Help Me (Fanfic Harry Styles)

Capitulo 31

MIA'S POV

Sabem qual é o melhor sinal de que estamos bem? Quando acordamos com um sorriso nos lábios. Apenas um sorriso simples, sem esforço ou razão. Um sorriso de felicidade. Porque era assim que eu me sentia. Pela primeira vez em muitos anos, eu sentia-me realmente feliz.

Abri lentamente os olhos, com medo de fazer dissipar este sentimento. Mas isso não aconteceu. Alias, apenas o fez aumentar, assim que o meu olhar caiu sobre ele. A respiração lenta, o cabelo encaracolado a cobrir-lhe a testa, o seu braço a rodear o meu corpo. Todos esses pequenos e simples pormenores faziam-me sentir tão bem. Talvez não tivesse sido a melhor ideia deixar que as minhas emoções e sentimentos por este rapaz viessem ao de cima. Mas não me conseguia arrepender disso agora. Apenas tenho medo de algum dia o vir a fazer.

Mas não é isso o que todos tememos? Que algo em que depositamos todo o nosso amor e confiança acabe por nos arruinar? Não é isso um medo comum? Talvez não devesse estar sempre a colocar as culpas neste sitio. Porque na verdade, nos não somos assim tao diferentes de todas as outras pessoas lá fora. Podemos ter tido experiências mais traumatizantes, mas não somos diferentes. Porque no final, todos obedecemos á nossa natureza básica. Ninguém consegue impedir-se de se apaixonar se isso for o desejo do nosso coração.

Virei-me mais para ele, retirando o braço de debaixo do lençol, e passando a mão pelas suas ondas castanhas, ao mesmo tempo que um sorriso idiota surgia nos meus lábios. Mas não o ignorei. Desta vez não. Porque pela primeira vez, não me importava de parecer uma idiota por estar apaixonada por ele. E o seu cabelo era tão macio por entre os meus dedos, que era quase impossível de acreditar.

Um pequeno grunhido saiu-lhe dos lábios, á medida que todo o seu corpo se mexia. Retirei a mão, ao mesmo tempo que os seus olhos se abriram levemente, permitindo-me ver parte do seu verde esmeralda. Uma cor tão linda e tão tóxica. Quase como que surreal. E apesar de nunca ter visto olhos verdes antes de vir para aqui, posso assegurar-vos de que estes devem ser os mais bonitos de todos.

Eu: Desculpa.

Não era minha intenção acorda-lo com o meu gesto. Especialmente porque eu gosto de o ver a dormir. E porque é a única altura do dia em que este realmente consegue relaxar. No entanto, também gostava de o ver a sorrir para mim, com aquele sorriso com covinhas que ele tinha agora.

Harry: Não faz mal. Estava a saber bem.

Sorri-lhe também, ainda um pouco embaraçada por ter sido apanhada. Mas só o facto de as minhas bochechas não terem aquecido drasticamente já é uma grande conquista e um grande alivio para mim. E este, com o braço que ainda se encontrava enrolado á minha cintura, acabou por me puxar para ele, enquanto se apoiava no outro, de maneira a ficar com a cabeça sobre a minha. O seu gesto repentino assustou-me um pouco, mas só até os seus lábios se unirem aos meus.

Por muitas vezes que o beijasse, acho que nunca conseguiria evitar a corrente eléctrica que se apoderava do meu corpo. Era como que levar um choque. Tirando a parte da dor, e ficando apenas com a da energia. Porque tudo nele acordava até as partes mais adormecidas de mim. Tudo nele faziam-me sentir tao viva. Como se este me tivesse ressuscitado dos mortos. Afinal, já havia admitido que eu me começava a parecer com um zombie. E talvez ainda o fizesse. Mas pelo menos já não me sentia assim.

Achei que o beijo foi interrompido muito cedo, para que ambos pudéssemos respirar. Quem me dera ficar aqui o dia todo. Apenas nos dois, juntos. Sem preocupações nem stress. Apenas amor. O meu amor. O seu amor. E depois da noite de ontem, acho que bem o merecia-mos. Mas nada é justo. Pelo menos não aqui. Não para nos.

Eu: Alguma coisa planeada para hoje?

A sua cabeça continuava a centímetros acima da minha, com os seus caracóis a fazerem-me cócegas nas bochechas. Os seus olhos observavam o meu rosto, com um brilho que nunca havia visto antes. O mesmo que se vê na cara do homem, assim que a sua noiva entra na igreja. O mesmo que se vê na cara da rapariga, de todas as vezes que ela olha discretamente para o rapaz de quem gosta. O brilho do amor.