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Saimos do restaurante e estamos caminhando para o estacionamento, ja esta tarde e agora o vento esta a ponto de congelar alguém.

— Esta com frio? — Uzui começa a tirar sua jaqueta.

— Não, ta tudo bem, nem ta tão... — Ele a coloca nos meus ombros — Obrigada, eu te devolvo.

— Sem problemas — Voltamos a caminhar.

— Você deve ter ficado mal quando soube que o bebê não era seu — Uma risada sem ânimo saiu de seus lábios.

— Meu sonho era ter um filho, poder ter aquela sensação de segurar uma criança e saber que é sua, que não precisa devolver para os pais — Ele olha para as próprias mãos — Mas nunca vai acontecer.

— Porque fala isso? — Diminuímos nossos passos.

— Fiz os exames e constou que as chances de ter um filho são baixas, os níveis de espermatozoides são baixos — Sua voz era baixa e continha tristeza — Então acho que esse sonho fica para outra vida.

— Uzui eu...

— Ta tudo bem, sabe, eu acho que você fez a escolha certa em se separar de mim, fui um completo idiota naquela época — Sinto seu olhar em mim — Eu te amo tanto — Um arrepio correu por todo o meu corpo — Acho que sempre vou te amar.

— Acho melhor irmos para casa — Caminho em direção ao carro deixando o homem para trás.

Me ama? Como assim ainda me ama? Ele é idiota ou se faz?
Sofri tanto com o termino e ele ainda consegue olhar na minha cara para falar que me ama? Ele é um completo idiota, um completo idiota que ainda mexe comigo, que eu ainda tenho sentimentos.

O caminho novamente foi em completo silêncio por ambas as partes, músicas tocavam e o vento frio entrava pela janela. O carro para em frente a minha casa e saio parando na janela, seu olhar estava em mim.

— Obrigada pelo jantar, foi muito bom — Uzui sorri e eu retribuo.

— Eu também gostei, podemos repetir qualquer dia, leva o pequeno Yuta — Concordo e me afasto do carro — Tchau, Kei.

— Tchau, Uzui — O carro volta a andar e escuto a porta atrás de mim ser aberta e apenas olhinhos cor de rosa me olhar — Olá, pequeno gigante, ainda acordado?

— Sim, a titia falo qui você saiu — Sua voz era de sono, não deve ter acordado a muito tempo — Saiu co meu papai.

Sangue? Acho que já não posso considerar oque tem no meu corpo isso, deve ter congelado na mesma hora em que ouvi aquelas palavras, Sakura você me paga.

— Puque não levo eu? — Ia falar mas ele me interrompe — Ele não que conece eu?

— Não é isso meu amor, vamos entrar e la dentro conversamos, esta frio — Ele caminha para dentro novamente e tranco a porta.

— Oi, você chegou e eu fiz uma grande burrada — Sakura estava com o olhar de horror — Eu falei que você saiu para jantar com o traste vagabundo do pai dele — Arregalo meus olhos — Foi sem querer, ainda bem que ele não sabe oque é isso.

— Tabom, eu vou conversar com ele depois — Yuta esta no sofá quase dormindo abraçado com o ursinho Ben, um ursinho preto que ele não desgruda.

— E como foi? — Ela se senta na escada e faço a mesma coisa.

— Ele falou que me ama — Sakura cospe todo o vinho que estava em sua boca — E ele esta solteiro, a mulher dele estava gravida mas...

— Calma calma, é muita informação — Ri de sua reação — Ele disse que te ama, e você falou oque?

— Nada — Dei de ombros — So continuei andando. Eu acho que uma parte de mim sempre vai gostar dele.

— Ta continua — Vejo ela se levantar e pegar a garrafa de vinho, colocando mais em seu copo.

— A mulher dele, a ex... ela estava grávida, mas o filho não era dele — Outra cuspida de vinho — Você é nojenta.

— Ele foi corno? Coitado — Sua risada era alta, mas ela mesma tampa sua boca e olha para Yuta que ja dormia — Então ele não é casado e não tem filhos?

— Ele tem um filho.

— É mas ele não sabe — Encosto minha cabeça no corrimão da escada — Você sempre vai gostar dele, ele sempre vai amar você e eu sempre vou odiar ele — Não consigo segurar a risada — Mas vocês dois tem que saber se estão prontos para começar tudo do zero, e para você vai ser mais difícil ainda, escondeu o maior sonho dele por quatro anos.

— Yuta começou a perguntar do pai — Olhava meu filho — Os amiguinhos dele sempre iam embora do parquinho com aqueles homens altos e fortes, e eu.

— Você vai contar?

— Eu não sei, quero ir com calma agora, e preciso me distrair com alguma coisa que não tenha aver com ele — Minha amiga se levanta em um pulo.

— Consegui vaga para a academia, pode começar amanhã se quiser, eu cuido do pequeno Yuta e prometo que não vou xingar o pai dele — Ela sorri.

— Mesmo? Meu Deus, obrigada — Me levanto e a abraço — Vou ir dormir um pouco com ele, amanhã vou acordar as seis da manhã e ir.

— Tudo bem, eu faço café da manhã para ele — Concordo e vou até o sofá pegando o Yuta — Boa noite.

— Boa noite — Subo e o deito em sua cama que fica ao lado da minha. Retiro o casaco e vejo que é de Uzui, seu perfume não mudou, ainda é o mesmo de anos atrás, que inferno de homem.

Retiro meus sapatos e me deito com o vestido mesmo, preciso tirar aquele idiota de dois metros de altura, cabelos brancos e olhos rosas de minha cabeça, ou então terei pesadelos.

Continua...

Som do amor || Tengen UzuiOnde histórias criam vida. Descubra agora