37.🧸

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Eram seis da manhã quando escutei o choro fino da Helena ecoar pela casa. Saí do banheiro ainda enrolada na toalha, coloquei outra no cabelo, vesti o roupão e fui pro quarto dela.

- Oi mamãe, bom dia.- me curvei a pegando do berço - O dia tá lindo meu amor.

Ela deitou a cabeça no meu ombro ainda manhosa. Apertei o botão para as costinas abrirem e coloquei uma das minhas mãos protejendo os olhos dela da luz.

Desliguei o ar e deixei com que a luz do sol entrasse no quarto, tinhamos que fazer isso pra que ela pudesse despertar mais tranquila. As manhãs por aqui precisam ser leves.

Peguei a chupeta dela usando o " pregador" da ponta pra prender na roupa evitando que caia ou que perca, coloquei a chupeta na boca dela e fomos pro meu quarto. Gabriel ainda estava apagado, ele acordou umas três vezes na madrugada por causa da Helena.

Coloquei ela deitada na cama, coloquei alguns travesseiros na ponta caso ela role até lá e voltei pro banheiro pra vestir minhas roupas.

Um tempo depois o Gabriel entrou com a Helena nos braços, escovou os dentes e veio até mim.

- Bom dia, Bibi.- segurou meu rosto com a mão que estava livre e me deu um selinho delicado.

- Bom dia, amor.- roubei outro - Te acordei?

- Que nada, a gatinha aqui que decidiu engatinhar em cima de mim.- falou ajeitando a nossa filha no colo - Vamos pra onde agora?

- Marcamos de tomar café com sua família no clube. Por sinal, precisamos adintar para não nos atrasarmos. - olhei no relógio.

- Vou arrumar a Helena então.

- Deixa que eu a arrumo, amor. Eu já terminei e é bom que não te atrasa.

Ele concordou, estendi os braços a pegando e voltamos pro quarto.

Vesti ela com um body e coloquei uma jardineira por cima, penteei os cabelinhos cacheados e cheios iguais ao do pai. Arrumei a bolsa dela com algumas coisas que fossem necessarias e quando terminamos, surpreendentemente o Gabriel também tinha terminado.

Marcamos com os pais dele de nos escontrarmos lá então já fomos direito.

- Bom dia, família.- ele falou assim que chegamos na mesa.

Eles responderam em unisoro e já vieram paparicar a Helena, que por sua vez estava mais gaiata do que o normal. Um tempo depois a Rebeca também chegou se juntando a nós, a minha sogra ama ela e a adotou quando eu entrei para a família, então ela era tão bem vinda quanto eu.

Percebi que enquanto todos comversanvam em grupo, a Milena e o Gabriel conversavam somente entre si. Ele estava do outro lado da mesa e eu percebia o riso dos dois, mas não posso reclamar, faz tempo que eles não se viam.

- Cunhado, você viaja que horas? -  Rebeca perguntou o chamando - Preciso saber quando devo ir pra cuidar das suas preciosidades.

Todos da mesa riram pelo senso de humor dela, mas confesso que achei fofo.

- Vou pela tarde, após o almoço.- falou e ela assentiu.

- E por que ir tão cedo? Não dá pra ficar só pra aproveitarmos mais um pouco?- Milena perguntou e posso até parecer louca mas percebi a malicia dela.

- Eu queria nem ir. - riu - Mas temos jogos no final de semana, então é necessário.

- Vocês também vai, Bianca?- me perguntou.

- Não, tenho que cuidar da Lelê, então vou ficar.

- Mas é só levar ela, deve ser chato deixar o próprio marido sozinho. Ele também precisa de você. - percebi o pitaco dela.

Olhei pro Gabriel que por sua vez ficou quieto.

- Não é bem assim que as coisas funcionam, Milena.- meu sogro a interrompeu - A Bibi tem outras obrigações e a Helena é muito pequena para ficar sem a mãe. Eles precisam um do outro, óbvio, mas também precisam trabalhar. São responsabilidades indispensaveis.

- E também é só uma semana, vamos estar aqui para o que elas precisarem e jajá meu filho volta para a família dele.- minha sogra completou.

Ela ficou quieta e logo depois eles entraram em outro assunto. Percebi o olhar do Gabriel em mim como se pedisse desculpas mas eu ignorei e peguei a Helena do colo da Rebeca, ela estava agoniada e quando a desenrolei da manta percebi que o corpo dela tinha esquentado um pouco.

- Com licença, já volto.- levantei colocando a bolsa dela no ombro e fui até uma parte do clube que era afastado e não tinha ninguém.

Deitei a Helena no meu colo, tirei a jardineira dela a deixando só com o body e peguei o termómetro colocando debaixo seu braço.

- Amor, tá tudo bem? - ouvi a voz do Gabriel chegando perto.

- Helena está com febre.- ouvi o termómetro apitar e o tirei vendo a temperatura.

- Tá alta? - perguntou.

- Mediana, dá pra controlar. - tirei um xarope de dentro da bolsa, dei pra ela e coloquei a chupeta evitando o gosto amargo que viria depois.

Enrolei ela na manta novamente imaginando que os calafrios iriam começar. Guardei tudo me levantando pra voltar.

- Bibi! - ele me parou - Tem certeza? não quer ir pra casa?

- Tenho, caso o remédio não faça efeito eu vou.

- Mas e você tá bem? aconteceu algo?

- É uma pergunta séria mesmo, Gabriel? - o questionei ríspida. Como ele não respondeu eu me soltei das mãos que estavam me segurando e voltei para a mesa.

Chegando na mesa dei o peito pra minha filha, coloquei a naninha em cima pra deixar ela mais tranquila.

Tomamos o café, conversamos mas um pouco mas logo depois fomos todos no shopping comprar e visitar algumas coisas.

Confesso que foi um pouco difícil, mas o Gabriel estava com os seguranças, ou seja poderia ter sido pior. A Lelê estava em seus braços, já adormecida, enrolada na manta então todas as fotos que ela estava não apareciam o rosto ou qualquer parte do corpo dela. O que me aliviava.

Quando a onda diminuiu, ele voltou para o meu lado a ajeitando no colo e segurou na minha mão cruzando nossos dedos para ficarmos juntos.

Sunshine🧸• Gabriel Barbosa •Onde histórias criam vida. Descubra agora