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Gabriela

18:38|

Encosto minha cabeça nas costas do sofá, e vejo Rebeca abrindo a porta e entrando, saio do Insta, desligo a tela e deixo meu celular em cima da minha barriga.

Rebeca: Que cara é essa?- encolho minhas pernas pra ela poder sentar na minha frente.

Eu: Não é nada.

Rebeca: Desculpa por ter te deixado sozinha ontem, o Guilherme jurou que o Souza te levaria, e também ficou enchendo meu saco pra eu ir embora- confirmo.

Eu: Eu nem lembrava disso mais- ela confirma.

Rebeca: Então me conta, vocês transaram depois?- dou um sorrisinho, tentando ficar séria.

Eu: A noite toda- ela abre a boca surpresa, e eu mostro indiferença.

Rebeca: Dormiram juntos?- ela se aproxima curiosa.

Eu: Eu não dormi, ele sim. Acho que isso é algo normal pra ele, tipo, dormir com alguém que ele fica.

Rebeca: E olha que ele ficou com poucas pessoas daqui, que eu saiba também- dou de ombros e me levanto.

Eu: Tô querendo sair- vou até a cozinha, e pego uma banana da fruteira em cima da mesa- tem algo em mente pra hoje?

Encaro ela que está encostada na batente da cozinha.

Rebeca: Tenho uns três lugares pra ir, mas não tô querendo ir muito longe. Se quiser ir comigo hoje, só vou se você for - ela cruza os braços, e eu me encosto na pia comendo a fruta.

Eu: Pra onde?- dou uma última mordida na banana, e jogo a casca na lixeirinha em cima da pia.

Rebeca: Um churrasco, resenha, sei lá. É de um amigo- confirmo e passo a mão pelo meu pescoço- Gabriela, que isso?

Ela se aproxima pra observar, e analisa minha pele.

Eu: Tá muito marcado?- ela assente rapidamente, e eu saio dali subindo pro meu quarto. Paro em frente o espelho, e observo as manchas roxas.

Eu: Tô muito fudida- viro meu pescoço, pra poder olhar melhor- será que dá pra cobrir com maquiagem?

Rebeca: Não sei, amiga, foi ele quem fez isso?- pergunta se sentando na beirada da minha cama, e eu confirmo- te comeu com vontade mesmo, hein.

Ignoro ela e abro meu estojo com maquiagem, pego minha base e coloco um pouco nas marcas, vou espalhando e esfumando com o pincel, fazendo as manchas sumirem.

Eu: Sabe o que ele me disse pra fazer ontem?- falo enquanto passo o pincel no meu pescoço, e olho pra ela vagamente pelo espelho.

Rebeca: O que?- sorrio de cantinho lembrando, até parece que vou obedecer.

Eu: Falou que era pra eu mandar a foto de como ficou- rio lembrando, e ouço sua risada em seguida.

Rebeca: E tu vai mandar?- faço uma careta pelo espelho, em resposta, e ela ri negando com a cabeça.

Rebeca: Tu não presta, são dois golpistas se envolvendo, tá doido- guardo o pincel novamente, e me analiso, vendo que as marcas já sumiram.

Eu: Golpista não, filha da puta é melhor- enrolo meus cabelos, e jogo pra trás.

-

Eu: Vai dar merda não? nem conheço ele, Rebeca - pergunto antes de me ajeitar pra subir na moto dela.

Coloco minha mão por dentro do meu vestido discretamente, e vou descendo meu short que subiu pelo atrito das minhas coxas.

Rebeca: Ele é de boa, mas se não quiser ir, não vou te forçar a ir comigo - olho pra ela bem séria. Me arrumei toda pra agora ela falar isso?

Eu: Agora eu vou só de raiva, esperou eu me arrumar só pra falar, né?- dou a volta na moto, e coloco meu pé no pezinho, fazendo impulso e sentando.

Rebeca: Senta logo esse rabo aí - me ajeito no banco, e assim que eu me seguro, ela dá partida.

Rebeca: Vamo ter que passar rapidinho ali no depósito- fico quieta, e sinto meus cabelos voarem pelo vento.

Depois de algumas ruas, ela para com a moto na rua, em frente um depósito de bebidas, cheio de homens sentados dentro e fora do lugar. Eu desço ficando em pé com os braços cruzados, e ela tira a chave saindo da moto também.

Rebeca: Só vou pegar algumas encomendas que pediram, já volto.

Eu: Tá bom - observo ela entrando ali, e parando em frente o balcão. Mudo meu olhar pra rua, olhando em volta com os braços cruzados.

Foco na rua à alguns metros daqui, vendo um carro preto parado em frente uma casa, vejo um homem sair de uma casa enorme com portões brancos, aparentemente com correntes e um relógio de ouro, por estar brilhando. Por estar escuro e longe, não consigo focar direito no rosto, mas a pessoa entra no carro preto, no lado do motorista, e fica com o carro parado por alguns segundos.

Tiro meus cabelos do pescoço jogando pra trás, e vejo uma mulher saindo da casa em seguida, e ela joga os cabelos pra trás abrindo a porta do passageiro. Os saltos se destacando, mostrando o quão alta ela fica.

Rebeca: Tá olhando o que?- me assusto olhando pra ela, e olho novamente naquela  direção, vendo que o carro acelerou direto naquela rua.

Eu: Nada- ela confirma e me entrega uma caixa de papelão pequena de cerveja- não vai vazar, né? o papelão tá molhado.

Rebeca: É porque tava no chão - seguro a caixa, enquanto ela monta na moto colocando a chave, entrego a caixa só até eu subir, e pego novamente colocando no meu colo.

Eu: Pode ir - me seguro na moto, e ela dá partida.

Ela para em frente um portão preto grande de correr, que está bem aberto até o canto, e eu desço segurando a caixa. Olho sem profundidade pros dois homens com fuzis, que fumam enquanto conversam em frente a entrada do portão.

Eu: Chama alguém pra vir buscar, vai estragar minha entrada- ela faz um bico e olha em volta.

Rebeca: Xavier? - ela chama um deles, e pega a caixa da minha mão- toma, leva lá pra cima, isso aí é do G.

O cara confirma com o cigarro na boca, e entra sumindo lá dentro.

Rebeca: Vem - ela pega na minha mão, e eu passo a mão no meu cabelo rapidinho.

Ela me leva até as escadas, e soltamos a mão uma da outra pra subir, ela sobe na frente e eu acompanho atrás abaixando meu vestido. Subo o último degrau, e a primeira pessoa que eu vejo, é a mulher de umas ruas atrás, observo ela parada em pé, em frente alguém, tampando minha visão, enquanto a pessoa deixa a mão pousada na sua cintura.

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