Seattle, Washington
2007Há uma razão para cirurgiões aprenderem a manusear bisturis. Gostam de fingir que são cientistas frios e cruéis, gostam de fingir que são destemidos.
Mas a verdade, nos tornamos cirurgiões porque lá no fundo, achamos que podemos extirpar tudo que nos assombra.Fraqueza, fragilidade, morte.
Era dia de halloween, Alina odiava o halloween e todas as lembranças ruins que ele trazia.
E naquela madrugada, ela estava especialmente irritada, sem sono, e com a mente cheia de pensamentos.
Há duas semanas Mark finalmente havia se declarado, mas ela não correu para os braços dele como o Sloan imaginou. Ela estava chateada, e irritada. Mas ao mesmo tempo, desejava com todas as suas forças estar com ele.
Alina se levantou e trocou o pijama por roupas quentes. Já que não conseguia dormir, ela iria trabalhar.
— O que estão fazendo acordados? — ela perguntou ao colocar os olhos nos amigos, quando entrou na cozinha.
— Perdi o sono. — Alex e Izie responderam juntos, ambos esculpindo abóboras.
— Que abóboras ridículas. — ela disse caminhando até a geladeira, pegando uma garrafa d'água.
— O que estão fazendo? — Meredith perguntou, entrando na cozinha.
— Perdi o sono. — Alina, Alex e Izie responderam juntos.
— Ah. — a Grey disse, passando por Alina para mexer no armário.
— Que isso aí? — Izie perguntou quando viu a Grey despejar cinzas no saco plástico que pegou no armário.
— Minha mãe. — a Grey respondeu, como se aquilo fosse algo normal.
— Odeio o halloween. — Alina declarou, deixando a cozinha.
Alina, Alex, Izie, e Sidney estavam sentados no banco na sala dos residentes, observando enquanto Meredith colocava o saco com as cinzas da mãe no armário.
— O que vocês estão olhando? — Cristina perguntou ao entrar no vestiário, encarando os outros residentes.
— A Meredith botou a mãe num plástico. — Alina disse apontando na direção da Grey.
— E trouxe pro trabalho. — Izie concluiu.
— Tive que tirá-la do armário, tava me assombrando. — a Grey falou, escondendo o saco plástico atrás de sua bolsa.
— Agora ela assombra todo mundo aqui. — Alex disse.
— Ela tá se limpando. Na cultura indígena, quando alguém quer se limpar raspa o cabelo e enterra tudo. Podia tentar também. — Sidney sugeriu.
— Sidney...fica quieta. — Alina bufou, virando os olhos.
— Muito bem gente, escutem. Hoje é feriado, a emergência vai estar entupida. Vai ter o de sempre...alcoolizados, burrice. — Callie disse assim que entrou, seguida por Bailey.
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Código Azul
FanfictionAlina Koracick sempre teve um destino claro: ser médica, seguir os passos de seu pai como neurocirurgiã. Mas quando ela deixa para trás sua vida em Baltimore e o conforto do Hospital Johns Hopkins para ingressar na residência cirúrgica do Seattle Gr...