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Acordei cedo para poder arrumar a casa e a bagunça que acabamos fazendo na noite passada, havia terminado de limpar toda a sala e ja tinha organizado o lanche do Yuta.

Consigo ouvir Uzui nervoso falando no telefone, ele esta na sala a alguns minutos, ligaram do segundo trabalho dele falando sobre alguns papéis importantes que haviam sumido.

Passo por ele que esta de costas e vou para o segundo andar, entro no quarto do Yuta e vejo meu filho babando enquanto dorme, poderia deixar ele dormindo, mas vai começar as mudanças e ele precisa estar na escola pelo menos até levarmos os móveis maiores.

— Yuta... — Mexo um pouco nele que resmunga — Filho acorda, tem escolhinha hoje.

— Nun quelo — Fala e vira o rosto para o lado.

— Mas é seu papai que vai te levar, naquele carro — Yuta se levanta correndo e vai para o banheiro, ri e vou até a porta — Escova os dentes e ja toma um banho, amorzinho — Desço as escadas e escuto Uzui falando.

— Eu não quero saber quem vocês acham que roubou ou quem não roubou, esse dinheiro agora não é só meu... tenho uma família para cuidar — Sorrio fraco e vou para a sala — Olha as câmeras, como assim desligadas? Olha as câmeras reservas, sim tem câmeras reservas... eu instalei para caso acontecesse isso, além de bonito sou inteligente — Paro em sua frente e cruzo ós braços — Ta, cuida disso, preciso desligar — Não sei de deu tempo de alguém responder, mas o platinado desliga o celular e vem até mim me dando um beijo.

— Calma ai, senhor bonito e inteligente — me afasto um pouco dele — Oque falei sobre termos calma?

— Eu te comi em todas as posições possíveis ontem e você ainda quer calma? — Senti meu rosto queimar mas mantive minha postura — Tabom, vamos ter calma então.

— Obrigada, so queria avisar que o café esta pronto — Vou para a cozinha e escuto seus passos.

— Mas vamos ter calma do tipo, vamos namorar só ou ja posso te pedir em casamento? — Engulo todo o café que estava em minha boca de uma vez, me engasgando e começando a tussir — Muito rápido? Isso não é ter calma?

— Não... isso definitivamente não é ter calma — Vejo seus ombros cairem um pouco, demonstrando tristeza.

— Bo dia papai — Yuta vai até ele e o abraça.

— Iai rapaz, como você esta? Dormiu bem? — Meu filho apenas concorda e vem em minha direção.

— Bo dia mamãe — Beijo sua bochecha e ele se senta em sua cadeirinha.

— Bom dia meu amor, tomou seu banho direitinho? — Ele esta apenas de roupão, ja que não separei seu uniforme ainda.

— Sim, tava bem quentinha — Coloco algumas panquecas em seu prato — Bigado mamãe, amo paqueca, voce gota papai?

— Gosto de tudo que sua mãe faz — Reviro meus olhos e coloco panquecas para ele e para mim — Hoje o papai vai te levar, pode ser?

— Sim papai, vai se muito legal, mais de aguma mule da em cima de voce eu vo fala pa minha mamãe — Sorri comendo minhas panquecas.

— Tudo bem, o papai deixa você contar tudinho para sua mãe — Observo os dois conversando calmamente, Yuta tem até a mania de mexer as mãos enquanto fala igual ao de seu pai, é engraçado o quanto se parecem.

— Agola voces dois namolam né? — Olho para Yuta que mantem seus olhos em nós dois.

— Eu queria pedir sua mãe em casamento, mas ela não quer — Dou um soco em seu braço — Ai... nem doeu — Dou outro — Doeu sim...

— Eu e o seu papai voltamos a conversar agora meu amor, precisamos de um tempo para vermos sobre essas coisas de adulto.

— Ja vi muita coisa de adulto ontem — Uzui fala baixo e o encaro séria, ele so arregala os olhos e volta a comer.

— Eu fiz a catinha pala a cegona, ta aqui ó — Ele entrega uma folha que é de seu caderno, pego a folha e vou para o lado do Uzui abrir.

Na folha tem um desenho de uma cegonha segurando um bebezinho, uma casa, eu, Uzui e Yuta desenhados ali e algumas palavras aleatórias como Cegonha, por favor, Yuta e Yuki.

Fico confusa com a ultima parte e olho para Uzui que encarava suas panquecas, ele deve estar se sentindo péssimo com isso.

— Quem é Yuki filho? — Devolvo o papel para ele.

— O nome do meu imaozinho — Coloca outro pedaço de panqueca na boca e Uzui se levanta indo para a sala — Oque o papai tem?

— Nada, meu amor, so problemas no trabalho — Yuta concorda e volta a comer — Fica aqui que a mamãe ja volta.

Vou para a sala e Uzui esta no celular outra vez, mas agora fala um pouco mais baixo que aquela hora, sua mão livre esta em sua cintura enquanto a outra segura o telefone em seu ouvido.

— Gostaria de fazer mais exames, doutor. Sim, é possível, descobri que tenho um filho. Ele é meu filho sim, acredito nela e ele é idêntico a mim. Mentindo está você seu velho rabugento que vive com o dinheiro que eu pago — Ele desliga e começa a mexer em outros contatos, clicando em outro número — Olá doutor, aqui é Tengen Uzui, está livre essa semana? Gostaria de repetir alguns exames com o senhor... eu tenho um filho, ele tem quase quatro anos... é parece impossível eu sei — Ele ri — Sábado? Esta perfeito para mim, tudo bem... me manda quanto será todos os exames e te pago hoje mesmo... ok, obrigado — Desliga e se vira para mim.

— Não precisa fazer isso porque Yuta pediu — Ele suspira.

— Eu não sou filho único, tenho mais sete irmãos — Arregalo meus olhos — Não imagino o quão difícil deve ser não ter irmãos, eu amo os meus.

— Uau, sete? Sua mãe foi uma guerreira — Ri e ele concorda — Mas você me perguntou se quero engravidar de novo?

— Vai negar o pedido do Yuta? Olha a carinha que ele faz, parece um cachorrinho abandonado — Aponta para a cozinha — Casa comigo, vamos ter outro bebê e eu juro te fazer a mulher mais feliz do mundo — Suspiro e olho para ele — Casa comigo?

— Vou arrumar a roupa do Yuta — Subo para o quarto e abro o guarda roupa pegando seu uniforme. Pego um sapato qualquer que sei que ele escolheria e desço.

Continua...

Som do amor || Tengen UzuiOnde histórias criam vida. Descubra agora