39

673 25 6
                                    

Souza

Dendê: Satisfação é minha, pô, tô começando agora nessa parada toda ainda, tenho muito o que aprender. Mente tem que tá focada que eu tô ligado - fala bebendo do uísque, com o copo na mão.

Eu: Só pega visão pra não subir pra mente, poder é uma parada boa pra caralho, mas tem que agir na transparência - dou um gole no meu copo, sentindo o líquido gelado descer rasgando na garganta.

Dendê: Vários vem me alertando dessa parada aí, mas não sou bobo não, pô, sei separar esse bagulho - fico calado e cruzo meus braços olhando em volta pelo baile.

Eu: Bobo tu pode não ser, mas geral que sobe no crime tem um grau de ganância, só basta saber qual é o teu - ele confirma ficando quieto e bebe a bebida do copo olhando pra frente.

O som alto da música bate forte nas caixas de som, e eu olho lá pra baixo, vendo os moleque passando com o fuzil pra cima, ostentando na maior marra mermo.

Dendê: Pedrão desceu, pô, tu ficou sabendo?- ajeito minhas correntes, sentindo a textura do ouro.

Eu: Semana passada, tava fazendo coisa errada aí e geral concordou em executar - aspiro o cheiro de maconha aqui de cima.

Dendê: Eu nem me liguei nisso, pensei que era coisa de rival, mas o menor tava erradão mermo - fico calado, só escutando a música alta no ambiente.

Kaleu: Cheguei, cheguei - se aproxima fazendo graça, e chamando a atenção dos menor aqui - tô cheio de sede, tem água aí não?

Ele pergunta pro Dendê do meu lado, e ele aponta pro cooler em cima da mesa alta lá no canto.

Kaleu: Tá longe, pô, depois eu vou - ele tira os olhos do Dendê, e se vira pra mim, e eu paro de encarar ela daqui - avistou quem já?

Eu: Ninguém - me viro de costas, e me afasto um pouco, me aproximando da mesinha com o balde de bebidas.

Ele vem se aproximando, e eu coloco o energético no meu copo.

Kaleu: Posso tá doidão de loló, mas acho que vi a loirinha daqui - ele volta a olhar pra qualquer direção, e eu pego o copo, bebendo o energético.

Eu: Tu voltou a usar essa porra? - pergunto bolado pra ele, apontando o dedo com o copo na mão e ele nega - que loirinha?

Minha voz sai grossa, e eu olho lá pra baixo, esperando ele responder, e palmeio a pretinha de antes, dançando minimalistamente com a amiga do lado.

Kaleu: A Rebeca, pô, a outra deve tá com ela também, tu não acha? - passo a língua nos lábios e olho pro outro camarote lá da frente.

Eu: Tô palmeando desde quando ela chegou, Gabriela tá junto também - ele me olha.

Kaleu: Vai chamar pro desenrolo não, pô? posso pegar ela lá e arrastar pelo cabelo pra cá - consigo fixar meu olhar nela daqui, ouvindo ele falar.

Eu: Se for pra fuder com ela, eu mermo faço essa parada aí - ele confirma bebendo o líquido do copo que ele colocou - Vou ficar muito tempo não, tô vazando.

Kaleu: Quer contenção não? vou contigo- giro minha dedeira do dedo anelar olhando pra ele.

Eu: Tá suave, curte aí, mas quero tu antes do galo cantar lá no QG - ele cruza os braços de um jeito afrontoso, olhando pra mim, e eu faço pouco caso tirando meu celular e a carteira do bolso.

Olho pra ele antes de realmente ir até as escadas e descer.

Eu: Cola lá no outro camarote e chama a Gabriela pra mim, se ela manter aquela porra de marra, tu fala que é a mãe dela que tá esperando ela cá fora. Tô vazando, postura aí - aviso ele, e vou em direção às escadas, descendo e passando pela parte de trás do baile, pra não ter que falar com ninguém.

Minha Luxúria Onde histórias criam vida. Descubra agora