Som do amor || Tengen Uzui

25

Tengen tem andado ocupado nos ultimos dias, parece que sumiu mais documentos de seu trabalho e as imagens das câmeras ainda não foram liberadas, oque esta deixando meu noivo um pouco nervoso.

Yuta não larga o filhote, pediu até que ele dormisse junto dele em sua cama. Mesmo o cachorro sendo limpinho e Tengen estar pagando um pet shop para ele, não deixei, mas comprei uma caminha e ela fica do lado da cama de meu filho.

Eu estou a procura de um emprego, quero me distrair com alguma coisa. Normalmente so limpo a casa e isso ja esta me irritando, preciso fazer algo a mais. Ja decidi que segunda irei andar por ai enquanto Yuta estiver na escola, talvez entregar alguns currículos.

Saio de meus pensamentos quando a porta é aberta, Tengen entra e se joga na poltrona a minha frente, seu olhar esta sobre o chão e parece extremamente triste. So estico minha mão e seguro a sua, vendo seus olhos brilharem com as lagrimas que se formam ali.

— Oque foi? — Pergunto baixo.

— Fui no médico hoje — Passa a mão em seus olhos — Os resultados não mudaram, as chances ainda são praticamente nulas, principalmente agora que estou mais velho.

— Quais são as chances? — Me estica o papel e pego, lendo tudo — Menos de dez porcento?

— Sim — Suspira — Yuta foi uma sorte, disse que provavelmente não acontecera de novo e que você deve ser muito fértil.

— Não fica triste — Faço carinho em sua mão — Yuta pode viver sem um irmãozinho.

— É... mas eu queria tanto, tanto acompanhar você grávida — Abaixa a cabeça — Queria ver sua barriga crescer, fazer ensaios de fotos, te levar no médico para ouvirmos o coraçãozinho, ver todos os ultrassom.

— Eu tenho foto dos do Yuta — Seu olhar vem até mim — Quer ver?

— Quero — Fala baixo. Me levanto e Tengen faz o mesmo, me seguindo até o segundo andar.

Entramos em meu quarto e abro o guarda roupa, pegando uma caixa e entregando para ele. O homem vai até a cama e se senta, abrindo e sorrindo. Me sento ao seu lado e observo tudo oque tem ali, as primeiras meias, todos os ultrassom, um ursinho que Sakura deu para mim e nele toca o coraçãozinho de Yuta, uma foto minha e dele quando estavamos no hospital, muitas coisas boas.
Escuto uma fungada e olho para Tengen, suas bochechas estão completamente molhadas e suas mãos seguram a foto que estou segurando nosso filho recém nascido.

— Eu queria tanto estar la — Continua chorando — Me desculpa.

— Ta tudo bem — O puxo para um abraço, seu rosto se afunda em meu pescoço — Ta tudo bem.

— Era para estarmos juntos, juntos de verdade, me desculpa por tudo — Me aperta mais — Eu amo muito vocês.

— Amamos muito você tambem — Me afasto e o encaro — Yuta ama muito mesmo você.

— Como foi sua gravidez? — Limpa as lágrimas.

— Foi complicada — Sorrio fraco — Foi de muito risco porque uma vez eu... cai — Seus olhos se arregalam — Tava sozinha em casa e decidi que iria começar a organizar o quartinho do Yuta, e eu... não tinha ninguém para me ajudar, Zen, Sakura e Tanjiro trabalhavam.

— Caiu quando tava grávida — Concordo — Não pode...

— Eu sei, mas deu tudo certo — Seguro sua mão — Eu tive muitos enjoos, minha barriga não ficou tão grande, mas mesmo assim eu sentia muitas dores nas costas.

— Tem foto sua gravida? — Concordo e pego meu celular, colocando na galeria e entregando para ele. Seus olhos encaram cada uma das fotos enquanto sorri — Você ficou tão linda.

— Fiquei parecendo um balão — Rimos juntos.

— Ficou linda — Da zoom na minha barriga — Aqui tava de quanto tempo?

— Acho que uns sete — Sorrio — Viu? Não cresceu tanto.

— Tava perfeita, eu fico feliz e triste — Suspira — Eu não sou nada religioso, mas todos os dias to pedindo a Deus para que você engravide de novo.

— Vai dar tudo certo — Beijo sua bochecha — E mesmo se não engravidarmos, temos o Yuta.

— Falando nele, onde esta? A casa ta tão quieta — Olha para a porta.

— Meu irmão saiu com ele, foram tomar sorvete — Guardo tudo na caixa de novo — Aproveitei e limpei o quarto dele todinho.

— Então... estamos sozinhos? — Se levanta.

— Sim, so se tiver um ladrão aqui dentro, ou um fantasma, ai não estaremos mais sozinhos — Me levanto e vou até o guarda roupa, colocando a caixa onde estava.

— Quer fazer coisas que crianças não podem saber que fazemos? — Me abraça por trás e dou risada.

— São duas horas da tarde — Recebo beijos em meu pescoço — Você não tinha que estar trabalhando?

— Vou trabalhar, mas com minha linda esposa — Me vira para ele — Oque acha?

— Acho que você é um pervertido — Ele sorri e vai até a porta, a trancando, depois vai até a janela e fecha a cortina — Meu Deus...

— Vai amor, estou dois dias sem fazer nada com você, preciso de você agora — Fala manhoso. Nem parece que é adulto — So se você não quiser, ai eu não ligo de esperar mais dias.

— Eu quero, Ten... — Nem termino de falar e minha boca é tomada pela sua.

Continua...