Souza
Passo meu 212 e um creme hidratante no corpo, depois tiro minhas correntes da blusa e ajeito meu relógio no pulso. Pego minha blusa branca da lacoste que eu deixei em cima da cama e visto, jogo minhas correntes pra fora e me analiso no espelho, aproveito e passo um pente no meu cabelo, pego meu boné em cima da cômoda e saio pra fora segurando meu celular e minha carteira na outra mão. Paro na garagem e destravo a ranger entrando, fecho a porta e dou ré vendo o portão automático subir pelo retrovisor. Saio dali com a contenção atrás fazendo geral que tava na rua parar e olhar.
Escuto o radinho ser acionado e Kaleu que tá atoa hoje falar.
Kaleu: Alô, tem alguém aí? - ouço sua voz arrastada e alguns resmungos. Pego o radinho serinho.
Eu: Tá bêbado seu fudido? - não entendo muito o que ele fala e corto seus comentários- manda o papo de onde tu tá, caralho. Na moral, não me faz pegar ódio da tua cara não.
Desligo o radinho assim que ele fala onde tá e mudo a minha rota indo pra lá. Bagulho que me deixa puto, Kaleu não tem porra nenhuma de responsabilidade na vida, ainda fica enchendo minha mente com essas neuroses que ele mesmo arruma. Paro no endereço que ele deu e pego meu boné no passageiro, afundo na minha cabeça e giro meu relógio do pulso fechando a porta do carro, vejo ele sentado na porta de um bar daqui da comunidade mesmo e vou até ele pegando a cerveja da sua mão.
Eu: Chega dessa porra, tu vai meter o pé pra casa - puxo ele pelo braço - tá devendo alguma coisa aqui?
Ele confirma e dou ordem pros da contenção segurar ele, moleque quase não se aguenta em pé. Vou até a bancada onde o menorzinho tava ajeitando outras bebidas e pago o que ele tava devendo, espero meu troco com as mãos apoiadas na bancada coberta por pisos. Passo meu olhar pelo bar vagamente e acabo firmando os olhos numa garota de cabelo preto, ela me encara e seus olhos se abrem lentamente, firmo meus olhos nela com mais curiosidade e me lembro da filha da puta.
Pego o dinheiro da mão do moleque e vou até onde ela tá sentada, passo os dedos pelos lábios e tiro meu boné, ajeito meus fios e coloco de novo.
Eu: Vamo trocar uma ideia - olho pra ela com a cara serinha e ela se mexe desconfortável na cadeira de madeira.
Gabriela: Não tenho o que conversar com você - ela se encosta na cadeira e cruza os braços me olhando. Cínica do caralho.
Eu: Tem e tu vai. Bora - mando e ela olha em volta, como se procurasse alguém.
Gabriela: Eu não tô afim. Quer falar sobre o que? - paga de desentendida e giro minha dedeira olhando ela.
Eu: Gosta de fazer malandro de otário- falo puto - vou te esperar no carro.
Saio dali olhando em volta e vejo os vigia ainda segurando o Kaleu sem um pingo de paciência.
Eu: Gringo, leva ele - dou a ordem.
Gringo: Ele não vai cair não, chefe? tô de moto - olho pro rosto do Kaleu e passo o polegar nos lábios.
Eu: Bom que ele aprende, leva - falo por fim e dou a volta no carro, entro no motorista e afundo o boné na cabeça. Levanto meus olhos e vejo ela vindo na direção do carro, ela para do lado do passageiro e eu me inclino pra abrir a porta, ela se senta.
Gabriela: Eu mudei de número - olho pra cara dela e passo meus dedos no lábio.
Eu: Mudou? - falo na ironia dando um sorrinho de lado e nego com a cabeça, ela confirma com aquela cara de cínica.
Gabriela: Eu também tava muito ocupada nos últimos dias, sabe? então se você mandou alguma mensagem e eu não vi.. - me aproximo do seu banco e puxo seu rosto pra perto do meu.
Eu: Tu acha mesmo que eu sou otário, caralho? - aperto aquele rostinho na minha mão já sentindo o ódio subir e ela coloca as mãos no meu pulso.
Gabriela: E você acha que eu sou o que? não dei meu número e foda-se você - suas mãos impulsionam contra o meu pulso, mas meu aperto se intensifica.
Eu: Tu acha que eu gosto de brincadeirinha de criança? sou a porra de um homem já, caralho - balanço seu rosto nas minhas mãos apertando - foca na porra do meu olho e vê se tu tem a certeza de entrar numa comigo.
Aproximo sua boca da minha, mas continuo olhando naqueles olhos meio esverdeados. Atitude de criança essa filha da puta teve.
Gabriela: Acontece que o que você quer, eu não vou te dar - mudo minha expressão e tiro minha mão do seu rosto e coloco por dentro dos seus fios de cabelo, travo meus dedos na raiz e puxo sua cabeça pra perto de mim.
Coloco a outra mão no seu pescoço e aperto, trago sua boca bem próxima da minha e início um beijo bruto, ela abre espaço com a boca e eu coloco minha língua fazendo elas brincarem numa sintonia. Sua mão vem até o meu abdômen e ela passa as unhas por eles, fazendo meu pau ja dar sinal de vida com apenas um mísero toque, paro o beijo e puxo sua mão fazendo ela se sentar no meu colo. Analiso a roupa que ela está usando e passo o polegar pelos lábios ao ver a saia meio levantada, mostrando a porra de uma calcinha de renda branca.
Eu: Tá sem short por quê? - pergunto, mas não encaro ela, levanto sua saia mais um pouco pra cima e passo a mão por sua bunda macia, coloco dois dedos onde está a calcinha de renda e passo pelas linhas que formam o pano minúsculo.
Gabriela: Me incomoda - ela coloca as mãos no meu ombro e depois a cabeça no meu pescoço ao sentir o tapa que eu desfiro. Sua respiração pesa ao sentir mais quatro tapas, fazendo a carne da sua bunda ficar vermelha e quente.
Passo as mãos no rosto quando ela volta a ficar sentada com as costas reta e me fitar com o rostinho vermelho, ela estreita os olhos na minha direção e seus olhos descem até a minha calça, onde ela vê o meu pau completamente acordado.
Eu: Vai pro seu banco - mando e ela passa pro banco sem questionar.
Eu: Veio com quem pro bar? - ligo carro e mudo a marcha.
Gabriela: Com uma amiga, por quê? - me encara, mas fito a rua.
Eu: Avisa que hoje você não volta - dou partida e ajeito o boné, olho pelo retrovisor e confirmo serinho quando vejo a contenção acompanhar.