MIA'S POV
A cada minuto que passava, maior ficava a minha ansiedade. Porque quanto mais escuro fazia lá fora, mais difícil se tornava evitar o meu medo e preocupação. Como se estivesse presa a uma bomba relógio, á espera que esta chegasse ao ultimo segundo para explodir. Mas o pior era mesmo não saber onde o Harry estava. Ainda nem o havia visto o dia todo. Ele apenas saiu cedo e nunca mais voltou. E o problema disso era que ... eu não sabia se este ainda iria voltar ao quarto antes da missão ou não. E no fundo, eu queria que ele o fizesse. Eu queria poder vê-lo mais uma vez. Poder dizer-lhe adeus. Não quero que as minhas ultimas palavras tenham sido de ódio e desilusão. Se lhe acontecer alguma coisa, não quero viver para sempre a pensar que desperdicei o ultimo momento com ele a discutir.
Eu andava de um lado para outro no quarto, sem saber bem o que mais fazer. Nada me conseguia distrair dos meus pensamentos. Nada me conseguia distrair do facto de o Harry poder estar a caminho da sua morte. Do facto de este poder morrer sem nunca vir a saber o que eu realmente sentia por ele. De me deixar com palavras por dizer. Palavras que, se assim for, ficarão para sempre presas em mim, corroendo-me.
A pele á volta dos meus olhos encontrava-se inchada de tanto chorar, apesar de agora as lágrimas já terem secado. Talvez por a dor que sinto ter esgotado toda a minha energia. Sentia-me como que um zombie. Sem vida. Sem alma. Sem propósito ou ração. Porque no final, ele era a coisa mais importante na minha vida. Pelo menos agora. Eu não podia perde-lo! Já havia perdido tanto ao longo destes anos! E tenho medo que, se continuar a faze-lo, acabe por quebrar de vez. Tudo o que eu pedia agora, era que ele sobrevive-se. Era que ele vivesse. Era que ele voltasse para mim. Eu preciso dele mais do que nunca. Preciso que este me abrace. Que me diga que vai ficar tudo bem. Que me faça rir. Apenas ... preciso que fique comigo. Será pedir muito?
Acabei por me cansar e sentei-me apenas no centro da cama, de pernas á chinês, desviando o meu olhar entre a porta e o relógio. A minha ansiedade estava a matar-me, á medida que a hora de jantar ia passando. Á medida que a hora H se aproximava.
Mas onde é que ele está?
A minha pergunta foi imediatamente respondida, assim que a porta de madeira á minha frente se abriu, permitindo a entrada da única pessoa que eu queria naquele momento. Ele trazia uma roupa preta, tal como era habitual, apesar de esta se diferente. Era mais como ... um uniforme. As calças mais largas e o casaco com um brasão do lado esquerdo, mesmo acima do coração. Relembrava-me um corvo, com as asas semi abertas, pronto para voar.
Nem me apercebi de que o meu olhar se encontrava focado nele, assim como a minha expressão admirada e boca um pouco aberta que agora tinha. Sentia o coração mais acelerado do que nunca, apenas por este estar á minha frente. Mas tudo se dissolveu, assim que o Harry desviou a sua atenção de mim, aproximando-se da mesa de cabeceira, e começando a vasculhar pelas gavetas, á procura de alguma coisa, o que acabou por ser o seu telemóvel. Vi-o coloca-lo no bolso do casaco, antes de se virar de novo para mim. E, como que um reflexo, desviei a cara para o chão, tentando disfarçar o quão perdida eu me sentia. Não fazia ideia do que fazer ou dizer. O momento porque havia rezado o dia todo estava aqui, e eu estava apenas a desperdiça-lo.
Harry: Ainda estas chateada comigo?
A sua voz era calma e suave, com um certo receio expresso. Como se este estivesse tão incerto quanto eu. O que sabia ser impossível. E sim, talvez devesse estar chateada com ele. Mas neste momento, nem um único sentimento de raiva e irritação me atravessavam a mente. Apenas medo, insegurança e tristeza. No entanto, o meu silêncio pareceu ter-lhe dado a resposta errada, pelo entristecimento do seu olhar. Parecia que nem ele queria deixar as coisas assim. Mas provavelmente apenas porque este é demasiado boa pessoa. Apesar de muitas vezes tomar más decisões.
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Help Me (Fanfic Harry Styles)
Fanfiction"Nunca damos valor ao que temos, até deixarmos de o ter. Pois num momento temos tudo, e no outro ... ... nada"