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Gabriela

Mandei uma mensagem pra Rebeca confirmando que iria ir e larguei o celular em cima da cama e fui pro quarto da minha mãe pra ver como ela tá. Abro a porta que estava encostada e entro fazendo o mínimo de barulho possível, são quase duas da manhã e eu não quero acordá-la pra falar que tô indo pra um baile, não quero deixar ela preocupada comigo, e eu nem vou demorar lá mesmo, antes das cinco da manhã eu tô voltando pra ela não dar falta de mim.

Vou até as janelas e fecho as cortinas que estavam dando acesso pra luz do poste clarear um pouco o quarto, ando até a cama dela analisando seu rosto e deixo um beijo na sua testa e saio dali indo me arrumar. Rebeca pediu que eu mandasse meu endereço e disse que passaria aqui pra me buscar pra eu não ter que ir sozinha, e apesar de hoje ser sábado, eu não tinha planos pra sair.

Dou uma rápida conferida na roupa que peguei no armário e visto peça por peça. Eu iria ir de short jeans e cropped, mas acabei desistindo porque eu odeio sair de qualquer jeito, então peguei um vestido que eu tinha comprado por uma loja virtual no Insta e vesti, procurei meus saltos pelo quarto e lembrei que tinha deixado ele dentro do guarda-roupas. Calço e me analiso na frente do espelho, viro de lado e analiso minha bunda que ficou muito bem marcada no vestido curto e apertado, vou até minha penteadeira e passo meu Lily da boticário e só passo uma escova no meu cabelo e mando um áudio pra Rebeca falando que ela já pode vir.

Não demora nem 30 minutos e ela me manda mensagem falando que já está no portão, eu desço e tranco a porta e passo pelo portão trancando ele também. Olho pra Rebeca que tá de braços cruzados me olhando e ela me dá um sorriso.

Rebeca: Tá linda você - sorrio em agradecimento.

Eu: Tu também tá, gostei da pulseira - olho pra pulseira dourada no seu pulso com a inicial minúscula do seu nome.

Rebeca: Valeu - ela sorri- posso chamar um moto-táxi ou pedir um uber. Qual é melhor pra você?

Eu: Moto-táxi vai mais rápido e eles vão poder deixar a gente dentro da Penha - ela concorda.

Rebeca: Vamo descer até o ponto deles e a gente pega, hoje eles vão rodar até de manhã.

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Eu: Obrigada - agradeço ao cara em cima da moto que me trouxe e abaixo meu vestido atrás pra não mostrar demais.

Olho pra Rebeca que acabou de chegar e vejo ela descer e ajustar o vestido no corpo.

Rebeca: Valeu - ela faz toque com o cara e ele e o amigo dão partida acelerando pelo morro.

Rebeca: Vem, não desgruda de mim - ela me oferece a mão, eu pego e entramos dentro da multidão que tem nesse lugar.

Eu: Tem algum lugar específico pra gente ficar? - pergunto aumentando a voz por conta do som alto.

Rebeca: Se você quiser a gente pode subir pro camarote - subo meu olhar até o lugar e analiso o ambiente, vejo algumas mulheres paradas na escada que dá acesso ao camarote e acho que elas estão esperando alguma permissão pra poder entrar.

Eu: Vamo ficar um pouco aqui, depois a gente vai- ela concorda e vejo um cara armado se aproximando com um fuzil, ele chega perto dela e fala algo no seu ouvido que eu não consigo escutar.

Rebeca: Amiga, tão chamando a gente pro camarote - franzo as sobrancelhas quando ela fala no meu ouvido.

Eu: Quem tá chamando? - pergunto confusa, isso não vai dar bom.

Rebeca: Um amigo do meu irmão, mas depois que a gente for ver o que ele quer, a gente pode descer de novo, pode ser?- eu concordo e ela cruza nossos braços e vai guiando até o lugar. Subimos a escada e um envolvido que portava fuzil olhou pra ela e liberou passagem, não entendi muito bem, mas deixei quieto.

Assim que subimos as escadas, já dentro do camarote, conseguimos ouvir as reclamações das mulheres que estão esperando paradas. Nenhuma delas queriam facilitar a nossa entrada, estavam tentando pisar no meu pé, me empurrando e quase derrubaram bebida na blusa da Rebeca que se não fosse eu, iria deixar a cara da mulher marcada.

Rebeca: Eu fico puta com isso, mulher que não se dá valor é o caralho mesmo - diz passando a mão pelo braço, pra limpar alguns resquícios de bebida que a mulher jogou - dá próxima vez não me segura não, Gabi, não segura que eu vou descer a porrada nessa putiane.

Fico calada e observo ela xingar baixinho de toda essa situação, ela realmente estava bolada e não acho que a birra com essa mulher seja por agora.

Eu: Desculpa, não queria que você descesse ao nível dela, não vale a pena, vai por mim - seguro minha bolsinha com as duas mãos e olho ao redor, até agora não aconteceu nada que eu esperava subindo aqui nesse camarote cheio de traficante.

Rebeca: Não precisa pedir desculpas não, realmente não vale a pena - ela fala de braços cruzados olhando pra mulher ainda na escada, tentando chamar a atenção de alguns traficantes.

Rebeca: Quer alguma bebida? - ela gesticula pro balde com gelo que está na mesinha alta à nossa frente.

Eu: Tem energético aí?

Rebeca: Deixa eu ver.. - ela olha latinha por latinha e me entrega - vai tomar puro?

Eu: Sim, não quero nada muito forte.

Rebeca: Hum- ela diz cruzando os braços e olhando em volta - não entendi o Souza agora, chama a gente e não aparece.

Eu: Quem é esse mesmo? - pergunto jogando o energético dentro da taça que tinha numa bandeja.

Rebeca: O dono daqui e do Jacarezinho. Esqueceu, foi? - ela bebe um pouco do gin que serviram à uns minutos pra ela numa taça.

Eu: E o que ele queria contigo? - deixo a taça com energético em cima da mesinha e encaro ela.

Rebeca: Comigo nada, o que ele quer é contigo mesmo - encaro ela confusa e ela dá um sorriso antes de beber da taça.

Eu: Ele não me conhece, Rebeca, e eu muito menos a ele. Se ele quisesse falar comigo, ele teria me chamado e não você.

Rebeca: Se tem uma coisa que ele não é, é burro, ele viu eu chegando com você, por isso me chamou. Eu tenho acesso ao camarote, mas ele mesmo assim pediu pra eu subir pra conhecer você, não duvido nada - engulo em seco tentando discernir essas palavras.

Eu: Como assim acesso ao camarote?

Rebeca: Meu irmão Guilherme é o frente daqui, daí o Souza tá sempre vindo aqui pra ver como estão as coisas - fico calada - ou, Nepo?

O cara preto de blusa branca cheio de cordões vem até nós assim que escuta ela chamar ele.

Nepo: Diz aí, minha linda - chega cheio de graça passando a língua nos lábios olhando pra ela.

Rebeca: Souza, cadê ele?

Nepo: Foi resolver um b.o ali na rua de trás, mas daqui a pouco ele tá de volta- ele coloca a palma da mão esquerda sobre a parede e fica de frente pra ela, olhando seu rosto- quando sai o nosso beijo, hein. Tá me negando isso mó tempão já.

Rebeca: Quando você parar de correr atrás, aí eu te dou uma chance- ela diz tentando afastar ele colocando as mãos no seu peito.

Nepo: Mas aí se eu parar de correr atrás, tu não vem atrás de mim, pô- ele tira as mãos dela do seu peito e coloca atrás das suas costas.

Rebeca: Sim, mas pelo menos eu vou ficar com vontade depois. Agora me larga- ela tenta desprender as mãos dele de trás das suas costas enquanto ele observa seu rosto - tô falando sério, Nicolas, vai perturbar outra

Ele a solta, mas no mesmo instante beija o canto da sua boca e ela empurra ele pra longe e ele vai embora rindo e dançando.

Rebeca: Chato demais - ela cruza os braços olhando pra ele e eu apenas suspiro me encostando na grade.

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