Capítulo 15: Proteja a Senadora

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Dois dias depois.

Anakin e Obi-wan estavam perante o conselho jedi, lhes dando cada detalhe da caça à suspeita do ataque à padmé. A reunião, composta pelos mais sábios e poderosos membros da Ordem, estava reunido em torno de uma mesa circular.
O mestre kenobi havia tido uma longa conversa a respeito, mas o conselho achou de extrema importância analisar a perspectiva de Anakin também.
– Descubra o paradeiro desse caçador de recompensas, Obi-wan. - mestre yoda falou.
– E o mais importante, descubra para quem ele trabalha. - Mace Windu continuou.
– Mas e a Senadora amidala? Ela ainda precisa de proteção.
– Cuidar disso, seu padawan irá. - mestre yoda disse e olhou para o rapaz Skywalker.
– Anakin, deve escoltar a Senadora até naboo. Lá estará mais segura. E não utilizem transporte registrado, viagem como se fossem refugiados.-Windu mandou.
– Como líder da oposição, vai ser bem difícil convencer a Senadora Amidala a deixar a capital.- Anakin teve que pontuar.
– Até capturar assassino este, nosso julgamento ela deve respeitar.-Yoda finalizou.
Anakin concordou balançando a cabeça. Foi liberado e partiu em direção ao quarto de Padmé. Ele caminhava devagar.
Seria uma verdadeira provação. Vê-la tão próxima, vê-la todos os dias sem poder tocá-la mais do que o necessário, sem poder abraçá-la e... beijá-la. Seu coração e destino pareciam puni-lo.
Enquanto os corredores mal iluminados se estendiam à sua frente, ele caminhava perdido em seus próprios pensamentos. O brilho tênue das luzes fracas destacava apenas contornos sombrios das paredes ao redor. Seu coração batia forte, enquanto ele tentava encontrar uma maneira de guardar cuidadosamente os sentimentos que nutria, como se fossem preciosos segredos a serem protegidos da luz do dia.
E então, à esquina de um corredor, ele avistou o Chanceler Palpatine. Ele parecia estar inerte nos próprios pensamentos, olhando através de uma janela.
– Boa tarde, Chanceler!
Anakin disse ao se aproximar. Tinha a intenção de continuar o próprio caminho, mas palpatine pigarreou.
– Boa tarde, Anakin! Soube que finalmente deram-lhe uma missão de verdade.
Skywalker parou de andar e virou-se para o Chanceler.
– Sim, senhor. Farei o meu melhor para proteger a Senadora Amidala.
– Todos sabemos disso. Você deve saber que tem um futuro especial, não é?
É o jedi mais talentoso que já conheci. Até mais que o próprio mestre yoda.
Anakin engoliu em seco. Parecia exagero. "Até mesmo mestre yoda?"
– Obrigada, Chanceler.
– Boa sorte em sua missão, padawan.
E assim, o Chanceler continuou a caminhada por um corredor.
Anakin continuou a andar, balançando a cabeça para manter o foco. Seus passos ecoavam no silêncio, ecoando a incerteza e a ansiedade que fervilhavam dentro dele.
Ao chegar à porta, deu uma respiração profunda antes de finalmente bater. E ela, como se tivesse pressentido a visita, abriu a porta rapidamente. Parecia saber quem era. Sabia que era ele.
Os olhos dele brilhavam com uma mistura de admiração e ternura, enquanto ela esperava pelo o que ele ia dizer, alheia à intensidade do afeto que despertava nele.
– Tenho boas notícias, senadora.
Ela ergueu uma sobrancelha, interessada.
– A senhora será enviada de volta para Naboo.
Padmé franziu a testa, sem compreender. Abriu um pouco mais a porta, fazendo com que Anakin pudesse ver seu quarto completamente: o guarda-roupa, a penteadeira, os sapatos no canto, o lustre no teto, a cama. Ele sacudiu a cabeça para afastar os pensamentos e pigarreou.
– O quê? Por quê?
– O conselho considerou o melhor para sua segurança. Quando o prazo da reunião chegar, será ordenado que retorne.
Ela irradiava uma aura de um anjo e beleza atemporal. O vestido, com tons suaves e delicados, realçava a sua feminilidade natural, enquanto as alças finas adicionavam um toque de delicadeza e elegância ao seu visual. Padmé se vestia muito bem.
– O conselho gosta de decidir por mim, não é? - ela cruzou os braços - Ficarei aqui.
O olhar dela, normalmente sereno, agora faiscava com uma mistura de indignação e frustração.
– Sinto muito, Padmé. Mas creio que essa decisão não poderá ser contestada.
– Que maravilha - murmurou ela, claramente irritada.
– E eu irei com você.
Ela o encarou diretamente. Sua postura graciosa tornou-se um pouco rígida, e ela parecia procurar desesperadamente por palavras.
– Irei com você para Naboo. Estarei ao seu lado.
Ele notou quando Padmé engoliu em seco. Parecia nervosa. Isso o reconfortou pois ele também estava. Ela piscou algumas vezes e suas bochechas coraram novamente.
– Quis dizer que vou ficar ao seu lado para protegê-la, é claro. - ele justificou.
Ela deu uma risada envergonhada e parecia um pouco desnorteada.
– Na verdade, eu e o R2-D2. Pode ter certeza de que estará muito segura.
Seus olhos encontraram-se, e ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto seu coração batia descontroladamente.
– Obrigada, Ani.
– De nada, princesa.
Padmé revirou os olhos.
– Não me chame assim em público, vão pensar que estamos nos atirando um para o outro.
– Maravilha então.
Anakin não esperou pela resposta dela e saiu rindo, andando pelo o corredor.

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Mais tarde naquele dia, Anakin esperava que padmé terminasse de arrumar a própria bagagem. Ela havia deixado instruções à jar jar binks, que ficaria como seu representante na capital, enquanto estivesse fora.
– Não gosto dessa ideia de me esconder.
Ela falou, quando voltou ao quarto onde o padawan esperava.
– Não se preocupe. Agora que mestre Obi-wan foi designado para achar esse caçador de recompensas, não demorará até ele ser encontrado.
Padmé retirava as roupas do guarda roupa com um pouco de brutalidade.
– Não trabalhei durante um ano para derrubar o ato de criação militar e na hora da decisão não estar aqui.
Com passos apressados, ela ia do guarda-roupa para a cama, depositando as roupas sobre o acolchoado antes de voltar ao móvel espaçoso.
– Devemos deixar nosso orgulho de lado as vezes, e fazer aquilo que nos é exigido.
A senadora parou, um pouco surpresa. E olhou para Anakin enquanto dobrava uma roupa.
– Anakin, você... amadureceu.
Ele sorriu simples.
– Só mestre Obi-wan não percebe isso. Não me leva a mal, Obi-wan é um grande mentor.
O jovem padawan se aproximou da grande janela de vidro do quarto.
– Tão sábio quanto mestre yoda e tão poderoso como mestre windu. Sou muito grato em ser seu aprendiz.
Padmé nada disse.
– Mas, em alguns aspectos...vários aspectos, estou a frente dele. - o rapaz virou-se para ela, que já o olhava.- Estou pronto para os testes. Mas ele acha que sou imprevisível demais, não me deixa avançar.
–Isso deve ser frustrante.
– É pior.
Anakin se deixou cair na cama, sentando-se no colchão e relaxando um pouco sua postura. Desabafar estava fazendo bem a ele, pois guardava aquilo há tanto tempo. Sentia-se incapaz. Percebia que seu mestre não enxergava seu potencial.
– Ani, todo mentor percebe as nossas falhas muito além do que gostaríamos, só assim amadurecemos.
– Eu sei.
E essa era a verdade. Apesar de todas as suas considerações, Anakin sabia no fundo que cabia a Obi-wan lapidá-lo ao máximo e corrigi-lo enquanto houvesse falhas.
Ela se aproximou lentamente dele.
– Anakin, não tente amadurecer rápido demais.
O rapaz a encarou nos olhos, como se conseguisse captar algo além das palavras dela. Anakin levantou-se, agora visivelmente muito mais alto que ela, fitando-a de cima para baixo. O ambiente ao redor parecia ser inundado por uma sensação de expectativa, como se o tempo estivesse momentaneamente suspenso apenas para eles.
– Mas eu já sou maduro, você mesma disse isso.
Padmé piscou. Desviou o olhar por alguns segundos antes de voltar a encará-lo.
– Não me olhe desse jeito.
– Por que não ?
– Por que me deixa constrangida.
Assim, ela saiu em direção ao guarda-roupa novamente.
– Desculpe, princesa. - Anakin disse com um sorriso disfarçado nos lábios.
Seu coração se aqueceu. Talvez, só talvez, Padmé pudesse sentir a mesma faísca que ele sentia também.

𝙁𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪 - 𝐀𝐧𝐚𝐤𝐢𝐧 𝐒𝐤𝐲𝐰𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora