Seattle, Washington - 2009
O cérebro é o órgão mais misterioso do corpo humano. Ele aprende, ele muda, ele se adapta. Ele diz o que nós vemos, o que ouvimos. Ele permite que a gente sinta o amor. Eu acho que ele abriga a nossa alma. E não importa quanta pesquisa se faça, ninguém sabe dizer como aquela massa cinzenta delicada funciona. E quando ele está ferido, quando o cérebro humano está traumatizado, é aí que ele fica ainda mais misterioso.
Mark e Alina haviam acabado de deixar Seattle e estavam navegando pelas estradas sinuosas do Estado de Washington, a paisagem exuberante passando rapidamente pela janela do carro. O céu estava limpo, e o sol nascia em um horizonte dourado, pintando a estrada com uma luz suave e morna. A brisa leve e fresca entrava pelas janelas abertas, trazendo um sentimento de tranquilidade e romance à viagem.
O telefone de Alina tocou, interrompendo o silêncio confortável do carro.
— A gente acabou de sair e a Meredith já tá me ligando. — Alina disse, rindo suavemente enquanto pegava o celular.
Mark levantou uma sobrancelha e sorriu.
— Qual é, suas amigas não podem desgrudar de você um segundo?
— É bem rapidinho. — Alina respondeu, deslizando o dedo pela tela para atender a chamada. — Oi, Meredith, a gente acabou de deixar Seattle.
A voz de Meredith do outro lado da linha estava carregada de urgência e tensão, um contraste marcante com o cenário calmo ao redor.
"Ali, vocês estão na estrada?"
— Dá um tempo, Grey, é uma viagem romântica. — Mark tentou brincar, seu tom leve e descontraído.
"Ali, pode pedir ao Mark pra encostar o carro?"
O riso de Alina desapareceu instantaneamente, substituído por uma expressão de preocupação. Ela olhou para Mark, que percebeu a mudança imediatamente.
— Por que? Meredith, o que tá acontecendo? — Alina perguntou, o tom de voz agora tenso e ansioso.
— O que foi? — Mark questionou, notando o nervosismo crescente de Alina.
"Ele parou?"
— Sim, o que tá havendo? Tá me assustando. — Alina pediu, a voz tremendo ligeiramente.
"Recebemos uma chamada de emergência, a Callie e a Arizona sofreram um acidente na estrada. Bateram contra um caminhão."
O coração de Alina disparou, e a sensação de desespero se espalhou por seu corpo. A paisagem externa, antes relaxante, parecia agora distante e irrelevante.
— É muito grave? Elas estão bem? E o bebê? — Alina questionou, sua voz quebrando.
Mark segurou a direção com mais força, sentindo a gravidade da situação. Ele olhou para Alina, seus olhos refletindo a preocupação e a determinação.
— Fala alguma coisa, Grey. — Mark insistiu, a voz carregada de urgência.
"Eu sinto muito, isso é tudo que sabemos. Só voltem pro hospital, por favor."
— Ok, a gente já vai. — Alina respondeu, tentando manter a calma enquanto desligava o telefone. Ela olhou para Mark, seus olhos cheios de pânico.
— Segura firme. — Mark disse, sua voz firme e determinada. Ele virou o carro de volta para Seattle, a estrada agora parecendo mais longa e tortuosa do que antes.
— Ok. — Alina murmurou.
O carro avançava pela estrada com uma urgência palpável. A escuridão começava a engolir o céu, e as luzes dos faróis cortavam a escuridão crescente. A viagem, que havia começado como uma escapada tranquila, agora era uma corrida frenética contra o tempo. Cada minuto parecia interminável, e a ansiedade pairava no ar, envolta na tensão silenciosa entre os dois.
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Código Azul
FanfictionAlina Koracick sempre teve um destino claro: ser médica, seguir os passos de seu pai como neurocirurgiã. Mas quando ela deixa para trás sua vida em Baltimore e o conforto do Hospital Johns Hopkins para ingressar na residência cirúrgica do Seattle Gr...