Capítulo 57

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Seattle, Washington
2008

DOIS MESES ATRÁS
Dia do tiroteio no hospital Seattle Grace
Mercy West .

Também conhecido como o pior dia da vida dos médicos e funcionários do hospital.

A SWAT já havia liberado quase todo o hospital. Médicos, enfermeiros, pacientes e funcionários deixavam as portas a cada instante. Mark estava com os olhos vidrados nas portas duplas de vidro, com Callie segurando seu braço com firmeza.

Um a um as pessoas saíam, mas ela não. Alina ainda estava lá. E ele não sabia se ela estava viva ou morta. Tudo que ele sabia era que Derek estava lá, e havia sido baleado. Ele tinha certeza que ela.estaria ao lado dele, conhecendo Alina como conhecia, sabia que ela não deixaria o hospital sem o Shepherd de forma alguma. E era aquele conhecimento que o perturbava.

O ar de repente pareceu esfriar, o vento pareceu mudar sua direção, os sons estavam distantes, como um zumbido. Como se ele estivesse dentro do oceano e so sentisse pressão em seus ouvidos. Sua coluna gelou, o peito queimou. O chão sob seus pés pareceu amolecer, ou sediam suas pernas que estavam moles demais?

Mark encontrou os olhos de Callie, os dele já nadavam em lágrimas. Antes de ouvir, antes de vê-la, ele sentiu. Um pressentimento tão ruim, que o fez desejar a morte. E então, o rádio da polícia criou mais uma vez.
Deixando o estacionamento movimentado em quase completo silêncio.

— Aqui é Jackson Avery. Eu tô com Alina Koracick, ela foi baleada. Dois tiros no abdômen e um no tórax. Ela perdeu muito sangue e tá inconscientemente. Preciso tirar ela daqui ou ela vai morrer

— Liguem para o hospital Presbiteriano agora e peçam uma sala para toracotomia de urgência. — a voz de Teddy chegou aos ouvidos deles, mas ninguém parecia se mexer, todos travados. — Rápido!

— Mark...— Callie chamou, passando a mão nas costas do amigo.

Ele se dobrou sobre os joelhos, respirando pesadamente. Com os olhos fechados ele sentia o peito subir e descer com a respiração pesada, assim como a bile que invadia sua garganta. Ele respirou de novo, tentando fazer aquilo voltar. Mas foi em vão, a bile voou por sua garganta assim como tudo que ele havia comido naquele dia.

Tudo aquilo só poderia ser um pesadelo.

Poucos minutos depois as portas se abriram novamente.

April e Meredith saíram na frente ao lado de Derek, que estava inconsciente numa maca. Em seguida, Cristina que parecia perturbada, ao lado de Owen que tinha o braço enfaixado.

E por último, Jackson. Empurrando a maca onde Alina estava a toda velocidade.
Ela estava desacordada, tinha oxigênio em seu nariz, seu uniforme completamente encharcado de seu sangue.

Aquela cena fez com que ele caísse de joelhos no chão, sem força pra se aproximar ou falar.
Apenas quando a voz de Teddy soou novamente, ele olhou na direção da Koracick.

— Deixa comigo agora. — Ela disse, tocando o braço de Jackson.

— Eu não consigo sentir batimentos...eu...acho que ela morreu. — Jackson lamentou em meio às lágrimas.

— Ela não morreu até eu fazer tudo que posso pra trazê-la de volta. — Teddy garantiu. Subindo na ambulância em seguida.

— Jackson, é melhor ligar pro pai dela. — Cristina disse, se aproximando do Avery.

— É claro, vou ligar pro tio Tom e pra minha mãe. — ele disse, se afastando do estacionamento.

Logo Richard saiu, acompanhado da polícia e de Gary Clark.
Ao colocar seus olhos naquele homem, Mark sentiu seu sangue ferver. Alina poderia morrer a qualquer segundo, se e que já não estava morta, e a culpa era daquele homem que saía dali apenas com um ferimento no braço. Ele não pensou, nada mais importava, não se ela tivesse morrido.

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