Capítulo 30

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Seattle, Washington
2006

As pessoas tem cicatrizes nos lugares mais inesperados, são um mapa secreto de suas aventuras pessoais. Diagramas de antigas feridas.
Quase todas as feridas fecham, deixando pra trás só uma cicatriz, mas algumas não se fecham completamente.
Há feridas que levamos conosco, e apesar do corte ter sumido há muito tempo, a dor continua.

Há um mês e meio Alina estava de molho no hospital, e após ficar por dentro de todos os dramas, fofocas e reclamações de todos, ela estava de saco cheio, só queria sair dali. Ela amava estar no hospital como médica, mas não como paciente.

— Ele ficou no quarto do George, e quando o casamento horrível do George acabar, ele não vai ter pra onde voltar. A vida dele vai tá horrível, ele vai perceber que o pai dele morreu, e que cometeu um erro enorme se casando com uma mulher que não ama e não vai ter pra onde ir. — Izie falava sem parar em pé ao lado da cama de Alina, acompanhada de Meredith.

— O Alex é um dos nossos, precisa de um lugar pra ficar. — Meredith se defendeu.

— Ali, da pra fazer alguma coisa? — Izie suplicou, Alina respirou fundo antes de começar a falar.

— Estou há um mês e meio de molho nessa cama, não posso operar, não posso assistir, não posso nem dar consultas. Tudo que eu tenho feito nas últimas quatro semanas é meia é escutar as reclamações e fofocas de vocês. — Alina disparou, apontando entre uma amiga e outra.— A Callie devia me dar auta hoje, mas cadê ela? Não apareceu até agora.

— Só as pessoas importam. — Meredith disse mais uma vez. Desde que voltou de sua quase morte ela vinha repetindo essa frase como um mantra.

— Vou chamar a Callie pra você. — izie disse, deixando o quarto.

— Ótimo! E se você vier com só as pessoas importam de novo eu mato você. Alina rebateu apontando na direção de Meredith.

A Grey também deixou o quarto de Alina, e mais uma vez a Koracick se viu sozinha.
Ela esperou, e esperou, por mais de suas horas que Callie aparecesse, mas a médica não deu as caras. Então Alina pegou no sono, com seu artigo sobre neurocirurgia nas mãos.

— A Callie é rica, é podre de rica. — George falou entrando no quarto de Alina, despertando-a de forma brusca. — Rios de dinheiro.

— Oi George! — ela respondeu esfregando os olhos ao se sentar na cama. — Isso...não é bom?

— Não tem nada de bom. — o O'malley rebateu, sentando-se na cama da Koracick.

— Cristina e Collin Marlow. — Meredith disse ao passar pela porta, se jogando no sofá em seguida.

— A Callie é rica. — Alina disparou. — Que história é essa da Cristina com o Deus da Cardio?

— A Callie é rica? — Izie perguntou, parada a porta.

Desde que Alina se internou, sempre que um dos amigos tinha um tempo livre, fazia companhia a ela. Então o quarto dela estava sempre movimentado.

— Da pra não contar isso pra ela? — George disse desviando o olhar pra Izie, desde que ele se casou o dois não tem se dado bem, o que era estranho pra todo mundo porque os dois eram melhores amigos. — Pra todo mundo?

— Agora eu só "ela"? — a Stevens rebateu se aproximando.

— Não conta pra mais ninguém tá? — o O'malley repreendeu Alina, antes de se levantar pra sair do quarto.

— George! — Alina chamou, apontando na direção do amigo. — É melhor falar pra sua esposa vir aqui me dar auta.

— Então ela é rica... — Izie murmurou, sentando no mesmo lugar que George ocupava minutos antes.

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