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Três meses depois...

Nossa vida esta uma bagunça, consegui emprego em uma cafeteria, mas Tengen não gostou nada disso, disse que é desnecessário e ele pode sustentar a casa sozinho. Ainda estão atras da pessoa que esta roubando documentos importantes da sua empresa, sem sucesso, as câmeras não mostraram nada. E a pior parte, acho que Yuta esta sofrendo bullying na escola, meu filho esta muito quieto e esses dias chegou com o braço roxo, tenho que resolver isso.

— Oi amor — Olho para a porta, Tengen esta com um buque enorme de rosas — Me desculpa por brigar com você.

— Ta tudo bem — Me levanto e vou até ele — São lindas, obrigada.

— Ainda acho que não precisa trabalhar — Beija minha testa — Na verdade... tava pensando em vir morar aqui.

— Mesmo? — Concorda — Eu acho legal, Yuta iria amar.

— Cadê ele? — Olha em volta.

— Precisamos conversar — Seu olhar se torna preocupado e vamos até o sofá.

Explico tudo oque esta acontecendo, sobre nosso filho chegar calado e quieto, sobre so querer ficar com filhote, sobre as marcas roxas e os machucados que ele não fala sobre. Meu noivo não gostou nem um pouco de saber disso, e decidimos ir na escola amanhã mesmo.
Agora estamos entrando no quarto de Yuta, meu filho olha para a gente e sorri, retribuimos o sorriso e nos sentamos ao seu lado no chão.

— Oque ta fazendo? — Tengen pega a folha — Desenhando? Oque é isso?

— É nossa famila — Encaro o desenho também, tem somente eu, Tengen, Yuta e o filhote.

— Não desenhou seu irmãozinho que você tanto quer? — Pergunto e meu filho nega — Porque?

— Ouvi o papai fala no celula — Suspira — Sei que não podi ter nenem, então não vou ter irmão.

— Não fala assim, filho — Passo a mão em seu cabelo — Seu papai pode sim ter filhos, ele teve você.

— Foi sorte — Fala baixo e olho para meu noivo. Seu olhar esta fixo no desenho, seu rosto esta sério e seu outro punho fechado.

— Vou... usar o banheiro — Tengen se levanta e sai do quarto.

— Filho, não fala assim, seu pai não tem culpa — Yuta concorda — Oque você tem? Esta quieto — Seguro seu braço e ele puxa de volta para si — Yuta...

— Me dexa — Passa a mão no braço. O encaro e seguro seu braço, o trazendo para meu colo, levanto e vejo a marca de mordida — Ai, mamae.

— Filho... quem fez isso? — Abaixa a cabeça — Fala, meu amor.

— Foi na ecola — Funga — O Jo me modeu.

— Tem que me falar, meu amor — O abraço — Não pode deixar.

— Dicupa — Me abraça tambem. Me levanto com Yuta no colo e saio do quarto, Tengen esta sentado na escada e olha para nos dois, ele se levanta e vem para perto.

— Oque houve? — Mostro o braço de Yuta — Filho... — Pega o menino de mim e o abraça — Ta doendo?

— Um poco — Funga de novo — Dicupa fala aquilo.

— Ta tudo bem — Beija a cabeça dele — Papai te ama.

— Amo você tamem — Tengen me puxa para perto e beija minha cabeça — Amo você tamem, mamãe.

— Amo vocês dois — Sorrio e vejo Yuta deitar no ombro de seu pai, passo a mão nas costas de meu filho e suspiro.

Ficamos um tempinho parados, Yuta dormiu e Tengen o levou para o quarto. Agora estamos em meu quarto, meu noivo me abraça de lado e faz carinho em meu braço, encaro minhas proprias mãos e sinto as lagrimas se formarem em meus olhos.

— Sou uma péssima mae — Falo baixo.

— Você é a melhor mãe do mundo — Segura em meu rosto — Não se culpe.

— Ele não tem nem três anos, não deveria sofrer isso — Limpo a lagrima que escorre — Vamos amanhã la, por favor.

— Vamos sim, meu amor — Beija minha testa — Vai dar tudo certo, nem que eu tenha que pedir as câmeras para ver oque esta acontecendo. Não vou deixar nosso filho sofrer essas coisas.

— Obrigado — Passo a mão em minha barriga — Ja volto — Me levanto e saio do quarto, indo até o banheiro.

Esta em época que tem que descer para mim, então estou sentindo muita dor no pé de minha barriga e enjoo, minha barriga também esta inchada. Não falei nada disso para Tengen, ele iria querer comprar uns dez remédios diferentes, e sinceramente minha preocupação esta em Yuta, não preciso pensar em mim agora.

Me ajoelho em frente a privada e ergo a tampa, botando todo meu almoço para fora. Seguro meu cabelo e respiro fundo, que merda...
Escuto batidas na porta e me levanto, fechando a tampa e dando descarga, vou até a pia e pego minha escova de dentes.

— Amor, ta bem? — Tengen abre a porta — Passou mal? — Concordo — Foi o sushi? — Concordo — Quer que eu pegue remédio?

— Quero, por favor — Cuspo e lavo minha boca, vendo meu noivo sair.

Não quero que Tengen tenha esperanças, agora as chances de termos outro filho são praticamente nulas. Fora que sempre passei mal antes de descer para mim, e minha menstruação é muito desrregulada, pode descer qualquer dia.

Continua...

Som do amor || Tengen UzuiOnde histórias criam vida. Descubra agora