Parte 46

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A pior parte não é escutar um cara bater uma para você. A pior parte, a menos admissível, é aquela em que você percebe que está gostando disso. Minha intimidade se excitava a cada gemido que saia de sua garganta, se umidificava só de imaginar a cena. Será que está no chuveiro, na cama ou nas águas maravilhosas da fonte?

Sua excitação me obrigava a recordar dos nossos momentos juntos.

Inevitavelmente, meus pensamentos se tornaram mais pervertidos do que gostaria.

"Caralho!" - parecia se deliciar, enquanto eu "assistia", contorcendo minhas pernas em angústia.

Uma ideia absurda passou pela minha mente e foi mais forte que eu. Meu corpo foi puxado para fora d'água, como se tivesse vida própria. Enrolei-o na toalha e atravessei o quarto em direção à saída. Sorrateiramente, verifiquei que o corredor estava vazio e, dando um passo à frente, procurei nas duas portas que cercavam minhas acomodações, a porta com o número 102.

Me vi parada, em frente ao quarto dele, decidindo se deveria mesmo bater. Afinal, que motivos daria para procurá-lo, vestida somente em uma toalha? Estava louca. Meus batimentos estavam alterados, sentia a artéria pulsar no pescoço, como se quisesse explodir. O corpo quente. A mente elaborando um turbilhão de desculpas que não colariam.

"Mas q- ..." - cortou a fala.

Me dei conta que seus gemidos cessaram, sem o clímax, indicando que interrompeu a brincadeirinha por algum motivo. E eu sabia bem qual era. Nossa assinatura fazia ele perceber exatamente onde estava. Sabia que estava parada em frente ao seu quarto.

Será que estava esperando que batesse?

Será que devo mesmo bater? Ergui o punho fechado e freei o movimento.

Os dois segundos seguintes me fizeram amarelar. Mas, antes que pudesse dar meia volta, a porta se abriu, revelando o homem encharcado, dos pés à cabeça. A toalha parecia ter sido envolta apressadamente na cintura, o que não o ajudou a disfarçar as marcas de sua ereção.

- S/N? - ofegante e corado, deu-me passagem com o corpo para que adentrasse seu quarto. - O que faz aqui? - espiou o corredor e fechou a porta, antes que fôssemos vistos naqueles trajes. - Tá só de toalha? - seus olhos percorreram meu corpo, num misto de surpresa e desejo, me fazendo corar mais.

- Não é como se você já não tivesse me visto assim antes ... ou pior. - lembrei-o, sem saber o que dizer. Se ele me conhecesse um pouquinho mais, saberia que denunciei minhas intenções só com a roxidão das bochechas.

Não conseguia dar-lhe motivos para estar ali.

As gotas caiam firmes no chão, despencando de sua pele molhada, enquanto me perguntava, preocupado, se havia acontecido algo. Soube que estava no banho porque exalava cheiro de shampoo. E a cena dele no chuveiro perturbou-me mais ainda, fez-me lembrar da NOSSA cena no chuveiro, dando fim a qualquer boa tentativa de bolar uma resposta decente.

- Não é nada! É que ... - tentei dizer algo, encarando aquela marca tensa, emoldurando a toalha.

- Meus olhos estão aqui em cima! - chamou minha atenção em tom denso.

- É queee ... - desviei o olhar, querendo enfiar minha cabeça num buraco.

Se aproximou lentamente, com um pequeno sorriso convencido no canto da boca. Me deixei ser envolvida em seus braços, sem nenhuma resistência. O jeito que aproximou o rosto do meu, me fez encará-lo dentro dos olhos:

- Só tá com saudades? - sussurrou, carinhoso, sem desviar o olhar.

Assenti vergonhosamente, aconchegando-me no corpo dele, sentindo nossas peles quase queimarem com o contato nu. Puxei-o delicadamente pelo pescoço, convidando-o a me beijar.

- É ... eu também. - confessou, tenso, engolindo minha boca, como se não comesse a dias.

Me pressionou mais ainda em seus braços, num beijo ávido. Gemeu baixo quando aquele volume todo se acomodou na minha virilha. Estava sedento! Empurrou-me gentilmente com o quadril contra a primeira barreira que meu corpo pudesse encontrar. Quando o móvel chacoalhou atrás de mim, o senti se mover e encaixar seu ponto mais duro no meu ponto mais sensível. Exalei um gemidinho que o fez sorrir.

Afastou nossos corpos e num solavanco rápido, me ergueu sobre a cômoda, abrindo minhas pernas, se encaixando no meio. Dedilhou minhas agulhas e a kunai, admirando aquele trecho de corpo, enquanto desenrolava-me da toalha, expondo-me nua sob seus olhos sedentos:

- Porra! - contemplou-me, num tesão mal contido. - Você sabe mesmo como me deixar louco, não é? - subiu seu dedilhar ansioso pelas minhas costas nuas, me fazendo envergar mais ainda o corpo para ele.

Enquanto beijava meu pescoço, desci ambas as mãos até seu baixo ventre. Uma delas acariciou seu pulso fechado, afastando-o para que deixasse a toalha cair sobre seus pés. A outra encontrou seu membro duro e quente, envolvendo-o com intensidade. O homem gemeu alto, trêmulo.

- Estava se divertindo sem mim? - a provocação saiu pela boca sem filtro.

- Que tal me ajudar com isso? - sorriu malicioso e gemeu ao meu toque, me incentivando a continuar. - Suas mãos ... caralho! - o senti intumescer mais aos meus movimentos, indicando que gozaria a qualquer momento. - Continua! - agarrou-me a nuca, fazendo com que meu rosto se voltasse para o dele e nossas bocas se encontrassem. - Continua! - gemeu trêmulo, me pedindo mais.

Mantive os movimentos, intensificando-os a cada subida e descida, perdida nos sons densos que saíam de sua garganta. Eu estava mesmo perdida, queria aquilo tanto quanto ele. Senti o meio das pernas encharcar e uma intensa vontade de me tocar quando ele finalmente gozou, gemendo alucinado. Envolveu firmemente meu pulso, apertando-o contra seu membro quente e, agora, molhado. Se afastou um pouco, observando meu corpo melecado de porra.

- Caralho ... - suspirou - Tá ficando muito boa nisso! - admitiu, sorrindo extasiado, me puxando para um beijo doce.

Minha resposta foi gemer frustrada em sua boca. Seus gemidos gostosos ainda ecoavam em meus ouvidos, ainda pulsavam na minha intimidade. Eu queria mais e ele sabia disso.

Desceu a boca até meu pescoço, dando-me beijos intensos naquele pedaço de pele ao mesmo tempo que envolveu minha intimidade com os dedos, deslizando-os pelo meu ponto mais sensível, num movimento contínuo e delicado. Quase gritei de prazer, mordendo o lábio com força.

- Aham ... - me incentivou, num tom denso. - Mostra pra mim o quanto tá com saudades! - enfiou dois dedos num movimento intenso e posicionou o dedão em meu clitóris. Me segurou o quadril e socou firme e fundo, fazendo movimentos de onda. Dessa vez eu gritei, perdendo o controle da voz.

- Para! - supliquei, estranhando como aquela nova forma de me masturbar era capaz de me fazer perder os sentidos, trazendo uma onda de gozo incontrolável.

Tentei segurar-lhe o pulso, vendo que não me obedecia, mas enfraqueci, gozando atordoada encarando seus olhos que me admiravam fundo. Contrai o cenho e mordi o lábio inferior, me rendendo ao êxtase, enquanto os dele abriam-se no sorriso mais avassalador que pode dar.

- Nunca vou me cansar disso! - se referia a me observar gozando. - Vem cá!

Carinhosamente, me envolveu em seus braços e me beijou. Suspirou com a boca colada na minha, deliciado. Deu-me selinhos curtos e macios, sorrindo. Me fez sorrir também, admirando-o, boba.

Escutamos três batidas na porta.

- Vamos jantar? - sussurrou e abriu um largo sorriso quando acenei positivamente com a cabeça.

Treinamento Nível S - Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora