Capítulo 44

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Seattle, Washington
2007

Cirurgiões são problemáticos. São açougueiros.
Cirurgiões açougueiros problemáticos.
Cortam as pessoas e seguem em frente, os pacientes morrem em suas mãos e seguem em frente.
Causam trauma e sofrem trauma.
Eles não tem tempo pra pensar em sangue ou em morte.

Cristina e Callie haviam se mudado para o prédio de Mark e Alina. Exatamente no mesmo andar, vizinhos de porta.
E a Koracick não poderia estar mais feliz. Assim como Callie, com sua nova namorada, que também era a nova chefe da pediatria do Seattle Grace. E Cristina, que havia finalmente engatado num relacionamento com Owen.

Tudo estava indo perfeitamente bem, até aquela noite. Até Alina acordar com Callie esmurrando a porta.

Alina dormia esparramada na cama, Mark estava de plantão aquela noite. E agora que suas amigas eram vizinhas, ela podia sempre fugir pra lá caso se sentisse sozinha.

— Alina! Alina! Abre a porta. — a voz de Callie, seguida de pancadas na porta fez a Koracick despertar.

Ela se sentou na cama, esfregando os olhos. Calçou os chinelos e foi em direção da porta.

— Callie, são três da manhã. — Alina resmungou, cobrindo a boca quando bocejou.

— É a Cristina. A Arizona ligou pra Meredith e ela também tá vindo. — ao ouvir as palavras da Torres, a Koracick despertou.

Passou por Callie a toda velocidade, sem ao menos fechar a porta da própria casa. Ela entrou no apartamento das amigas, batendo na porta trancada do banheiro de Cristina.

— Cristina! Abre, sou eu. Cristina... — Alina pediu, ouvindo a porta ser destrancada em seguida. — O que houve? O Owen tá todo chateado, a Callie bateu na minha porta gritando.

— Sem alteração ocular, sem petéquias, eu viu ficar bem. — a Yang disse, se olhando no espelho.

— Meu Deus! Seu pescoço.— Alina disse, afastando o cabelo da amiga. —  Eu vou matar esse cara.

— Não, tudo bem. — Cristina disse, segurando as mãos da amiga. — Foi um pesadelo.

— Cristina! — Owen chamou, batendo na porta. — Por favor, você está bem? Alina, eu só quero saber se ela está bem.

— Deixa eu...

— Não! Não, não, não. — Alina disse, tentando impedir que a amiga abrisse a porta. Mas a Yang ainda assim abriu. — Cristina!

— Por favor me desculpa, eu não seu o que aconteceu... — Owen chorava e implorava.  — Não sei o que aconteceu.

— Olha pra mim. — Cristina pediu, mas ele não olhou.

— Desculpa eu não...

— Olha pra mim. — Cristina insistiu. — Viu? Eu tô bem. Você tava dormindo, foi um pesadelo.

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