40. Feliz Natal

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Novembro transformou o mundo mágico em um campo de batalha, e Draco foi incapaz de retornar à Ordem.

Dizer que ele não passou aquele mês inteiro pensando no que havia acontecido com Harry era mentira.

Dizer que ele não pensava em sua mãe, seu pai e Pansy também era uma mentira.

Sua amiga estava afundando em depressão a cada dia que passava naquela cela, e não havia absolutamente nada que Draco pudesse fazer para mudar isso. Ela nem falava com ele e estava se alimentando à força, não importava o quanto Draco viesse visitá-la.

Pelo menos ele a mantinha segura.

Por enquanto.

A notícia que Astoria lhe dera obviamente o estragou. Ele não conseguia chegar a um acordo com isso completamente, assim como com a maioria das coisas de que se lembrava. Era difícil olhar para a mansão e pensar que isso era tudo o que ele teria pelo resto de sua vida - se ele a vivesse. Seu pai não voltaria e, embora a parte irracional dele o incentivasse a fazer o que fosse necessário para garantir seu bem-estar, Lucius nunca saberia que ele estava fazendo isso.

Muitas vezes naquele novembro, ele queria desistir.

A única coisa que o fez querer vencer a guerra foi fazer todos aqueles que fizeram sua mãe sofrer, pagar. E que nada teria sido em vão. Se a Ordem perdesse, o segredo que sua mãe guardara até o momento de sua morte...

Seria em vão.

Ela teria morrido por nada.

Por outro lado, Draco não tinha certeza de como se sentia em relação a Harry Potter. Ele não conseguia entender como ele queria isso. Draco duvidava que ele realmente soubesse a quem estava se amarrando, e todas as coisas ruins que isso lhe traria. Estava claro para ele que Harry era capaz de fazer o que era humanamente possível quando se importava com alguém, e Draco se preocupou que ele achasse que valia a pena o risco.

Porque ele não estava. Nunca tinha sido assim, e Draco não se perdoaria se Harry se machucasse ao se colocar em risco por ele no meio de seus atos heróicos e estúpidos. Ele não seria capaz de se perdoar se o perdesse. Porque-

Porque se ele morresse...

Draco não seria capaz de continuar.

Era um pouco irônico pensar que, para alguém que não havia sido derrubado pela queda de centenas, a perda de um homem puro o destruiria. Porque afinal, poderoso ou não, Harry era apenas isso: um homem de carne e osso tão frágil quanto a paz. Parecia um pouco ridículo imaginar que uma existência tão pequena pudesse acabar com ele... mas aconteceu. Se Harry morresse, seria demais—mais do que Draco poderia suportar. Ele ficou aterrorizado ao saber que alguém tinha tanto poder sobre ele.

Não o suficiente para ir embora, no entanto.

Draco não era forte o suficiente ou altruísta o suficiente para se afastar e fingir que não foi fodido por ele. Para ir embora e dar a Harry a chance de encontrar o que ele merecia em outro lugar. Draco se certificaria de fazer o seu melhor, - o que não era muito - deixar as coisas claras entre eles, e cuidar dele o máximo que pudesse, porque ele não podia mais recuar. Ele aceitaria o que Harry lhe desse. Se ele precisava dele para as menores coisas, se no final do dia ele decidisse que realmente não o queria... ele não se importava.

Draco pegaria qualquer coisa que Harry lhe desse, porque até mesmo a menor coisa significava o mundo inteiro para ele.

Foi no final de novembro, um mês depois de tudo ter começado, que ele o viu novamente. Draco não percebeu que o Halloween havia passado sem que nenhum deles percebesse—e sem fazer seus rituais—até que dezembro chegou, e com ele, o final do ano.

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⏰ Última atualização: 7 hours ago ⏰

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Desolation | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora