Capítulo 14

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Jungkook narrando

Depois de muito andar encontrei a mochila da S/n jogada no chão, olhei ao redor tentando encontra-la por perto. A chuva ficava cada vez mais forte, a única coisa que iluminava a floresta era as luzes dos relâmpagos.

- S/n. - Falo ao vê-la caída próximo de um tronco.

Desci a pequena ladeira com cuidado, estava escorregadio. Me aproximei da garota que estava desacordada, sua testa sangrava um pouco, a peguei no colo totalmente encharcada pela chuva. Tive dificuldade em subir a ladeira com ela no colo.

Peguei sua bolsa e segui o caminho de volta, porém estava difícil carrega-la e andar na chuva. Mais a frente, encontrei uma pequena casa, as condições da mesma não era as melhores, mas serviria de abrigo até a chuva passar ou pelo menos até amanhã de manhã. Entrei na casa sem muito esforço, a porta estava aberta, não tinha muita coisa por ser velha e desgastada, havia apenas um sofá velho perto de uma lareira, e um baú empoeirado, deitei S/n no sofá e fui tentar acender a lareira.

Com muita dificuldade e demora consegui acender a lareira. Voltei até S/n que abriu os olhos devagar reclamando de dor no pé, olhei seu tornozelo vendo uma pequena contusão no local, um pouco de gelo resolveria, algo que não tenho no momento.

S/n abraçava o próprio corpo por sentir frio, ela tremia e fechava os olhos. Fechei a porta e qualquer outro lugar que pudesse entrar ar, encontrei um lençol limpo dentro do baú, serviria para ela.

- Tira suas roupas. - Falei e mesmo nessa situação ela negou. - Estou tentando te ajudar, se continuar molhada desse jeito vai ficar doente.

Ela ficou em silêncio por alguns minutos.

- Fica de costas. - Disse com a voz baixa.

Fiz o que ela pediu, S/n começou a tirar suas roupas molhadas. Ainda de costas, entreguei o lençol para ela.

- Pronto. - Ela falou.

Olhei para ela que estava encolhida no sofá ainda tremendo.

- Não tá adiantando. - Me olhou com um olhar de súplica.

O único jeito seria usar o calor do meu corpo pra tentar aquece-lá.

- Fecha os olhos e não abre até eu mandar. Entendeu? - Ela assentiu fechando os olhos.

Por um momento achei isso um absurdo, mas se eu não tentar nada e ficar de braços cruzados, ela vai acabar ficando doente, o senhor Wang confia a sua filha à mim.

Tirei minhas roupas ficando totalmente sem nada. Levantei um pouco o lençol deitando com S/n, meio sem jeito e sem ação, não sabia o que fazer. Decidi não pensar muito, a puxei para perto abraçado seu corpo frio, ela não evitou contato, retribuiu o abraço na mesma intensidade. Seu rosto ficou em contato com meu peitoral, pude sentir sua respiração quente contra a minha pele, ela se encolheu um pouco mais apertando o abraço.

- Está melhor assim? - Perguntei olhando seu rosto.

Ela afirmou de olhos fechados... Por impulso, afundei meus dedos no seu coro cabeludo acariciando a região, os fios ainda estavam molhados, porém menos do que antes. S/n parou de tremer um pouco, ela acabou adormecendo, aos poucos fui caindo no sono também.

(...)

Abri os olhos incomodado com a claridade, ainda sentia um peso sobre meu peito. Seu rosto estava direcionado para mim, foi inevitável não toca-ló, tentei não fazer isso, mais falhei. Fiz carinho em sua bochecha com o palegar, admirei seu rosto, boca e nariz achando que eram os mais perfeitos que já vi, e com certeza eram, sem dúvidas. Fitei seus lábios levemente rosados e finos me segurando ao máximo para não beija-la, estava sendo difícil... S/n abriu seus olhos me olhando profundamente, ela não deu uma de louca levantando as pressas, isso é muito a cara dela. A mesma manteve seus olhos nos meus, levantou um pouco apoiando seu cotovelo no acolchoado do sofá, ela deixou seus seios a mostra, porém o único lugar que me interessava olhar eram seus lindos olhos escuros como a noite.

Nesse momento, esqueci completamente que a odeio. E me dei conta do quanto sou apaixonado por ela.

Meu coração palpitava como nunca, ficou mais agitado ainda quando S/n tocou meu rosto. Segurei em seu antebraço aproximando nossos rostos, quando nossos lábios estavam quase se tocando, a porta da casa se abriu.

Haein, Eunwoo, Lisa e Hana nos olhavam curiosos, quer dizer, Haein tinha um olhar diferente, ele acha que cumpri a aposta.

- O que rolou aqui? - Lisa estava sorrindo com uma cara maliciosa.

- N - Nada. - S/n respondeu nervosa.

Foi constrangedor.

- Saíam. Vamos nos vestir. - Falo recebendo um olhar de raiva do Eunwoo.

Só assim ele desiste dela de uma vez. Todos saíram fechando a porta, olhei S/n que estava corada.

- Se veste primeiro. - Ela diz se deitando, cobrindo o rosto com o lençol.

Levantei e vesti minhas roupas que ainda se encontravam úmidas. Logo depois S/n fez o mesmo, sai para deixa-lá a vontade.

- Não vem com perguntas Haein. - Falei assim que ele se aproximou quando sai.

- Você venceu Jungkook. - Riu fraco.

- Venci nada. Chega dessa aposta ridícula. - Ajeito minha jaqueta.

- É sério que não rolou nada?

- Não rolou.

- Impossível, vocês estavam pelados.

- Eu só ajudei ela com o frio ontem, nada além disso. E por isso eu desisto da aposta.

- Não acredito, o que te fez repensar Jungkook?

- Nada! Já vou indo, traz todo mundo em segurança. - Digo seguindo a trilha de volta pra casa.

A Filha Do Chefe - Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora