HARRY'S POV
- Harry! Onde estás!?
Conseguia ouvir uma voz chamar-me, algures atrás destas paredes. Estava rodeado pela escuridão, deitado sobre uma superfície mole, enquanto via a luz e o fumo sairem por baixo da porta. Tentei gritar, mas assim que abri a boca comecei logo a tossir, por causa do ar pesado e cheiro intenso. Fiz um esforço enorme para me conseguir mexer, mas o meu corpo parecia paralisado, enquanto me sentia sufocar.
Porquê que eu não me consigo mexer? E de onde é que vêm este fumo? E esta voz? Era-me tão familiar. Mas não me conseguia lembrar a quem pertencia. Será que vou morrer? Será este o meu fim? Pelos vistos não.
A porta abriu-se de repente, antes de uma rapariga entrar pelo quarto a dentro. Tinha o cabelo loiro, comprido, e era muito mais alta do que eu. O seu pijama branco encontrava-se sujo com um pó preto qualquer. E quando esta se aproximou, consegui encarar os seus grandes olhos verdes, repletos de medo e terror.
- Harry! Temos de sair daqui!
Eu sei que a conheço. Mas não me consigo lembrar de onde. Ou mesmo do seu nome. Sinceramente, não me consigo lembrar de nada. Não sei onde estou. Ou como vim cá parar. Não sei de onde vem este fumo todo. Era como se tivesse perdido a memoria.
Ela agarrou no meu pequeno corpo ao colo, e eu pousei a minha cabeça sobre o seu ombro, enquanto corríamos para fora do quarto. Fui rapidamente cegado pela luz intensa, proveniente das grandes chamas que nos rodeavam. Fogo? Porquê que está aqui fogo? De onde veio?
Mas não lho perguntei. Apenas permaneci calado, ao mesmo tempo que ela descia as escadas comigo ao colo, e saia para o exterior. Lá fora encontrava-se tudo escuro, tal como no quarto. A única luz existente provinha de dentro da grande casa de onde havíamos saído, que se encontrava a arder.
A rapariga olhava para aquilo, com lágrimas nos olhos, ainda a segurar o meu pequeno corpo contra o seu. Porque chora ela? Nós já não estamos no meio das chamas! Já não estamos em perigo! Mas a minha pergunta foi logo respondida, assim que me virei e observei duas figuras junto á porta. Era um casal.
A mulher tinha o cabelo preto, comprido, e trazia uma camisola cinzenta e umas calças pretas, justas. O homem tinha o cabelo muito curto, que variava entre o castanho e o branco. Trazia uma camisa branca, e umas calças de ganga clara, largas. As suas expressões demonstravam medo, tal como as da rapariga, enquanto nos encaravam aos dois.
Quem são eles? E porquê que estão parados? Porquê que não fogem dali? Será que ainda não se aperceberam do fogo? De que a casa está a arder? É um pouco impossível!
Á medida que os observava, reparei nas chamas a aumentar, enquanto se aproximavam deles. Tentei gritar-lhes, mas não conseguia. O meu corpo continuava paralisado, no colo da rapariga, mesmo quando ela começou a tremer de pânico. E não foi difícil de perceber o porquê. O fogo havia-se alastrado, começando a trepar pelos seus corpos acima. Os seus gritos ecoaram á nossa volta, fazendo-me desejar conseguir tapar os ouvidos, enquanto a sua pele se tornava vermelha e preta. Uma imagem horrível.
BUM!
Não percebi o que havia sido aquele som, até sentir o meu corpo colidir com o chão. Consegui finalmente mover-me após a queda, e virei-me para o lado, encarando agora o corpo sem vida da rapariga junto a mim, com uma mancha de sangue no peito. Apenas nesse momento me apercebi das lágrimas que me escorriam pela cara, antes de ouvir um outro tiro e o meu corpo cair para o lado, sendo envolvido pela escuridão novamente.
- Harry! Acorda!
Abri os olhos quase instantaneamente, ao mesmo tempo que me sentava na cama. Tudo á minha volta estava escuro, e por segundos pensei ainda estar a sonhar. Pelo menos ate reparar na jovem rapariga ao meu lado, com os seus olhos azuis carregados de preocupação postos em mim. A minha respiração estava pesada e acelerada, enquanto gotas de suor me escorriam pela cara. E eu não podia acreditar nisto! Eu não conseguia acreditar que havia tido um pesadelo! Não podia ser! Era impossível!
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Help Me (Fanfic Harry Styles)
Fanfiction"Nunca damos valor ao que temos, até deixarmos de o ter. Pois num momento temos tudo, e no outro ... ... nada"