensa, junto ao corpo dele. A segurava pela cintura, os braços fortes em volta. Ela se afastou levemente, apenas para olhá-lo nos olhos.
Padmé amava os olhos dele. Diziam muita coisa.
– Você é linda. -anakin falou, a colocando no chão novamente.
Ela o encarou.
– A criação mais linda do universo.
– Como você sabe disso? Por acaso já conheceu todo o universo?- ela implicou, caminhando de volta para o sofá na sala.
– Não preciso. Simplesmente sei.
– Você está exagerando. -ela murmurou.
O jovem padawan a seguiu e sentou-se ao seu lado.
– R2, deixe-nos a sós, por favor. -ela pediu.
Quando o androide saiu, um silêncio estalou-se. Confortável. Mas ainda assim quente, e parecia querer aproximá-los a cada segundo.
– Você gosta de estar aqui? - ela perguntou, de repente.
– Muito. Não desejo estar em outro lugar.
– Você será um jedi, imaginava que almejava viajar pela galáxia, combater inimigos...
– É muito bom, de fato. -ele interrompeu.- Mas estar aqui com você...
Ele parou, com um nó na garganta. Estava nervoso e ela percebeu.
Então, lentamente, padmé segurou a mão dele. Não sabia o motivo, mas sentiu que deveria.
– Desde o momento que vi você, durante todos esse anos, nenhum dia se passou sem que eu pensasse em você. - o padawan começou.
Padmé respirava com dificuldade. Seus olhos estavam vidrados nele. "Não, ani. Não faça isso.", "Estará sentenciando nossos corações a um amor que não poderemos ter."
– Agora que estamos juntos de novo, eu estou angustiado. Quanto mais perto fico de você, mais eu sofro. Só de pensar em não estar com você, eu... não consigo respirar. Sou assombrado pelo beijo que você nunca deveria ter me dado.
Anakin segurou a mão dela com carinho. Mas sua expressão era de sofrimento. Ele sofria por não se sentir correspondido. Sofria por não verbalizar seus sentimentos antes.
– Meu coração está batentando com a esperança de que aquele beijo não se transforme numa cicatriz.
Seus olhos profundos de cor azul a encaravam, e nesse instante ela soube. Sentiu um amor intenso e ao mesmo tempo leve. Um amor antigo, mas que parecia renovado. Um amor protetor e libertador ao mesmo tempo. Amor.
– Você está na minha alma. Me atormentando. O que quer que eu faça? Farei qualquer coisa que me pedir.
Padmé sentiu-se inclinada a chorar. Era tudo tão errado. Por que tinha que ser assim? Seu coração latejava de dor.
Ela o amava. Desejava-o com toda a sua alma. Queria-o para sempre. No entanto, a dura realidade de uma união impossível dilacerava seu coração.
– Se você está sofrendo como eu estou agora,  por favor me diga...
Sem hesitar, ela não deixou-o falar. Agarrou a gola de sua camisa e o puxou para perto, beijando-o com ardor. Era algo que precisava fazer, mesmo que fosse a última vez. Queria saborear a doçura daqueles lábios. Desejava eternizar aquele momento, sabendo que jamais o esqueceria.
Anakin correspondeu prontamente. Com ternura, mas ao mesmo tempo com urgência, segurou o rosto de Padmé. Como se precisasse daquele beijo. Como se desejasse ardentemente por ele. Ambos ansiavam por estar mais próximos, com a respiração descompassada.
Anakin riu contra seus lábios e a rodeou com os braços,
com força. Padmé abriu a boca, lhe dando boas-vindas,
gemendo de prazer quando Anakin lhe introduziu a língua na boca e explorou seu calor.
E então, com habilidade, o rapaz a puxou pela cintura, trazendo-a para o seu colo,
fazendo-a passar uma perna para cada lado.
Padmé gemeu quando o fez. Anakin não parou de beijá-la um segundo sequer. Passava as mãos pelo corpo, apreciando cada curva daquela mulher. A beijava com paixão, intercalando entre os lábios e o pescoço dela. Brincou e lambeu, acendendo lentamente um fogo em seu interior, até que o calor parecia atravessar as camadas de roupa.
A senadora arquejou quando sentiu algo embaixo de si.
"Céus".
Ele segurou sua nuca, inclinando-a para facilitar o acesso de seus beijos. Ela o abraçou,
sentindo sob as mãos os contornos dos músculos rígidos das costas dele através do tecido de sua blusa.
Pelos céus, estava quase enlouquecendo.
– Anakin... - gemeu, como se seu nome fosse a única coisa que pudesse pronunciar.- Anakin, meu Deus!
- Sim - disse ele, em murmúrios- Sim, meu amor.
Parecia que as palavras lhe saíam deformadas, e Padmé
não tinha nem ideia do que estava falando, mas fosse o
que fosse o que estava dizendo , ela também o queria.
Anakin a puxou mais para perto, apertando sua bunda e fazendo com que Padmé gemesse de prazer outra vez.
Ele depositou beijos em seu colo quase chegando aos seios. E quando chegou, os apertou por cima do vestido, fazendo a Senadora suspirar.
Tudo estava mais quente. A lareira parecia incendiar aquele cômodo. Padmé não soube explicar como chegara a fazer aquilo, mas quando percebeu, apoiava as mãos nos ombros dele, agitada em seu colo, e começara a rebolar, mesmo vestida. Ela nunca havia feito aquilo, mas sentia a necessidade e quando o fez, estava prestes a enlouquecer. Quis gritar, mas pensou que toda a Naboo pudesse ouvi-la.
Anakin inclinou a cabeça para trás, soltando um gemido arrastado com o simples contato através das roupas.
Ela podia ver que ele sorria como um canalha. Era lindo demais.
Segurou com mais firmeza a cintura dela. Padmé sentia sua rigidez, causando-lhe um arrepio que percorreu todo o corpo. Anakin a beijou novamente enquanto ela batalhava em seu colo. Eles se esforçavam para não fazer um barulho sequer, mas falhavam facilmente.
A senadora sentiu que a qualquer momento aquelas roupas não estariam mais os separando, e foi então que, como um balde de água fria, ela se levantou.
Padmé cambaleou até se apoiar na cômoda no canto da sala. Respirava com extrema dificuldade, com a mão no próprio peito. Seu rosto estava vermelho.
Ao olhar para Anakin, ele ainda estava no sofá. Não muito diferente dela, porém a encarava intensamente. Seus olhos exalavam desejo. Sua camisa estava aberta deixando à mostra seu peitoral musculoso. Padmé não soube em que momento tentara despir suas vestes.
– O... O que eu fiz? - ela sussurrou com dificuldade.
– Padmé...
– Não. -ela andou para o outro lado da sala. - não devíamos ter feito isso. Não devíamos.
– Espere...
– Não, não podemos. Isso não vai ser possível. Pelos céus... não.
– Qualquer coisa é possível, padmé, me escute.
Anakin se levantou com dificuldade, ainda estava quente.
– Me escute você! Vivemos no mundo Real, volte pra ele. Está começando a se tornar um jedi e eu sou uma senadora. Se resolver apenas seguir os seus pensamentos, isso nos levará a um relacionamento que não poderá acontecer, levando em consideração o que sentimos um pelo o outro.
– Então você sente alguma coisa. -ele pontuou.
Ela quis gritar. "Você ainda tem dúvidas?"
– Não vou deixar que desista do deu futuro por mim.
– Você está me pedindo para ser racional, eu sei que isso não vou conseguir.
O rapaz andou para mais perto dela.
– Acredite em mim, eu gostaria de afastar tais sentimentos, mas não dá.
Padmé estava totalmente escorada à parade. Temendo que se tocasse nele novamente, não conseguisse parar desta vez.
– Eu não vou me render a isso. -ela sussurrou.
– Nos rendemos agora há pouco. Pelos céus, Padmé. Não sente esse laço no coração? Não sente o puxão?
Padmé corou violentamente de novo. Ela olhou rapidamente para o sofá e sentiu-se quente.
– Já percebeu que todas as vezes que tentamos agir apenas como amigos, terminamos de um jeito meio...
– Não termine, Ani.
Ela ainda tentava recuperar o fôlego.
– Podemos fazer isso em segredo. O que importa é estar junto a você.
– Então seria uma mentira. Você conseguiria? Conseguiria viver assim? Isso nos destruiria.
O rapaz engoliu em seco, passou as mãos pelo rosto, frustrado.
– Você está certa.
Os dois continuavam tentando controlar a respiração. Os corações acelerados.
– Não podemos ficar sozinhos, eu suponho. -ele murmurou.
– Mas estamos sozinhos. E ficaremos por um bom tempo, pelo menos até que encontrem esse caçador de recompensas.
– Então teremos de dar o nosso melhor, por que senão, princesa, não sei o que poderá acontecer. - ele andava de um lado para o outro, mas então,  parou. A olhando.- Mas de uma coisa eu sei, estarei completamente rendido. E lhe garanto, a iniciativa de parar não virá de mim.
E assim, Anakin deixou o cômodo apressado. Precisando de um banho urgente.

𝙁𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪 - 𝐀𝐧𝐚𝐤𝐢𝐧 𝐒𝐤𝐲𝐰𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora