Gabriela
Saio do banheiro com a toalha enrolada no corpo, e vou até minha cama e vejo a roupa que eu arrumei pra eu poder sair. Pego a calcinha vermelha, de renda, e visto por baixo da toalha, tiro a toalha do meu corpo, e jogo em cima da cama mesmo, pego meu vestido preto e visto sem sutiã mesmo. Eu já tinha finalizado a prancha no meu cabelo algumas horas atrás, e feito minha maquiagem antes de entrar pro banho.
Pego meu salto branco embaixo da cama e amarro as tiras no meu pé, pego a outra parte do vestido, o casaquinho e visto me olhando no espelho. Escuto a porta da sala ser aberta e passos vindo em direção ao meu quarto, olho pra porta e vejo Rebeca em pé me analisando inteira.
Rebeca: Viu as mensagens?- ela entra no cômodo e se senta na cama.
Eu: Não, que mensagem?- pergunto me olhando no espelho grande e passando o gloss nos lábios com o dedo do meio.
Rebeca: Falei que tava vindo pra cá, que gente ia sair pra uma resenha lá na Penha, ainda perguntei se você ia querer ir, mas não me respondeu- olho pra ela pelo espelho e fecho o gloss, colocando em cima da cômoda.
Vou até a minha penteadeira e passo meu Lily no pescoço.
Eu: Nem peguei no celular, acabei de sair do banho praticamente- analiso meu corpo no espelho, virando de ladinho e minha bunda grande toda empinadinha no vestido fica bem visível.
Rebeca: Então vai sair pra outro lugar?- vou até ela e pego meu celular do seu lado na cama.
Eu: Sim- paro de responder ela por alguns segundos, quando vejo a mensagem de Lyara aparecer na tela- mas tô indo pra Penha também, uma amiga me convidou pro aniversário dela.
Rebeca: Vai demorar lá? poxa, queria tanto você lá comigo, não gosto da metade daquele povo- sorrio de lado e tiro meu foco do celular olhando pra ela.
Eu: Eu posso aparecer lá depois, que horas termina isso?- desligo a tela do meu celular e pego minha bolsinha em cima da cama, vou andando até a porta, e ela me segue.
Rebeca: Acho que não tem hora pra acabar, tão indo pegar bebida lá no depósito toda hora- ouço ela falar descendo a escada.
Eu: Me manda mensagem e a gente se encontra em algum lugar por lá- ela confirma e eu saio de casa, fecho a porta e o portão e paro em frente de casa quando escuto uma notificação chegar.
Mãe: Tá tudo bem por aí?
Mãe: Acabei de te mandar um pix de 400 reais, confere se chegou. Se faltar alguma coisa ai, fala cmg
Eu: Chegou a notificação aq
Eu: Tá tudo bem sim, tô saindo agr com a Rebeca
Mãe: Tá bom
Mãe: Pode usar esse dinheiro aí, mas deixa pra comprar alguma coisa pra ti
Eu: Ok
Mãe: Juízo
Vejo a última mensagem dela e desligo o celular guardando na bolsa, olho pra Rebeca do meu lado e ela joga os cabelos pra trás.
Rebeca: Tô mandando mensagem pro perninha vir buscar a gente, mas ele sumiu- se refere ao vigia do irmão dela.
Eu: Ele te trouxe?- ela confirma encarando a tela do celular.
Rebeca: Ele disse que tá vindo- fico calada e ficamos esperando por alguns minutos até ele aparecer.
Rebeca: Amiga?- sua voz corta minha atenção das crianças que brincam mais pra frente na rua.
Eu: Hum?- murmuro levantando uma sobrancelha.
Rebeca: Você ainda tá saindo com o Souza?- seguro meu celular com as duas mãos e encaro ela- é que ele tá saindo com outras pessoas também, aí eu.. - corto sua fala.
Eu: Não, não vejo ele tem uns dois dias- dou de ombros- ele é solteiro, eu também sou, ficamos apenas duas vezes. Ele pode ficar com outras pessoas, assim como eu também posso.
Rebeca: Deve ser por isso que ele fica atrás de você- ela diz com graça, e eu franzo minhas sobrancelhas.
Eu: Como assim?
Rebeca: Você não se importa com quem ele fica ou deixa de ficar como as outras, você é mais desapegada, tem o senso de entender que são solteiros- confirmo pra ela.
Eu: Exato- dou de ombros com isso, eu realmente não me importo.
Rebeca: É de que signo?- sua pergunta aleatória me pega de surpresa e eu solto uma risada baixa.
Eu: Libra- ela assente com a cabeça e levo meus olhos ao carro preto que entra na rua da minha casa.
Rebeca: Chegou.
-
Me despeço da Lyara, uma amiga que trabalhamos juntas há uns meses atrás e como o docinho da festa que teve, saio pelo portão da sua casa aqui na Penha e mando a mensagem pra Rebeca, pra nos encontrarmos no lugar que marcamos. Depois de alguns minutos, vejo ela vindo na minha direção, pilotando uma moto.
Ela para na minha frente e eu analiso a moto preta, com algumas peças azuis.
Eu: É sua?- ela tira o cabelo do rosto e confirma olhando a moto.
Rebeca: Comprei tem um mês, tava agilizando os documentos antes de usar, deixei ali no meu irmão da última vez que vim aqui- admiro ela e jogo meus cabelos pra trás- sobe aí.
Subo na moto e ela dá partida, pela moto ser um pouco inclinada, minha bunda fica bem empinadinha na garupa, fazendo qualquer um parar e olhar pra nós duas.
Ela para a moto em uma casa grande, onde tem dois vigias segurando um fuzil enorme perto do portão, e o muro grande pintado de branco, impedindo a visão lá pra dentro, se destaca. Levanto meu olhar e consigo ver a laje coberta por vidros e algumas pessoas passando lá em cima, a fumaça do churrasco se perde pelo ar e Rebeca me chama.
Rebeca: Vem- ela me oferece a mão e eu pego, ela vai guiando até dentro do quintal e eu vejo uma escadinha do lado de fora da casa, provavelmente dando caminho pra laje.
Eu: Eu não conheço ninguém aqui, Rebeca- falo com ela puxando minha mão e vamos subindo a escada.
Rebeca: Pior que conhece, amiga- fala por cima do ombro e fico calada.
Passo pelo espaço entre os enormes vidros que formam uma barreira lá pra baixo e firmo meus pés no lugar bastante iluminado, rodo meus olhos rapidamente por todo lugar e param na pessoa que eu reconheço no ambiente.
Engulo minha saliva admirando o quanto o safado é gostoso, a blusa azul, com as correntes de ouro no pescoço se destacando, o relógio grande no pulso e os anéis que deixa ele atraente pra caralho. Seus olhos travam em mim, na mesma intensidade que eu olho pra ele e trocamos olhares por intermináveis segundos.
Corto o contato visual ao ver uma loira se aproximar com uma taça nas mãos e beber pelo canudo, ela se senta no colo dele e eu coloco meus cabelos pra trás melhorando minha postura, ainda sentindo o olhar dele sobre mim.
Rebeca: Tá assim desde que saí, ela não desgruda dele- ela me entrega um copo com gin e gelo de coco e eu bebo me fazendo de sonsa com o comentário.
Eu: O foco dele vai ser em mim e eu não vou mover um músculo pra chamar a atenção dele- falo me garantindo nisso. Não preciso nem fazer nada, o olhar dele já entrega.
Rebeca: Isso mesmo, faça ele endoidar em você hoje- confirmo e dou um sorrisinho bebendo o gin, faço uma cara de cínica olhando tudo em volta, menos ele.
