35.🧸

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Peguei um pote de vidro despejando a maionese que eu tinha acabado de fazer enquanto escutava as risadas da tia Linda, eu não pude deixar de rir também.

Abri um vinho branco e coloquei um pouco na taça, mas só depois lembrei que não posso beber por conta da amamentação. Murmurrei frustrada e joguei o que estava na taça na pia.

– Esse vinho é podre de caro, que dor.– Milena falou entrando com a travessa que eu tinha pedido pro Gabriel pegar.

– Ninguém além de mim bebe ele, não tem muito o que fazer.– peguei a travessa da mão dela.

Cortei o resto da batata que tinha sobrado da maionese e a temperei despejando no local.

– Não quero ser inconveniente, eu sei que você me odeia, mas você e o meu primo estão bem?– a olhei e percebi que ela estava " preocupada" ou pelo menos pareceu, mas eu conheço bem Milena e ela é só mais uma fofoqueira.

– Estamos, é só cansaço.– respirei fundo– E eu não te odeio.

– Claro que odeia.

Não sou capaz de odiar ninguém.– falei firme.

– Sendo assim...– me olhou e eu fiz o mesmo, balancei a cabeça.

– Já tá tudo pronto?– Gabriel falou entrando e assim que reparou que Milena também estava, me olhou com uma cara de "precisa de ajuda?"– Tá na hora do jantar, vamos aproveitar que Helena tá dormindo.

Assenti e ele pegou a travessa passando por nós.

– Olha Bianca, você não me odeia mas sei que não gosta de mim mas eu queria deixar claro que fiquei feliz por você ter voltado. E melhor, ter voltado junto com a Lelê.– se levantou do banco– Vou entender se não acreditar em mim.

E eu não acredito. Milena não me traz segurança e nem me passa confiança, eu sinto que a todo momento ela encontra motivos para se intrometer em algo e acabar sabendo de alguma coisa pra depois usar isso contra a pessoa.

– Só quero que a gente se dê bem...pelo Gabi.– começou com os joguinhos cínicos.

– Com certeza o meu namorado entenderia meus motivos caso a gente não se desse bem.– refutei– Mas vou tentar, não pelo Gabriel, mas pela família dele e pela minha filha. Eles não são obrigados a terem essas energias ruins aqui em casa.

Ela me olhou bastante antes de sair da cozinha sussurrando algo que eu nem ao menos tive curiosidade de saber o que era. Peguei a sobremesa na geladeira e fui para a sala de jantar onde todos já estavam acomodados.

Procurei meu namorado e arqueei uma sobrancelha ao ver que Milena já tinha tomado o lugar ao lado dele, eu quis rir alto pela atitude e cara de pau dela mas ignorar era a melhor opção no momento.

Começamos a nos servir e assim que fui colocar meu prato o chorinho da Helena ecoou pela casa.

– Eu acho que alguém acordou.– minha cunhada falou e nós rimos.

– Põe seu prato, vou lá pegar ela.– o Gabi falou e eu assenti sentando e me servindo.

Depois de um tempo ele desceu com ela e com uma manta já que estava muito frio.

– Que carinha amassada, bebê.– dei um cheirinho no pescoço dela e meu namorado puxou a cadeira sentando do meu lado.

– Amor, pega meu prato por favor.– balancei a cabeça e me levantei pegando e colocando do meu lado.

Milena me lançou um olhar forte que eu pude jurar que se não estivéssemos todos em família, ela voaria em mim. Tentei manter minha tranquilidade e apenas servi meu namorado o ajudando a comer já que ele estava com nossa filha no colo.

Sunshine🧸• Gabriel Barbosa •Onde histórias criam vida. Descubra agora