Capítulo 41

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Seattle, Washington
2007

A história de todos os pacientes começa igual. Começa com eles saudáveis...começa no "antes", eles se agarram a esse momento. Ao momento em que estavam bem, esse "antes" de certa forma os faz voltar.
Mas o que eles não percebem é que estão falando isso para os médicos. O que significa que aquilo é passado!

Quando eles chegam aos médicos, eles já estão no "depois".

Embora a história de todo paciente comece igual, o final da história depende dos médicos. De como eles fazem o diagnóstico, de como fazem o tratamento.

E os médicos sabem que tudo depende deles.

E todos querem ser heróis.

A noite havia acabado de forma que Alina não imaginou.
Derek havia andado com a aliança de sua mãe no bolso do jaleco há duas semanas, desde que a mãe dele o deu na última visita.
E no dia em que ele realmente decidiu fazer o pedido. Depois que ele, Mark e Alina encheram o quarto com pétalas de rosa vermelha e velas, Addison ligou.

Algo terrível havia acontecido com o irmão dela, e enquanto Derek corria para o hospital junto com Mark, Alina limpou tudo e foi pra casa dormir.
Seu plantão começava logo pela manhã, e ela já havia estourado suas oitenta horas de trabalho sem folga.

Assim que chegou em casa, Alina arrancou os sapatos e jogou num canto qualquer, deixando a chave na mesa de canto após trancar a porta.
Caminhou até a geladeira, pegando uma garrafa de vinho, em seguida abriu a porta do armário, tirando uma taça e enchendo-a com o líquido escarlate até em cima.

Tirou o celular do bolso da jaqueta e discou o número de Mark.

— Oi amor, já cheguei em casa. Como tá o irmão da Addison?

"O Derek tá fazendo uns exames, mas parece que ele tá com vermes no cérebro"

— O que? Eu vou ir pro hospital.

"Não, fica em casa e dorme. Já estourou as suas horas. Descansa, amanhã o Derek vai precisar de você."

— Tá bem. Mas vai me avisando por favor.

"É claro, dorme bem. Eu te amo."

— Te amo.

Ela pegou a taça e a garrafa de vinho, caminhando na direção do quarto.
Tomou uma ducha rápida e vestiu um pijama confortável.

Mas Alina não poderia dormir, mesmo que o cansaço a consumisse, não depois daquela notícia. Ela abriu o armário, pegando sua caixa de livros, separado todos sobre neurocirurgia e colocando sobre a cama.
Ela aproveitaria a noite pra ler tudo que pudesse sobre o problema do irmão de Addison.

A Koracick pegou o celular, digitando o número que já conhecia de cor.

"Oi bebê"

— Oi papai, que saudade.

"Que maravilha ouvir sua voz, tô com tanta saudade"

— Eu queria ter ligado há um tempo, tem tanta coisa que eu quero te contar, tanta coisa que aconteceu na minha vida...mas eu tô trabalhando tanto que mal tenho tempo.

"Eu sei meu amor, a residência não é fácil. Só não tente resolver tudo, faça uma coisa de cada vez e a chance de sucesso será maior."

— Eu tô namorando pai, já tem algum tempo.

"Amor, isso é incrível!"

— Não tá chateado?

"Porque eu estaria? Se faz a minha princesa feliz, então eu estou feliz."

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