Som do amor || Tengen Uzui

27

Tengen Uzui.

Estamos indo levar Yuta para a escola, meu filho esta quase dormindo na cadeirinha e Kei esta ao meu lado, seu olhar esta sobre a rua e mexe suas mãos sem parar, sei que esta nervosa.

— Ei — Seguro sua mão — Estamos quase chegando, você ta bem? Ta meio palida.

— Eu to bem — Suspira — Deve ser o nervoso.

— Certeza? — Concorda — Tabom, acorda o Yuta — Estaciono em uma das vagas.

— Filho — Sai do carro e abre a porta de trás — Acorda meu amor.

— Não quelo — Fala baixo. Saio do carro e vou até a porta de tras, observando os dois.

— Porque não? — Ele apenas nega. Passo a mão na cintura da minha noiva e a afasto da porta, tiro o cinto que meu filho usa e o pego no colo.

— Deixa ele em casa hoje, vamos so na direção — Beijo a testa da mulher e fecho a porta. Sua mão segura a minha e andamos juntos, Yuta continua dormindo.

Abro a porta que sei que da para a sala do diretor e deixo que Kei passe primeiro, ela sorri em agradecimento e entra, abaixo um pouco minha cabeça para passar e arrumo Yuta em meu colo. Andamos até a sala e bato na porta, demora um pouco para que recebemos uma resposta, mas assim que avisam que podem entrar, fazemos.

— Oi, bom dia — Minha mulher entra primeiro e sorri.

— Bom dia, moça bonita... — Entro na sala — Vejo que trouxe seu pai e seu irmão com você...

— Ela é minha mulher e ele é meu filho — Falo sério e seus olhos se arregalam — Viemos tratar de um assunto sério aqui — Kei senta e coloco Yuta em seu colo.

— Qual seria? — Olha para nos dois.

— Yuta estuda aqui, e ele vem chegado com varias marcas em casa, ontem vi uma mordida — Ela mostra para ele — Gostariamos que isso se resolva.

— Eu sou novo aqui, confesso não conhecer os professores direito... mas acho isso inadmissível — Suspira — Qual seria a sala de seu filho?

— Primeiro A — Respondo e vejo minha mulher passar a mão em sua testa, me aproximo um pouco dela — Esta tudo bem, querida?

— Ta sim, acho que to passando um pouco mal, so isso — Sorri para mim e concordo — Pode pegar um pouco de agua para mim, por favor?

— Claro — Me levanto e saio da sala, indo até o bebedouro. Pego um copo e encho com agua, voltando rapido e entregando para ela.

— Obrigada — Bebe e coloca o copo sobre a mesa, passando a mão em sua testa de novo — Pega o Yuta um pouquinho, por favor?

— Claro — Seguro o menino — Quer ir embora?

— Não... eu so quero usar o banheiro — Se levanta — Licença — Sai da sala.

— Vocês são mesmo um casal? — Concordo — Ela parece ser mais nova...

— Ela é, tem vinte e um — Passo a mão no cabelo de Yuta e suspiro, olho algumas vezes para a porta, mas nada de minha esposa voltar.

— Quantos anos você tem? — Estreito os olhos para o mais velho.

— Trinta e um, porque? — Seus olhos se arregalam e reviro os meus — Ela ta demorando...

— Posso pedir para que alguém vá olhar par... — Me levanto sem deixar que esse velho intrometido termine de falar. Arrumo meu filho em meus braços e vou até a porta do banheiro, dou algumas batidinhas e espero uma resposta, mas escuto apenas a descarga.

— Querida? — Abro a porta e ela esta escovando os dentes, olho confuso e ela se vira para mim — Oque houve? Esta escovando os dentes agora porque?

— Nada — Cospe e limpa sua boca — Vamos.

— Ei — Seguro seu braço — Sei que ta escondendo algo, esta com mal estar?

— Acho que sim, deve ser virose ou algo do tipo — Da de ombros — Vamos voltar logo, quero continuar a conversa e ir embora.

— Ta — Seguro sua mão e voltamos para a sala.

Resumindo, ter vindo aqui não deu em nada. O diretor intrometido não conhece a professora de Yuta, e a mulher falou que nunca viu nada disso acontecer, que deveria acontecer em casa mesmo.

— Quero que liberem o acesso as câmeras — Falo e os olhos da mulher se arregalam — Agora.

— Certeza? Quer que eu libere so o acesos as cameras? — fala de forma estranha e me mantenho sério, apenas me viro para o diretor.

— Controle sua funcionaria. Se ela não tem respeito nem comigo que estou na frente de minha esposa e meu filho, imagina como ela deve cuidar de nossas crianças? — Bufo — Francamente...

— Podemos ir embora? — Kei pergunta baixo — Acho que quero vomitar.

— Claro... — Beijo sua testa e me viro para o diretor — Quero a transferência de Yuta, vou tirar ele dessa escola e colocar em uma boa de verdade.

— Mas... — Pego Yuta do colo de Kei e ela se levanta, segurando em minha mão — Senhor Uzui...

— Ponto final, tenham um bom dia — Saio da sala junto de minha família. Agora é melhor eu cuidar de minha mulher, ela não esta nada bem...

Continua...