42.🧸

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Domingo - dia do jogo.

Bianca

Eram quase três da tarde, eu estava terminando de me arrumar enquanto a Rebeca e a Helena que já estavam prontas, me esperavam na parte de baixo do hotel. Chegamos em São Paulo pela manhã, quase tarde. Tivemos tempo apenas pra almoçar e vir direto pro hotel. Meus sogros e a Milena já tinham vindo ontem pra ficar um pouco com o Gabriel antes do jogo.

Pela correria do dia o Gabriel mal conseguiu responder minhas mensagens, pra ser sincera o único momento que ele realmente teve alguns minutos livre foi no almoço e como eu não quis o atrapalhar, só mandei algumas fotos da Lelê para que ele matasse a saudades. O Gabi ainda não sabe que estamos aqui, a surpresa mesmo vai ser antes do jogo começar, combinei com a galera da assessoria dele que por sinal, ficaram tão empolgados com a surpresa quanto eu.

Assim que fiquei pronta, desci com as coisas da bebê, as encontrei no térreo e fomos para o Morumbi. A Lelê estava com uma blusa do Flamengo com o nome "papai" e o número do Gabi, uma jardineira super fofinha que ele tinha comprado recentemente e um sapatinho confortável. Ela estava toda manhosa e feliz, eu tinha falado que íamos ver o papai hoje e até acordou mais agitada.

Assim que chegamos nos aconchegamos no camarote, a Rebeca ficou lá com a Marília, a Bruninha e o Ribas que também veio acompanhar o jogo de perto. Encontrei com a Tia Linda quando estava chegando e combinamos de nos encontrar quando o jogo terminasse. Ela foi acompanhar o marido e a Milena que só gostam de assistir o jogo no meio do povo. Quando os meninos estavam para se posicionar no corredor, eu desci com a Helena e fui de encontro ao Gabriel. 

De longe o vi todo concentrado, mordendo os lábios nervoso e olhando para frente. Eu consigo me apaixonar cada vez mais por esse homem a cada dia que passa. Sorri quando nossos olhos se encontraram e pude ter certeza que o corpo dele se estremeceu por inteiro. A bebê estava agitada mexendo os pés pra descer do meu colo enquanto sorria toda bobinha pro pai.

- Meu amor!- falei ao me aproximar. Ele pegou a Lelê no colo, agarrou minha cintura e me encheu de beijos.

- Estava com tanta saudades de vocês.- admitiu entre um selinho e outro.

- Você achou mesmo que a gente não iria vir?- rir ao ver a cara surpresa dele.

- Eu já tinha perdido minhas esperanças.- riu comigo- E você compactuou com isso, filha?

Ele brincou com ela enchendo o vão do pescoço com beijinhos e assoprava fazendo com que ela sentisse cocegas. Mostrei a camisa que ela estava vestindo e aproveitei pra mostrar a nova habilidade da Helena.

- Filha, o que tem escrito na sua camisa?- perguntei indicando à ela aonde era.

- Papa.- respondeu toda sem jeito.

- Mentira!-me olhou e em instantes a pupila dele dilatou, um sorriso largo e sincero preencheu o rosto.

- Ela começou a te chamar quando viu sua entrevista hoje de manhã.

O Gabriel estava encantado, segurando o choro e completamente emotivo. Ele olhava nossa filha de uma forma tão radiante, como se ela fosse alguém irreal. Os abracei de lado aconchegando o rosto dele em mim e quando nos afastamos percebi ele enxugar algumas lágrimas que insistiam em cair.

- Que isso seja um incentivo para você ganhar hoje.- dei um selinho nele e ouvimos o sinal de que o jogo iria começar - Eu te amo amor, boa sorte.

- Também te amo, linda. Obrigado!- me roubou outro antes de ajeitar a Lelê no colo para entrar com ela.

Dei a volta indo para o canto onde supostamente a moça iria entregar a nossa filha depois. Os jogadores começaram a entrar, fizeram a fileira e todos do estádio contaram quando o Hino Nacional começou a tocar. Ao finalizar, o certo era que as crianças saíssem do campo para que os jogadores fossem cumprimentar uns aos outros.

Porém, a Helena se recusou a ir pro colo da moça, ela não estava chorando mas tinha grudado no Gabriel e não queria sair por nada. As outras crianças saíram e o Gabi falou algo para a moça que voltou pro lugar de onde tinha vindo, ele cumprimentou os jogadores com uma mão enquanto a outra estava segurando a nossa filha.

Assim que ele terminou de cumprimentar, veio até aonde eu estava, entregou ela dando um beijo na cabeça e um selinho em mim. Quando me dei conta, a nossa cena tinha passado no telão do Morumbi e todos da arquibancada estavam fazendo um som de "fofura". Sorri acenando e confesso que antes eu estava com medo de fazerem alguma piada em relação a Helena ou algum tipo de comentário negativo, mas parecia que o que eles queriam mesmo era conhecer o rostinho dela.

{...}

O jogo terminou e eu tive que entrar dentro da sala do camarote diversas vezes já que caso eu visse o jogo, era capaz de eu surtar. Foi um jogo cheio de emoções e muitas, mais muitas brigas mesmo. 

O adversário da vez era o São Paulo, consequentemente jogamos contra o Rafinha que antes era um amigão do meu namorado. Eles se bateram de frente o jogo inteiro, discutiram e no final quase que os dois foram expulsos. Eu estava acompanhando o telão que mostraram também alguns momentos dos jogadores quando entravam pro vestiário no intervalo, pude jurar que em um desses momentos o Gabriel iria voar no pescoço dele, pelo menos o áudio da briga, tudo que eles falaram foram coisas bem pesadas. Até que é plausível depois de tanta coisa que acontecerem nos bastidores.

Desci com os meus sogros e a Milena para a sala de espera. Ficamos esperando lá por quase uma hora até que o Gabriel apareceu, um pouco emburrado, ajeitando a aliança no dedo e a mochila nas costas.

- Tá tudo bem, amor?- perguntei dando um abraço breve nele.

- Um pouco estressado, mas estou bem.- olhou a filha que estava no bebê conforto dormindo.

- Você tá com uma marca no braço, filho.- minha sogra falou reparando.

- Quando chegar em casa eu passo alguma coisa, não se preocupa.- deu um abraço nela e logo em seguida no pai.

- Se quiser eu te ajudo, priminho.- Milena falou quando ele foi a abraçar - Eu trouxe uma pomada que ajuda com hematomas.

Revirei os olhos enjoada e o Gabriel pegou o bebê conforto da minha mão.

- Me passa o nome que eu compro e a Bianca passa quando chegar em casa.- deu um beijo rápido na cabeça dela - Valeu, prima.

Eu quis rir pela forma sarcástica dele de dar um corte nela, mas me contive e mantive minha postura. Ele entrelaçou nossos dedos e todos nós fomos juntos encontrar a Rebeca e o Pulgar, tínhamos combinado de ir no restaurante depois do jogo e assim fizemos.

Sunshine🧸• Gabriel Barbosa •Onde histórias criam vida. Descubra agora