MIA'S POV
Estávamos dentro de um quarto. Á frente da porta encontrava-se uma enorme cama de casal, com um edredom de um branco sujo por cima, e uma mesa de cabeceira de cada lado, onde se encontravam dois candeeiros cinzentos. Á minha direita estava um armário castanho com um aspeto muito velho, e á minha esquerda uma pequena mesa de madeira, com uma televisão ainda mais pequena em cima, e uma outra porta.
Avancei lentamente para o interior, sem saber muito bem o que fazer ou como agir, ainda a observar o espaço á minha volta. Ouvi-o trancar a porta atrás de mim, antes de me virar e os nossos olhares se cruzarem novamente. Mas apenas senti medo, especialmente quando este começou a andar na minha direção.
Dei alguns passos para trás, tentando afastar-me dele o maximo que podia, mas fui impedida, assim que senti as minhas costas chocarem contra a parede branca e fria. O meu corpo tremia com o panico, e susti a respiração assim que ele elevou as mãos ate atrás da minha cabeça, retirando o pano que me tapava a boca. Vi-o lança-lo para o chão e agarrar numa das chaves mais pequenas do seu pulso, antes de segurar nos meus braços e a colocar nas algemas, retirando-as e lançando-as também para longe.
Fiquei a olhar para ele, para os seus grandes olhos verdes, enquanto estes me observavam os braços com um ar preocupado. Ele acabou por os largar e virou costas, entrando pela outra porta, que reparava agora ser a da casa de banho.
Apenas nesse momento é que me permiti baixar o olhar, encarando eu mesma os meus pulsos. Cortes profundos encontravam-se a toda a sua volta, com sangue ainda a escorrer deles. Senti as lágrimas regressarem aos meus olhos e deixei-me escorregar pela parede, ficando sentada no chão, com os braços junto ao peito.
Porquê? Porquê que isto aconteceu? Porquê a mim? O que terei eu feito de tão horrivel para merecer isto? O quê que me vai acontecer?
Ouvi os seus passos junto a mim, anunciando o seu regresso, antes de voltar a olhar para cima. Este trazia agora uma pequena mala de primeiros socorros nas mãos, que pousou ao seu lado apos se ajoelhar á minha frente. Vi-o abri-la e retirar um frasco castanho lá de dentro, antes de despejar o seu conteúdo num pedaço de algodão. Senti o meu pulso arder, assim que este o passou nos meus cortes, fazendo-me saltar ligeiramente.
Harry: Desculpa.
Foi a primeira vez que ele falou desde que ficamos sozinhos. Não percebi se havia decidido ficar calado apenas por não querer falar comigo, ou por não saber o que dizer. Fosse qual fosse a razão, eu agradecia o silêncio.
Este pousou o algodão no chão e puxou a caixa mais para perto de si, retirando uma tesoura e uma ligadura, cortando dois bocados desta. Observeio agora com atenção e curiosidade, enquanto ele os enrolava á volta dos meus pulsos, prendendo-os com um bocado de fita adesiva, antes de voltar a arrumar tudo.
Ele regressou á casa de banho, provavelmente para arrumar a mala, e voltou segundos depois, agora com um copo de água na mão. Aproximou-se novamente de mim e estendeu-mo num gesto calmo. Agarrei-o, um pouco receosa, e bebi um golo, sentindo a agua fria descer pela minha garganta, enquanto ele se sentava ao meu lado, tambem encostado á parede.
Permaneceu com um ar pensativo, enquanto olhava fixamente para um ponto qualquer no quarto. Fiquei apenas a observa-lo, até a sua atenção ser desviada novamente para mim. Os seus olhos verdes transmitiam tristeza e pena, tal com há bocado, enquanto ele esticava uma das mãos para a minha cara, limpando os restos de lágrimas que haviam escorrido. Tive vontade de me afastar do seu toque, mas por alguma razão não o fiz. Tambem ele acabou por o afastar logo, antes de voltar a falar.
Harry: Podes perguntar o que quiseres. Prometo responder ao que puder.
Encarei-o, um pouco confusa e admirada com as suas palavras. Mil perguntas corriam pela minha mente, mas mesmo que as fizesse, quem me iria garantir que este iria dizer a verdade? Mas tentar não custa.
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Help Me (Fanfic Harry Styles)
Fanfiction"Nunca damos valor ao que temos, até deixarmos de o ter. Pois num momento temos tudo, e no outro ... ... nada"