Sunshine🧸• Gabriel Barbosa •

10.🧸

Gabriel

– A bolsa está um pouco rompida nessa parte aqui.– a médica passou o aparelho da ultrassom– Provavelmente quando o bebê crescer você vá sentir mais dor no pé da barriga e alguns incômodos.

– Mas e o bebê, tá bem?– perguntei um pouco nervoso. Eu não gostava nem um pouco de hospital já que nunca me trazia lembranças boas, estava agoniado pra sair logo dali.

– O bebê tá recebendo os nutrientes necessários, as vitaminas por mais que façam ela se sentir enjoada, estão ajudando bastante na gestação.

Concordamos e ela nos explicou mais algumas coisas, escreveu em um papel alguns cuidados e alguns remédios que poderiam ajudar a Bianca quando sentisse qualquer incômodo.

Já dava pra saber o sexo do bebê, mas depois de tudo que aconteceu, nós preferimos não fazer chá revelação e só esperarmos o nascimento pra saber se era uma menina ou um menino. Eu nunca imaginei que eu seria tão paciente ao ponto de esperar até 9 meses pra saber o sexo do meu bebê, mas foi algo que nós achamos interessante e pode até ser melhor.

Bianca tava no medo constante de alguém descobrir ou vazar mais algumas informações sobre o bebê, pra todo lugar que a gente ia tinha alguém tirando foto e postando. Ela passou a usar roupas mais longas já que a barriga estava saltando a cada mês e nós dois sermos vistos juntos já virou rotina.

– Sinto falta da minha casinha.– ela falou assim que chegamos na minha casa.

– Eu vejo que você sente.– coloquei a chave do carro no bolso e algumas sacolas na mesa– A médica vai te passar algumas medicações mais seguras, aí se você quiser pode voltar a ficar lá.

Claro que eu não queria que ela fosse, eu fico receoso só de imaginar que ela pode passar mal e não saber como pedir ajuda e como a gravidez já tinha nos dado vários sustos, ela ficar aqui comigo não era só mais uma opção, era uma necessidade.

– Vou tentar me adaptar com eles e vou voltar pra casa.– falou e eu assenti– Aliás, final de ano...

– E o quê que tem?– questionei me jogando no sofá.

– Ah Gabriel, sinceramente! Não vai me dizer que vai passar o Natal e o ano novo aqui comigo trancafiada nessa casa, né?

– Trancafiados não. Imaginei que poderia chamar sua família pro Natal desse ano, e eu nem tô animado pra a virada.

– Vai beijar uma boca garoto, as vezes ser feliz também é importante pra a formação de um bom pai.

– E quem disse que eu não tô feliz? eu tô ótimo e não preciso beijar na boca pra isso.– peguei meu celular respondendo algumas mensagem urgentes e logo em seguida o joguei de lado.

– Por que não aproveita o ano novo com alguém?– se sentou no outro sofá e percebi que ela queria saber de alguma coisa, pensei em cortar o assunto, mas preferir ver até aonde vai.

– O ano novo é daqui a vinte dias, a menos que eu coloque o nome de alguém na boca do sapo, eu consigo alguém.– respondi e ela riu.

A risada dela foi tão contagiante que eu acabei rindo junto e por um segundo eu senti minhas bochechas doerem.

– Eu achava que você estava com alguém.– ela falou depois de tanto rir– A um tempo atrás saiu em vários sites sobre você e sua suposta alfaiate.

– Com a Letícia né?– ela assentiu– E se eu te contar que eu nem falava com ela?

– Não é possível.– falou abismada como se estivesse sendo pega de surpresa.

– Te juro.– fiz a mesma cara que ela– Se eu te contar uma coisa você nem vai acreditar.

– Mas me conta mesmo assim.– se ajeitou no sofá como uma fofoqueira esperando que eu falasse.

– Eu não fiquei com ninguém desde que terminamos.

Ela realmente pareceu não acreditar, ficou por minutos só me olhando e eu pensei que ela tivesse desmaiado de olhos abertos. 

Eu não ter ficado com ninguém depois dela não significa que eu ainda esperava que nós voltássemos, mas sim que eu não tinha interesse em mais ninguém. Nós tínhamos vivido um relacionamento de muito tempo, claramente não ia ser de um dia pro outro que eu iria sentir desejo ou vontade de ficar com outra. Sempre tivemos muito respeito um pelo outro, sempre fomos justos, mesmo que o término não tenha sido um dos mais compreensivos e tranquilos do mundo.