Gabriela
São quase seis horas da manhã, e eu ainda tô aqui nessa casa em Búzios. Pensei que seria apenas umas horinhas de sexo, mas foi a madrugada inteira, e só paramos há quase uma hora atrás, porque eu pedi, na verdade, eu implorei. Olho pra ele vagamente e vejo ele de bruços dormindo, com a mão direita segurando a minha bunda, me prendendo no lugar.
Deixo meu celular de lado, com algumas ligações perdidas da minha mãe, e saio da cama, sentindo sua mão grande deslizar pelo meu corpo e minhas pernas tremem só de pisar no chão, tento ficar firme, mas é praticamente impossível. Vou até o espelho enorme que tem no quarto escuro mancando, e me analiso pelo reflexo, e quase tenho um surto ao ver as marcas que se destacam em mim, principalmente na bunda e peitos.
Acendo a luz que fica do lado da porta, e volto a ficar de frente pro espelho, tendo mais nitidez. Meus seios, minha bunda, meu Deus, minha mãe vai me matar.
Vejo o Souza se incomodando com a luz acesa, e desligo novamente, lembrando que ele ainda tava aqui. Respiro fundo, pensando em algo, vou até a cama, e me inclino pegando minhas roupas jogadas no chão, corro até o banheiro, me lembrando que tive relação sexual e ele gozou dentro, e faço xixi rapidinho com a porta aberta.
Meu anticoncepcional está dentro da minha bolsa, e minha bolsa eu esqueci dentro do carro dele, ou eu acordo ele pra pedir a bolsa, mas ele vai querer me levar, ou eu tento pegar a chave e destravar o carro.
Me dou por si, e lembro que ainda estou sentada no vaso, levanto e visto minha calcinha, que eu deixei em cima da cama. Pego meu vestido, e visto ele debaixo pra cima, quase não passando pela bunda e pego meus saltos e carrego na mão mesmo. Olho pra ele, que está com o travesseiro na cabeça, e olho as cômodas pelo quarto, procurando a chave do carro, chego perto e vejo a chave em cima do celular dele. Pego a chave com a marca do carro, e ando até a porta, desço as escadas pulando os degraus e abro a porta, saindo lá pro quintal. Vou até a garagem, e avisto o carro preto, vou até a porta e coloco a chave, girando e abro a porta rapidinho, vejo minha bolsa no passageiro, e me inclino pegando.
Puxo ela pela alça, e volto travando o carro com a chave. Subo as escadas de novo, e corro até o quarto abrindo a porta. Travo parada, ao ver ele em pé, de braços cruzados, me olhando.
Eu: Tá de sacanagem - falo puta, fiz o mínimo de barulho possível, e ele ainda acorda.
Souza: Tava aonde? sair da casa tu não saiu- levanto uma sobrancelha.
Eu: Mandou me vigiarem? - agora sou eu quem cruzo os braços olhando pra ele, que me encara serinho. Ele passa a língua nos lábios.
Souza: É pra tu não fugir, tô ligado que é isso que tu ia fazer - me faço de ofendida.
Eu: Não ia fugir.
Souza: Por que pegou a chave do meu carro?- ele vem até mim, e pega a chave da minha mão- se tu causasse um arranhão nele, ia ficar sem cabelo.
Ele pega a blusa dele que está na cama, e vai colocando e abre a porta do quarto descendo. Sigo ele, que vai até a cozinha.
Eu: Não ia pegar seu carro- ele confirma me ignorando, e bebe a água da boca da garrafa mesmo- mas podia.
Ele para de beber, e me encara fechando a garrafa com a tampa. Olho pro rolex que brilha no seu pulso tatuado, e jogo meus cabelos pra trás.
Souza: Tu não é maluca, limpo a lataria com a tua cara. Bora- ele chega perto, e aponta com a cabeça lá pra fora.
Vou andando na frente, e sinto ele abaixar meu vestido atrás com a mão. Ando até a porta, e me abaixo pegando meus saltos ali, abro a porta grande de vidro, e ele tranca. Ele aponta com a chave pro carro, e aponta com a cabeça pra ele, enquanto pega o celular do bolso e manda algumas mensagens.
Vou até o carro, e entro jogando meus saltos no chão. Pego meu celular da bolsa, e me lembro dos áudios que minha mãe mandou, e as ligações perdidas, respiro fundo antes de ouvir as mensagens.
Mãe: O que você tá fazendo que não atende, Gabriela??
Mãe: Hein??Leio todas e clico no áudio.
Mãe: Você tá aprontando, não é? me manda sua localização em tempo real agora
Eu: Aonde que eu tô aprontando???
Eu: Só pq eu saio, não significa que eu tô fazendo merdaMas eu tô mesmo.
Saio da conversa, e olho pra frente no carro, consigo ver uma piscina nos fundos, e o mar do outro lado do gramado. É lindo.
A porta do carro se abre, e o Souza entra jogando a carteira no painel. Olho pro seu rosto, e vejo a marra novamente, ele passa a língua nos lábios, e liga o carro, ele põe a mão no meu banco, pra poder dar ré e sai controlando o volante apenas com uma mão. Olho pelo meu retrovisor a contenção ali fora, com o portão branco aberto.
Ele dá algumas ordens pros vigias, e depois saímos dali.
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